Agrotóxicos que apresentam alto risco para a saúde da população são utilizados no Brasil

Agrotóxicos que apresentam alto risco para a saúde da população são utilizados, no Brasil, sem levar em consideração a existência ou não de autorização do governo federal para o uso em alimentos. É o que apontam os novos dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dia 23 de julho  de 2010, em Brasília.

Em 15 das 20 culturas analisadas, foram identificados agrotóxicos ativos e prejudiciais à saúde humana. “Encontramos agrotóxicos, que estamos reavaliando, em culturas para os quais não estão autorizados, o que aumenta o risco tanto para a saúde dos trabalhadores rurais como para a dos consumidores”, afirma o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano. Nessa situação, chama a atenção a grande quantidade de amostras de pepino e pimentão contaminadas com endossulfan; de cebola e cenoura com acefato; e de pimentão, tomate, alface e cebola com metamidofós. Além de serem proibidas em vários países do mundo, essas três substâncias já começaram a ser reavaliadas pela Anvisa e tiveram indicação de banimento do Brasil.

De acordo com o diretor da Anvisa, “são ingredientes ativos com elevado e comprovado grau de toxicidade e que causam problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer”. “Apesar de serem proibidos em vários locais do mundo, como União Européia e Estados Unidos, há pressões do setor agrícola para manter esses três produtos no Brasil, mesmo após serem retirados de forma voluntária em outros países”, pondera Barbano.

A Anvisa faz a reavaliação toxicológica de ingredientes ativos de agrotóxicos sempre que existe algum alerta nacional ou internacional sobre o perigo dessas substâncias para a saúde. Em 2008, a agência colocou em reavaliação 14 ingredientes ativos, entre eles o endossulfan, o acefato e o metamidofós.

Houve amostras, ainda, que apresentaram as duas irregularidades: resíduos de agrotóxicos acima do permitido e ingredientes ativos não autorizados para aquela cultura. No balanço geral, das 3.130 amostras coletadas 29% apresentaram algum tipo de irregularidade.

Os casos mais problemáticos foram os do pimentão (80% das amostras insatisfatórias), uva (56,4%), pepino (54,8%), e morango (50,8%). Já a cultura que apresentou melhor resultado foi a da batata, com irregularidades em apenas 1,2% das amostras analisadas

Mais inf. em http://portal.anvisa.gov.br
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Transição agroecológica conquista premiação Embrapa

O projeto Transição Agroecológica: construção participativa do conhecimento para a sustentabilidade, liderado pela Embrapa Clima Temperado, junto ao Macroprograma 1, conquistou o segundo lugar na Premiação Nacional de Equipes 2010 da Embrapa, na categoria Parceria. Participam do projeto 25 Unidades da Embrapa, sete universidades, quatro institutos de pesquisa e desenvolvimento, três ministérios do Governo Federal, cinco instituições de assistência técnica (entre públicas e privadas), oito associações atuantes em agroecologia e duas cooperativas de agricultores familiares. O projeto é constituído de quatro projetos componentes, sendo dois liderados pela Embrapa Clima Temperado, um pela Embrapa Hortaliças e outro pela Embrapa Tabuleiros Costeiros.

Atuam no projeto como responsáveis por atividade 79 técnicos, sendo 12 da Embrapa Clima Temperado e 67 de outras unidades e de instituições parceiras. Como colaboradores existem 172 técnicos, pertencentes à Embrapa e a outras instituições envolvidas no projeto.

Para o coordenador do projeto, Carlos Alberto Medeiros, essa premiação é relevante pois “ressalta a importância de um dos princípios que norteia as ações do projeto, que é a interinstitucionalidade, isto é, o trabalho articulado com diferentes instituições atuantes em agroecologia”. Essa premiação foi obtida justamente graças ao “grande esforço empregado para uma efetiva articulação do projeto com parceiros externos e com parceiros internos, ou seja, de outras Unidades da Embrapa”, comenta Medeiros.

O projeto tem como objetivo alavancar processos concretos da transição para uma agricultura mais sustentável. Para que isso possa ser concretizado, foi articulada uma rede nacional com interesse comum na pesquisa em agroecologia, com a finalidade de gerar e compartilhar, entre Unidades da Embrapa e instituições parceiras, conhecimentos, capacidades e estruturas.

Como resultado do projeto, espera-se a geração de impactos econômicos, sociais e ambientais, como o aumento da produtividade dos sistemas de produção de base ecológica; a melhoria da qualidade dos recursos solo, água e biodiversidade, tendo-se como premissa o envolvimento participativo dos beneficiários do projeto que são os agricultores familiares, em seus diferentes segmentos. Espera-se ainda promover um avanço dos conhecimentos conceituais e metodológicos em agroecologia, com a capacitação de técnicos das diferentes instituições atuantes no tema.

A Premiação Nacional de Equipes ocorre há mais de uma década na Embrapa e tem o objetivo de reconhecer e premiar equipes de projetos, processos ou ações gerenciais cujos resultados tenham elevado nível de desempenho e tragam impactos positivos para a Empresa. É possível concorrer em outras quatro categorias, além de Parcerias. São elas: Qualidade Técnica, Criatividade, Captação de Recursos e Análise e Melhoria de Processos. A avaliação, seleção e premiação foram feitas por um grupo de funcionários da própria Embrapa. Ao total, foram premiados 21 projetos de diversas Unidades.
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ABNT promove reunião da Comissão de Estudo Especial de Grãos Não Geneticamente Modificados

Dia 20 de agosto será realizada  a 6ª reunião/2010 da ABNT/CEE – 143  Comissão de Estudo Especial de Grãos Não Geneticamente Modificados,  das 09:30 às 14:00 na sede da  ABNT/SP   –   Rua Minas Gerais, 190 – Higienópolis – São Paulo – SP.

Na pauta desta reunião estarão:
– Apresentação da SGS do Brasil sobre sistemas de certificação e suas  vantagens; 
Continuação do  Projeto de Norma 143:000.01-001 – Sistema de produção de   soja Glycine max L. Merril  não geneticamente modificadas – Requisitos.

Segundo a ABRANGE ( Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados) na safra 2009/2010 o Brasil plantou 44% da área de soja com sementes convencionais, indicando a necessidade de preservar este mercado para atender a demanda crescente dos consumidores de alimentos não geneticamente modificados.
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ExpoSustentat promoverá Praça da Sociobiodiversidade

De 03 a 05 de novembro, acontecerá a quinta edição da ExpoSustentat, Feira de Bens e Serviços Sustentáveis que ocorre paralelamente a BioFach América Latina, no Transamérica Expo Center em São Paulo.

Na Praça da Sociobiodiversidade estarão reunidos empreendimentos estimulados como alternativa econômica ao desmatamento nos biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga.

Mais de cem produtos da biodiversidade brasileira estarão expostos, entre alimentos, artesanatos, biojoias e cosméticos. A produção representa mais de 40 mil famílias de povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares.  A Praça é uma estratégia dos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário para dar acesso e visibilidade ao trabalho dos extrativistas, que geralmente são muito relacionados às culturas populares e aos próprios biomas

A Praça da Sociobiodiversidade é um espaço dedicado a temas relacionados ao Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade, coordenado pelos ministérios do Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social e Combate à Fome e COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB).

Iniciado em 2009, do Plano Nacional da Sociobiodiversidade desenvolve ações de fortalecimento e promoção das cadeias produtivas da castanha-do-Brasil e do coco-babaçu em dez estados prioritários (AM, PA, AP, RO, MT, AC, MA, TO, PI e CE), envolvendo ao todo 237 municípios. Essa ação auxilia também na promoção e na estruturação de outras cadeias de produtos extrativistas, como a borracha, açaí, pequi, copaíba, andiroba, piaçava, buriti e carnaúba.

Também fazem parte do Plano Nacional da Sociobiodiversidade estratégias como a Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPMBio), mecanismo de regulação que estabelece o pagamento de um subsídio quando o preço do mercado estiver abaixo do preço mínimo dos produtos extrativistas (estabelecido pela CONAB e pelo Ministério da Fazenda, dentre outros órgãos).  Outros instrumentos, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), prevêem a compra de 30% do alimento de origem da agricultura familiar pelas prefeituras, com a inclusão de produtos extrativistas de cada região.

Mais informações sobre a ExpoSustentat no email expositor@planetaorganico.com.br
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