FRANGOS & SAÚDE


Países da União Européia restringem o uso de promotores de crescimento na produção animal. Aumentam as notícias vinculando doenças à produção de frangos, como as reproduzidas abaixo.

AVISITE- http://www.avisite.com.br/noticias/default.asp? codnoticia=5712
“A Coréia do Sul anunciou estar suspendendo a importação de produtos avícolas provenientes do estado de Nova Iorque, nos EUA. A justificativa: suspeita de ocorrência, numa das províncias do estado, da Influenza Aviária.”

JUSTFOOD.COM – 16 jun 2005
INDONESIA: “O primeiro caso humano de influenza aviária foi identificado na Indonésia depois de teste positivo em um trabalhador avícola neste mês.”



Luiz Carlos Demattê Filho



O Planeta Orgânico vem recebendo inúmeros e-mails solicitando informações sobre o “frango verde” e promotores artificiais de crescimento.


 

Pesclarecer estas e outras questões relativas ao tema, entrevistamos Luiz Carlos Demattê Filho, médico- veterinário, gerente de produção animal da Korin e presidente da Aval – Associação de Avicultura Alternativa.

“Do ponto de vista da produção uma grande preocupação é a Influenza Aviária. O aparecimento desta doença no país geraria perdas econômicas significativas para toda a cadeia produtiva….”

 

PO – O que são os promotores artificiais de crescimento?

 

LCD – Na verdade os promotores são antibióticos e quimioterápicos utilizados em pequenas doses nas rações com a finalidade de promover o crescimento através de um controle seletivo da flora intestinal dos animais.

PO – Quais as razões para existirem restrições ao uso de promotores de crescimento na produção animal, principalmente por parte da União Européia?

LCD – Como são antibióticos, estas substâncias têm sido apontadas como potencialmente capazes de gerar resistência bacteriana e esta resistência pode afetar seres humanos através da contaminação com bactérias resistentes presentes nos alimentos. Além disso já foi comprovado cientificamente que os resíduos dessas substâncias são nocivos a nossa saúde mesmo em concentrações ínfimas, como foi o caso dos nitrofuranos, cujas moléculas residuais presentes na carne dos animais possuem propriedades cancerígenas comprovadas. O risco de reações alérgicas a esses resíduos deve ser considerado fortemente. Sabemos por exemplo de pessoas que são sensíveis a certos antibióticos e quando expostas a essas substâncias expressam graves problemas.Creio que o principal é que elas venham a saber que isso pode ocorrer e em quais alimentos elas não estão presentes.


Veja no final da página quadro explicativo sobre promotores de crescimento

 

PO – Como a Korin vê a procura pelo “frango verde”?

LCD – Por um lado com muita naturalidade por que desde o início e apesar de todas as dificuldades em implantar um projeto pioneiro, tivemos sempre a absoluta convicção de que este seria o caminho a percorrermos e por outro lado com muita alegria pelo benefício que sabemos gerar na saúde das pessoas e da sociedade.

PO – Quando a Korin iniciou o trabalho com frangos?

LCD – Desde 1995, quando a  Korin Agropecuária Ltda. iniciou, em Ipeúna-SP, a criação do frango natural objetivando oferecer aos consumidores um produto diferenciado e atender um segmento de mercado crescente, o dos alimentos naturais saudáveis.

PO – Quais as principais diferenças entre a produção de frangos da Korin e dos frangos convencionais?

LCD – Em relação ao frango convencional, o frango alternativo também preserva o caráter industrial da produção, mas utiliza de forma criteriosa os avanços tecnológicos conquistados pela avicultura brasileira ao longo dos anos. As aves são criadas em galpões devidamente equipados, e alojadas em densidades menores que as empregadas no sistema convencional, objetivando-se, com isso, atender os requerimentos de bem-estar animal. O frango alternativo guarda uma característica ímpar, ou seja, toda a ração fornecida durante a criação das aves é isenta de ingredientes de origem animal, antibióticos, promotores de crescimento, anticoccidianos e outros quimioterápicos, conferindo vantagens inigualáveis em termos de segurança e saúde do consumidor.

Como forma de garantir a qualidade do produto e a total isenção das substâncias citadas anteriormente, existe um programa de monitoramento laboratorial de resíduos nas matérias-primas, nos frangos em crescimento e no produto final. Outro meio de garantir a qualidade do produto é o trabalho junto aos produtores integrados através de treinamentos, maior remuneração em relação ao frango convencional e estímulo à busca por melhores índices produtivos. Através dessas iniciativas, a Korin vem cumprindo cada vez mais a sua missão de elevar a qualidade de vida dos produtores rurais que, por sua vez, têm proporcionado índices produtivos cada vez melhores.

PO – Como o consumidor pode estar seguro de levar para casa um frango sem promotores de crescimento?

LCD – Possuímos um programa criterioso de monitoramento de resíduos de antibióticos nos frangos vivos, frangos abatidos e na ração através de análises laboratoriais junto aos nossos produtores, abatedouro e fábrica de ração, respectivamente. Além disso os aspectos cruciais no processo produtivo são de nosso absoluto controle como a assistência técnica, as aves alojadas nas granjas e principalmente, toda a ração consumida são produzidas em fábrica própria, sendo as mesmas registradas no Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento- MAPA.

PO – Qual a importância da Pesquisa dentro da Korin?

LCD – Como disse anteriormente a Korin realizou um trabalho pioneiro de desenvolvimento na produção de um frango totalmente isento da utilização de antibióticos, promotores de crescimento, quimioterápicos, anticoccidianos e ingredientes de origem animal como as farinhas de carne e vísceras na dieta dos frangos. Dessa forma a pesquisa foi inerente a todo este desenvolvimento e portanto fundamental para o sucesso que estamos alcançando atualmente.Estabelecemos também parcerias com Universidades como a UNESP e ESALQ e temos vários trabalhos já publicados e outros em andamento.

PO – Que aspectos do atual cenário de produção e consumo de frangos mais preocupam a Korin no momento?

LCD – Do ponto de vista da produção uma grande preocupação é a Influenza Aviária. O aparecimento desta doença no país geraria perdas econômicas significativas para toda a cadeia produtiva.Do ponto de vista de consumo acho preocupante a pouca importância que os Órgãos Públicos , profissionais da Saúde e o público em geral dão as questões de resíduos de substâncias químicas presentes nos alimentos.Creio que muitas doenças graves seriam evitadas com base em uma postura mais criteriosa na conscientização sobre este problema.

PO – Que ações a Korin vêm promovendo direcionadas para o consumo interno e quais ações estão sendo implementadas para conquistar o mercado externo?

LCD – Parcerias importantes estão sendo construídas pela direção da empresa com o intuito de levar esta boa nova de um alimento limpo produzido sob condições naturais para um maior número de pessoas.

 

Exemplo disso é a participação constante da Korin em eventos importantes do setor como a BioFach América Latina, a FISPAL e vários seminários e encontros por todo o país nos quais apresentamos nosso trabalho.

Para o mercado externo estão agendadas ainda para este mês de Junho reuniões de negócios na Europa e Japão. Para o Japão inclusive já fazemos exportações.


PO – O que a Korin pretende promover durante a BioFach América Latina e Expo Sustentat 2005?

LCD – Creio que a filosofia que norteia nosso trabalho, advinda dos escritos e orientações deixados por Mokiti Okada, o precursor da Agricultura Natural, é um ponto importante a ser disseminado como um modelo eficiente e viável de produção de alimentos com sustentabilidade ambiental e social.Baseados neste modelo a Korin vêm desenvolvendo uma linha de insumos voltados à produção agrícola e animal que têm apresentado excelentes resultados e penso este seria um bom espaço para a disseminação dessas idéias.




ENTENDA OS PROMOTORES DE CRESCIMENTO

O QUE SÃO
Antibióticos de uso contínuo adicionados em pequenas doses, na ração dos animais. Não têm a finalidade de tratar doenças, mas apenas preveni-las.

COMO AGEM
Como antimicrobianos, esses promotores de crescimento controlam as bactérias no trato gastrointestinal das aves.

OS EFEITOS
Sem as bactérias esses promotores permitem que o animal aproveite melhor a ração oferecida. Há uma melhora na conversão alimentar que é a quantidade de ração consumida em relação à quantidade de carne produzida.

NÃO CONFUNDA
Os promotores de crescimento não são hormônios, proibidos tanto na Europa como no Brasil.



PREJUÍZOS COM O FIM DO USO DOS PROMOTORES.

Perda inicial de produção: o fim do uso dos promotores de crescimento deve gerar uma perda inicial de produção. Os produtores querem uma compensação nos preços.

Sistema convencional: na produção convencional, com a utilização dos promotores, para cada quilo de carne produzida, é necessário 1,85kg de ração

Sistema natural: na produção sem os promotores, a cada quilo de carne produzida, a ave consome de 1,95 a 2,0 kg de ração.



AS ALTERNATIVAS DOS PRODUTORES

Para se enquadrar na legislação da União Européia, os produtores devem substituir os produtos químicos (antibióticos) pelos naturais.

Os substitutos naturais:

Mananoligossacarídeo fosforilado: é um componente de levedura que funciona como um ímã, ao adsorver e eliminar as bactérias do intestino das aves. Também estimula o sistema imunológico das aves.

Probióticos: são bactérias benéficas ao organismo das aves.

Prebióticos: substâncias que não são absorvidas pelo organismo das aves, mas são aproveitadas pelas bactérias.

Ácidos orgânicos: têm efeito de controle bacteriano.

Extratos de ervas: plantas que têm efeitos nutricionais e terapêuticos, como extrato de orégano, de alho, etc.

Óleos essenciais: provindos de girassol, gergelim, etc.

ANTIBIÓTICOS PERMITIDOS

A legislação européia vai permitir o uso de alguns antibióticos para fins terapêuticos. Ou seja, os utilizados apenas quando surge alguma doença nos animais.


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www.korin.com.br


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