Rio mapeia produtos com potencial para novas Indicações Geográficas

No dia 25 de novembro de 2009, foi realizada no Clube de Engenharia, a I Oficina sobre Indicações Geográficas no Estado do Rio de Janeiro, promovida pelo Ministério Agricultura no Estado (SFA-RJ/MAPA) e parceiros.  As Indicações Geográficas (IGs) constituem um direito definido pela Lei Propriedade Industrial (9.279/96) com o objetivo de proteger produtos e serviços, cujo valor de mercado seja influenciado pela reputação ou se deva a características ligadas às matérias-primas ou às formas de produção únicas de uma determinada região.

O incentivo ao reconhecimento das Indicações Geográficas (IGs) é um trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Mapa e parceiros como o Sebrae, Embrapa, universidades, Governo do Estado, ONGs e outras instituições ligadas ao desenvolvimento rural e à promoção de mercados de qualidade, visando ao registro dessas IGs junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão que também colabora nesse processo de organização e construção. Este trabalho vem sendo realizado todos o Brasil, sendo que até meados de 2008, já foram diagnosticadas 111 potenciais IGs. No Rio de Janeiro, além da IG da cachaça de Paraty, um trabalho de divulgação, diagnóstico e apoio a novas IGs vem sendo desenvolvido em todo o estado

A oficina teve como objetivo realizar um mapeamento de produtos do Rio de Janeiro com potencial de serem reconhecidos como IGs e a formação de grupos de trabalho voltados para o apoio a essas atividades nas diversas regiões do Estado. Desde 2002, Iniciativas dessa natureza resultaram no registro de quatro IGs no Brasil, referentes a vinhos (RS), café (MG), carne bovina (RS) e, mais recentemente, a IG da cachaça de Paraty, no Rio de Janeiro. Nesse contexto, a IG da cachaça de Paraty foi reconhecida em meados do ano passado, graças a um trabalho de melhoria da qualidade da bebida que vinha sendo realizado há mais de dez anos pelo Mapa, Sebrae e outras instituições localizadas no município de Paraty.

Durante a realização da oficina no Clube de Engenharia foi destacada, sobretudo, a importância das IGs para o desenvolvimento do Estado, os compromissos sociais e ambientais que implicam, e estabelecido um diagnóstico dos produtos originários de todas as regiões fluminenses com potencial para receberem Indicações Geográficas de Procedência. Para fortalecer novas iniciativas foram formados grupos de trabalho que identificaram necessidades individuais de melhoramento e em comum de se buscar parcerias, estabelecer planos de negócios e incentivar o associativismo.

Das regiões Norte e Noroeste foram citados, entre outros produtos, o coco de Quissamã, os doces de Campos, a água iodada de Raposo e as rochas ornamentais de São Francisco de Itabapoana que, inclusive já receberam aprovação do Sebrae. Da Região Centro-Sul e do Médio Paraíba foram indicados entre os principais o tomate e os produtos orgânicos, de Paty do Alferes, a truta, de Mauá e Resende e o leite e os laticínios dos municípios de Valença, Vassouras, Barra Mansa e Itaperuna.

Da Região dos Lagos, a maricultura, a moda praia e o artesanato de fibra de bananeira; da Região Metropolitana, o aipim de Santa Cruz, as plantas ornamentais e a banana de Guaratiba e dos parques do Mendanha e da Pedra Branca, respectivamente. Da Região Serrana, os principais potenciais são as frutas, como o morango, o caqui e a pocan, essa última especialmente a de Teresópolis, os orgânicos e o mel.

A Costa Verde, que já tem as cachaças de Paraty, contribui ainda com o palmito cultivado, frutos do mar, como vieiras e coquilles Saint Jacques e a Gastronomia Sustentável. No encerramento da oficina os produtos da região, inclusive, foram postos à prova em uma degustação das cachaças certificadas – Coqueiro, Engenho D’Ouro, Maria Izabel, Corisco e Paratiana. Para acompanhar, um buffet produzido pelos chefs Ronara Toledo e Mauro Bernardes, do restaurante Caminho do Ouro, um dos participantes do movimento pela sustentabilidade, e cujas receitas receberam a aprovação dos participantes da oficina.
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Plataforma FACES DO BRASIL lança primeiro portal brasileiro de comércio justo e solidário

A entidade sem fins econômicos Faces do Brasil, lançou, no dia 01 de dezembro de 2008, o primeiro Portal Brasileiro de Comércio Justo e Solidário (www.facesdobrasil.org.br), em parceria com a agência de cooperação Oxfam Novib.

O objetivo desse portal é difundir o conceito, os princípios e os critérios do comércio justo e solidário no Brasil e no mundo, visando promover práticas comerciais mais justas, inclusão social e desenvolvimento regional. Para tanto, disponibilizará informações sobre o tema e sobre as atividades do Faces, de forma a ampliar o intercâmbio de conhecimentos e experiências, estimular o diálogo e a participação, além de aproximar produtores, comerciantes, consumidores, entidades sindicais, assessorias e órgãos governamentais.

Sobre o Faces do Brasil – A Plataforma de articulação e debate Faces do Brasil, foi criada em 2001, por iniciativa de um conjunto de entidades públicas e privadas interessadas na construção coletiva de estratégias, conceitos e procedimentos que garantissem uma identidade brasileira ao movimento internacional de Comércio Justo, em especial na perspectiva de desenvolvimento de mercados locais para estas cadeias produtivas, qualificadas pelos princípios da solidariedade e da justiça.

Atuando na articulação política e institucional, na promoção de conceito, na sistematização e produção de conhecimento e no fortalecimento de canais de comercialização e consumo solidários, o Faces e seus membros buscam concretizar sua missão – “fomentar a construção do comércio justo e solidário, como instrumento de uma economia inclusiva, solidária e sustentável”.
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Tecpar recebe acreditação internacional para orgânicos 

 

 

A Divisão de Certificação do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) acaba de receber a acreditação para certificação de produtos orgânicos pelo International Federation of Organic Agricultura Movements (IFOAM), instituição alemã reconhecida internacionalmente e pioneira na atuação nesse setor. “É a nossa segunda acreditação internacional”, comemora a gerente da Divisão de Certificação do Tecpar, Tânia Mello de Carvalho. A primeira acreditação internacional foi com a norma européia GlobalGAP (IFA) que atende às boas práticas de produção agropecuária e segurança de alimentos.

A certificação de orgânicos é um avanço para os produtores, pois permite o ingresso dos seus produtos nos mercados estrangeiros, cada vez mais em expansão. “Com a certificação, os produtores têm um diferencial no mercado. O certificado de conformidade mostra que o produtor não está preocupado somente com o uso de agrotóxicos, mas também com a preservação do meio ambiente e com o fornecimentos de alimentos com qualidade”, afirma Tânia.

Para receber a acreditação da IFOAM, o Tecpar precisou cumprir critérios rígidos e foi auditado pela certificadora norte-americana International Organic Accreditation Service (IOAS). A representante da IOAS passou uma semana em Curitiba, visitou três produtores de Colombo já certificados pelo instituto e acompanhou uma auditoria realizada por técnicos do Tecpar em uma propriedade localizada em Morretes.

Acreditada para sistemas de gestão da qualidade pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) desde 1997, a unidade de certificação do instituto já emitiu mais de 2 mil certificados e tem na sua carteira de clientes hoje 337 empresas.
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Pesquisas analisam teores de substâncias funcionais em alimentos orgânicos e convencionais

Os alimentos cultivados de maneira orgânica possuem maiores concentrações de substâncias que apresentam propriedades funcionais como ação antioxidante, anticancerígena e estimulante do sistema cognitivo se comparados aos produzidos de maneira convencional. Esses foram os resultados de estudos desenvolvidos no Instituto de Biociências (IB) da Unesp, campus de Botucatu, pela pós-doutoranda Maria Rosecler Miranda Rossetto, que analisou beterraba, brócolis, cenoura e couve, convencionais e orgânicos, obtidos por meio de seis produtores do município de Botucatu, e pela doutoranda Suraya Abdallah da Rocha, que avaliou partes de 20 vegetais, geralmente descartadas, como cascas, folhas e talos.

Entre as substâncias estudadas pelas pesquisadoras estiveram os compostos fenólicos e flavonóides que servem para “seqüestrar” os radicais livres encontrados em excesso no organismo humano, modular enzimas do processo inflamatório e quelar metais. Além da propriedade antioxidante, que contribui na prevenção de uma série de doenças crônicas degenerativas, eles são benéficos ao sistema cognitivo e atuam como agentes anticancerígenos.

Suraya destaca que os fenóis totais foram mais elevados nas folhas de mandioca e de uva cultivadas de modo orgânico, enquanto que, no cultivo convencional, os talos, a casca de berinjela, as folhas de brócolis e rabanete, apresentaram maiores teores dessa substância.

Ainda segundo ela, em relação à quantia de flavonóides totais, algumas espécies não apresentaram diferenças significativas entre os modos de cultivo estudados, como as cascas de abóbora, berinjela, laranja e maracujá; a folha de rabanete; e os talos de brócolis e couve. Ainda, segundo ela, apenas a casca de banana, a folha de cenoura e a de uva, cultivadas de modo orgânico, apresentaram maiores teores de flavonóides.

Na couve, os níveis de flavonóides foram significativamente maiores na produção orgânica e, na beterraba, a tendência foi de mais acúmulo de compostos fenólicos na casca, talo, polpa e folha. Sobre essas substâncias, Maria Rosecler salienta ainda que, nas ramas de cenoura a quantia de flavonóides supera em cem vezes o teor presente na polpa desse alimento. Outra análise foi em relação aos carotenóides, pigmentos responsáveis pelas cores de frutas, raízes, tubérculos e folhas de hortaliças, que são importantes fontes de vitamina A e não têm ação cumulativa no organismo humano, além de prevenir contra o câncer.

Cozimento

Maria Rosecler também analisou se há perda de carotenóides após o cozimento de beterraba, brócolis, cenoura e couve. Ela descobriu que, depois desse processo, alguns produtos orgânicos perderam menos ou passaram a apresentar maior teor dessa substância. “Um exemplo é a polpa de cenoura que teve um aumento de 39,22%, enquanto as convencionais acumularam apenas 4%”, explica. Em brócolis, foi constatado um aumento proporcional de carotenóides nos dois modos de cultivo. No caso da beterraba, as perdas foram menores no sistema de produção orgânico, sendo que o nível de redução de carotenos foi maior com a ampliação do tempo de aquecimento do vegetal.

Fonte: Assessoria de Comunicação e Imprensa do Instituto de Biociências
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