Desde o início de maio, um surto de uma nova variante de E.Coli afetou principalmente a região norte da Alemanha, mas também outras partes da Europa. O trágico surto levou a cerca de 3.000 casos de doença e aproximadamente 40 mortes. O Grupo da União Européia da IFOAM (Federação Internacional de Movimentos da Agricultura Orgânica) expressou sua mais sincera solidariedade para com todos aqueles afetados pelo surto e pediu, em 3 de junho de 2011, uma pesquisa urgentíssima sobre a causa do surto, bem como medidas preventivas. Inicialmente, as suspeitas sobre a origem das infecções recaíram sobre pepinos cultivados organicamente.   

Alguns setores da mídia culparam, sem fundamento, o cultivo orgânico como sendo a causa deste surto. Esta hipótese foi refutada, mas embora o surto de E.Coli não tivesse nada a ver com os métodos orgânicos de cultivo, muitos produtores e varejistas orgânicos sofreram perdas substanciais de receita devido ao fato que, durante várias semanas, houve uma rejeição a legumes frescos por parte dos consumidores. Para reagir a tal situação e para fornecer informações atualizadas sobre a questão aos membros europeus da IFOAM, uma força tarefa sobre E.Coli, criada pelo Grupo da UE da IFOAM, lançou uma página sobre E.Coli na Internet. A Comissão Européia liberou inicialmente 150 e depois 210 milhões de Euros para compensar as perdas sofridas pelos produtores de legumes devido à crise de E.Coli. O Grupo da UE da IFOAM pediu compensação suficiente para os agricultores e coordenação abrangendo toda a União Européia relativa a esta questão.

Uma delegação do Grupo da União Européia da IFOAM frisou, em conversações com funcionários da DG AGRI em 21 de junho de 2011, que em alguns países-membros a mídia concentrou fortemente sua atenção sobre os agricultores orgânicos, portanto deve-se considerar de modo especial a compensação a estes produtores. Outrossim, campanhas promocionais deveriam ser implementadas para explicar aos consumidores que os produtos naturais ainda são a melhor opção, ao passo que os riscos à saúde devem ser resolvidos com regras adaptadas. Em 30 de junho de 2011, o Instituto Federal Alemão para Avaliação de Riscos (BfR) encontrou grande probabilidade de sementes de feno-grego serem responsáveis pelo surto de EHEC O104:H4. De acordo com um comunicado à imprensa, emitido pelo mesmo instituto (BfR) em 5 de julho, a origem do surto de E.Coli parece ter sido identificada.

O BfR realizou uma avaliação preliminar de risco sobre a relevância dos brotos e das sementes de brotos com relação à ocorrência do surto de EHEC O104:H4 na Alemanha. O BfR chegou à conclusão de que existe uma grande probabilidade de que sementes de feno-grego usadas na produção de brotos foram a causa primordial do surto. O rastreamento retroativo de suprimentos de sementes na Alemanha e em outros Países-Membros da União Européia, realizado pelas autoridades alemãs e pela Força Tarefa da EFSA (Autoridade Européia para Segurança Alimentar), mostrou que certos lotes de sementes de feno-grego estão relacionados aos surtos de EHEC na Alemanha e na França; isto foi confirmado pela avaliação de risco da EFSA e do Centro Europeu para Controle de Doenças (ECDC) em 29 de junho de 2011.

De acordo com a EFSA, estes lotes foram importados do Egito. Aconselha-se que os consumidores continuem evitando o consumo de brotos crus. Por questão de princípio, a BfR recomenda o cumprimento das regras gerais de higiene culinária também ao se lidar com brotos. Maiores informações podem ser encontradas em: EFSA/ECDC 2011: Joint Rapid Risk Assessment, Cluster of haemolytic uremic syndrome (HUS) in Bordeaux, France 29 June 2011 (updated from 24 June)

IFOAM EU Group

Fonte: Grupo da UE da IFOAM
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