O uso indiscriminado de agrotóxico tem elevado à contaminação dos trabalhadores rurais e do agroecossitema em níveis intoleráveis de risco, além de contribuir significativamente para o
aumento do custo de produção das lavouras. Como forma de reação a essa situação vigente
tem-se verificado, em todo país, uma crescente busca de técnicas que utilizem insumos e
defensivos alternativos.
No Estado do Rio de Janeiro, a Rede Agroecologia Rio, coordenada pela Embrapa Agrobiologia, tem por objetivo gerar e transferir tecnologias agroecológicas e fortalecer o trabalho em parceria
de órgãos públicos e privados, incluindo ONGs, da cadeia produtiva da agricultura orgânica.
A Rede Agroecologia Rio objetiva também potencializar o trabalho individual dos parceiros.
Neste aspecto, estaremos enfocando neste artigo um trabalho desenvolvido na Fazendinha Agroecológica do km 47, em Seropédica/RJ, pela equipe técnica da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO-RIO).A Estação Experimental de Itaguaí da
Pesagro-Rio, desenvolveu um sistema de cultivo protegido do tomateiro, que utiliza caldas
alternativas e outros insumos orgânicos, além de estufa rústica, que apresenta resultados
promissores em termos de produção e sanidade.
A estufa tem as seguintes características: 14 m de comprimento x 8 m de largura; estrutura em arco (vergalhão de ½² dentro de mangueiras de plástico) sobre esteios laterais de 2 m de altura,
com a cumeeira a 3,5 m; cobertura de polietileno (100 m) e laterais de tela de nylon branca
com malha de 1 mm. Mudas das cultivares Débora Plus VFN e Carmen foram produzidas em
plantágios de 128 “células”. Adotou-se espaçamento de 0,80 x 0,50 m, desbrotando-se para
duas hastes/planta, e tutoramento vertical com estacas de bambu. Procedeu-se à “captação” das plantas após 7-8 pencas formadas. A cultura foi irrigada por gotejador, com vazão de 6 litros/hora/metro linear. Cada cova foi adubada com esterco de curral (6 litros), gesso agrícola
(100g), termofosfato magnesiano (100g) e cinzas de lenha (100g). Foram feitas duas aplicações
de 100g/planta de esterco de “cama” de aviário, em cobertura, por ocasião da 4ª e da 10ª
colheitas.
O biofertilizante líquido Agrobio (4%) e a calda sulfocálcica 25ºBé (1%) foram pulverizados, alternadamente, a cada semana
Por outro lado, a produtividade poderia ter sido superior, mediante o uso de tutoramento
opcional que permitisse “capação” mais tardia das plantas que apresentavam acentuado vigor. Conclui-se, portanto, que o sistema de produção empregado, oferece perspectivas satisfatórias e pode vir a ser recomendado aos agricultores.