Novo Anuário Estatístico da FAO aponta tendências em agricultura e alimentação

Monitorizar as estatísticas relacionadas com a alimentação e a agricultura é parte importante dos esforços para reduzir a fome e promover o desenvolvimento. A ideia por trás do Anuário Estatístico da FAO, recentemente revisado, é facilitar o acesso de pesquisadores aos números dos setores, tornando-os mais compreensíveis.

O anuário constitui a mais importante publicação de referência para pesquisa de dados estatísticos sobre alimentação e agricultura e fornece um retrato das tendências e das questões econômicas, sociais e ambientais. Organiza uma série de dados recolhidos por todo o mundo em quatro grandes categorias temáticas: o estado dos recursos agrícolas de base; dimensão da fome, alimentação mundial e sustentabilidade.

Cada seção do anuário é acompanhada pela descrição do contexto e texto explicativo, gráficos, mapas e referências a publicações adicionais, oferecendo assim um olhar mais amplo e aprofundado sobre diferentes tópicos.

Exemplos de questões analisadas na publicação incluem a pressão exercida pela agricultura sobre os recursos hídricos e dos solos, como o uso excessivo e a poluição, o potencial impacto da falta de acesso das mulheres aos meios de produção agrícola e à terra no desenvolvimento econômico e social nacional; dados sobre o investimento na agricultura; o espectro da subnutrição; o desperdício e as perdas alimentares; a agricultura e a sustentabilidade ambiental; e a volatilidade dos preços dos alimentos.

“O anuário é uma janela única para quaisquer indicadores estatísticos que sejam necessários. Este novo produto auxilia pesquisadores, políticos, ONGs, jornalistas – todos aqueles que precisam de informação estatística – com o foco em determinado assunto e usar isso como um ponto de partida para analisar questões mais profundas”, afirmou Pietro Gennari, Diretor da Divisão de Estatísticas da FAO.

“A grande abrangência deste novo anuário nos lembra que a erradicação da fome não pode ser separada das respostas a outros desafios globais”, acrescentou Gennari.

Em geral, as estatísticas do anuário refletem o crescente reconhecimento entre governos, agências doadoras e outras partes interessadas de que a agricultura deve ser o pilar de qualquer agenda de desenvolvimento e das políticas de crescimento econômico. Como o setor está relacionado com quase todos os tópicos da agenda de desenvolvimento, é um grande desafio compreender e monitorizar os múltiplos papéis da agricultura. Isto é especialmente pertinente nos países em desenvolvimento, onde se encontram 98% dos famintos do mundo, e onde a agricultura continua a ser central para as economias nacionais.

A publicação também contribui para aprofundar a compreensão sobre como os aumentos tão necessários na produtividade agrícola devem ser pesados relativamente em custos sociais e ambientais mais amplos, para se alcançar um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

O Anuário Estatístico da FAO está disponível tanto em formato digital como em papel.

 

Exemplos das observações do Anuário Estatístico da FAO

Dois terços dos famintos vivem em apenas sete países. Em muitos países em desenvolvimento, o setor agrícola pode contribuir em até 30% para o Produto Interno Bruto (PIB) e é uma fonte de emprego para dois terços da população.

Em países de baixa renda, a área de terra cultivada por pessoa é menos de metade do que em países de alto rendimento. Se as mulheres tivessem o mesmo acesso a sementes, ferramentas e outros insumos agrícolas, poderiam ajudar a retirar da fome entre 100 a 150 milhões de pessoas.

A produção agrícola mundial cresceu entre 2,5 a 3 vezes nos últimos 50 anos, mas a área cultivada cresceu apenas 12%. Mais de 40% do aumento da produção alimentar durante os últimos 50 anos veio de áreas irrigadas, que duplicaram em superfície.

Cerca de 90% das terras agrícolas potencialmente acessíveis situam-se na América Latina e África Subsaariana, e metade está concentrada em apenas sete países.

Não há praticamente terras disponíveis para a expansão agrícola no Sul da Ásia, no Médio Oriente e no Norte de África.

Os cereais continuam a ser de longe a mais importante fonte de energia alimentar, fornecendo 50% das calorias totais necessárias.

Estudos calculam que a perda de rendimento global entre os principais cereais, devido a pressões bióticas (por exemplo, insetos, doenças, vírus) chega a ser em média mais de 23% do rendimento potencial estimado.

Um terço dos alimentos produzidos para consumo humano é perdido ou desperdiçado em todo o mundo.

Desde 2010, a FAO identificou 22 países como estando num estado de crise prolongada, definidos como “países nos quais uma parte significativa da população se encontra profundamente vulnerável à doença, morte e perturbação dos meios de subsistência durante um período prolongado de tempo.”

A  parte do orçamento público atribuída à agricultura caiu para uma média de aproximadamente 7% nos países em desenvolvimento e mais ainda na África.

A percentagem de Ajuda Pública ao Desenvolvimento atribuída ao setor agrícola em todo o mundo caiu de 17% em 1980 para entre 5 e 6% em 2009, com a mesma tendência de queda observada nos orçamentos nacionais.

Fonte: https://www.fao.org.br/

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Café do Centro e Native anunciam parceria para produção de café orgânico

O Café do Centro – torrefadora de grãos gourmet e especiais – inicia a produção de grãos orgânicos de qualidade premium para a Native, uma das principais empresas de produtos orgânicos do Brasil. A Native é a maior produtora de açúcar e álcool orgânicos do mundo, com três usinas em operação, e possui também a linha mais ampla de produtos orgânicos com: azeites, achocolatados, cookies, sucos, geleias, corn flakes, entre outros.

A partir de agora, três tipos de cafés da marca serão processados pelo Café do Centro: torrado em grãos 500g para café expresso, torrado e moído à vácuo 250g e torrado e moído extra forte, à vácuo, 250g, que serão comercializados em supermercados e varejo em geral. Todos os produtos e cafés possuem certificado IBD. As embalagens também levam a marca Branco Peres – detentora do Café do Centro.

Fonte: Divulgação / Edição: Planeta Orgânico

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Redes de supermercados implementam o veto às sacolinhas plásticas

Funcionários relatam o cotidiano da relação com clientes. Especialistas conferem visão crítica ao tema e expandem discussão

O setor ambiental, por vezes tão restrito a especialistas, ganhou aspecto tangível nos últimos três meses na cidade de São Paulo. O veto à distribuição de sacolas plásticas nos supermercados efervesceu em conversas corriqueiras e tornou-se pauta dos principais veículos de comunicação.

A decisão, acordada entre a Associação Paulista de Supermercados (Apas), Ministério Público de São Paulo e a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), como parte integrante da campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco” influiu em um hábito enraizado na cultura da população. Assim, ainda que os princípios da nova medida tenham sido traçados, é importante verificar como reagem os elos fundamentais desta cadeia: consumidores e funcionários de supermercados.

A rede de hipermercados Extra, pertencente ao Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, distribuía sacolas plásticas até o dia 02 de abril e, a partir do dia 04 – data estabelecida como limite de adesão aos supermercados – já começa a seguir o acordo.

Segundo Antônio Jacélio, gerente operacional da loja Extra na Av. General Edgar Faccó, Freguesia do Ó, Zona Norte da cidade, a orientação é a de não deixar o cliente desamparado. “Por sermos uma loja varejista, recebemos uma grande quantidade de caixas de papelão e as disponibilizamos aos consumidores”, relata.

A unidade comercializava sacolas retornáveis que, em dependência do volume máximo suportado e da estampa, variavam de R$0,50 a R$2,99. Agora, segundo o termo implementado, os estabelecimentos deverão oferecer, durante um período de seis meses, sacolas reutilizáveis a um preço que não ultrapasse R$0,59.

“Observamos algumas reclamações de pessoas que ainda não entendem ou não aprovam o acordo firmado, mas acredito ser algo natural de acontecer, sendo que é algo recente”, completa.

Mônica Suzana, fiscal de caixa da mesma loja, conta que já foi acionada algumas vezes pelas operadoras de caixa em virtude de clientes exaltados e contrários à falta de distribuição. “Quando explicamos a nova medida, assim como fomos orientados a fazer pela Apas, o cliente passa a entender e, na próxima compra, já retorna com uma opção de acondicionamento de produtos para se adaptar à nova realidade”, diz.

No supermercado Sonda da Vila Pompéia, Zona Oeste, a gerência fixou banners explicativos nos pisos do estacionamento e nas entradas da loja, alertando o consumidor sobre a mudança. Esta iniciativa é, inclusive, rechaçada pelas outras lojas do grupo. “No dia 25 de janeiro, aniversário da cidade, distribuímos gratuitamente uma sacola retornável para cada cliente que entrasse na loja”, lembra Marcos Antônio de Menezes, encarregado de frente de caixa.

“Até 03 de abril, ainda fornecíamos sacolinhas plásticas, mas os operadores de caixa já tinham sido instruídos a induzir o cliente a trazer opções mais ecológicas da sua própria casa, ou mesmo a transportar em caixas de papelão espalhadas pela loja”, complementa. “Falo ao cliente sobre a nova regra, mas a maioria já conhece, ainda que nem todos concordem”, explica Carla Lima Dias, operadora de caixa do estabelecimento.

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Brasil participa da feira Natural&Organics em Londres

O projeto Organics Brasil participou da feira Natural & Organics Products Europe, em Londres, com as empresas de cosméticos Surya Brasil e 100% Amazônia. No primeiro dia da feira, 25 compradores da Europa, Estados Unidos e Ásia fizeram uma caravana para visitar os principais expositores e estiveram no estande do Brasil, demonstrando muito interesse na linha orgânica masculina (Homo Sapiens) e Amazônia Preciosa da Surya, além dos ingredientes da 100% Amazônia.

O coordenador executivo da Organics Brasil, Ming Liu, destaca que o mercado do Reino Unido está se recuperando: “O mercado do Reino Unido retraiu 4% no ano passado e acreditam que vai se recuperar. Entre os produtos mais procurados pelos compradores, a água de coco é, de longe, o produto mais falado por varias empresas, inclusive uma com um importador independente. Os produtos amazônicos também têm muita procura”.

Confira artigo publicado anteriormente no Planeta Orgânico sobre o mercado de orgânicos na Inglaterra:
http://planetaorganico.agropecuaria.ws/index.php/mercado-ingles/?s=reino%20unido

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