Tecnologias podem agregar sustentabilidade à pequena propriedade

 

Propriedade de Alex da Silva foi visitada em Dia de Campo no ano passado

 

Uma iniciativa da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF) em Ipameri (GO), com o apoio da prefeitura local, está trazendo novo alento a produtores familiares ao introduzir tecnologias adaptadas que melhoram o desempenho produtivo das propriedades rurais, agregando valor e reduzindo custos. Coordenada pelo pesquisador João Kluthcouski (o João K), a proposta, batizada de Pequena Propriedade Produtiva e Sustentável, começou a ser implantada em 2014.

A ideia é especializar cerca de 10 pequenas fazendas no uso de tecnologias como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), os sistemas que integram a produção de fruteiras, hortaliças e grãos especiais, o aumento da eficiência produtiva em leite e o consórcio milho-capim braquiária, tornando o município goiano referência em produção sustentável em pequenas propriedades.

“A pequena propriedade ainda é muito negligenciada no Brasil. Faltam opções que agreguem valor a ela e permitam que o pequeno produtor permaneça na terra. E a Embrapa tem as tecnologias necessárias”, afirma João K. O pesquisador lembra que dos 4,2 milhões de estabelecimentos rurais do País, 1,8 milhões não têm condições de adquirir sequer um trator. “Esse grupo inclui pequenos agricultores que produzem os itens da cesta básica. Eles são muito importantes para a sociedade e nós temos opções para atendê-los adequadamente”, observa.

Ipameri está entre as 10 maiores bacias leiteiras de Goiás e metade das fazendas do município são pequenas propriedades. A prefeitura tem fornecido assistência técnica voltada à produção de leite a 70 produtores familiares e assentados de reforma agrária, levando orientações agronômicas e veterinárias, como sobre adubação de pasto e confecção de silagem para aumentar a eficiência produtiva. “É como acender a luz de um cômodo escuro. O produtor passa a saber o que está fazendo”, explica Renato Carneiro, secretário municipal de Agronegócio.

João K explica que a ILPF também pode ser adotada pelo produtor de leite. “O componente florestal serve como quebra-vento, evitando que o pasto seque prematuramente, além de proporcionar conforto térmico aos animais e uma poupança para o produtor, que depois pode vender a madeira”, explica o pesquisador.

Entre as propriedades leiteiras que estão sendo acompanhadas está a da família de Alex da Silva. Após uma visita de João K, ele decidiu redesenhar o sistema de produção da fazenda de 4,5 hectares. Além de recuperar e reformar as pastagens com o cultivo consorciado de capim braquiária com guandu e milho, Alex implantou diferentes arranjos de eucalipto, com renques de uma a quatro fileiras de árvores.

Do preparo do solo aos cultivos, tudo foi feito com poucos recursos. “Usamos um subsolador emprestado, só paguei as horas do operador. Medimos as linhas (de plantio) com uma trena e marcamos com papel higiênico”, lembra o produtor. Hoje, as ruas formadas pelos renques de árvores já são visíveis. Animado, Alex deve plantar também milho, sorgo e girassol.

Em 2015, a propriedade organizou um dia de campo que recebeu cerca de 200 participantes, muitos deles agricultores familiares de Ipameri e municípios vizinhos. “Mostramos que o pequeno produtor também tem condições de fazer ILPF. Dificuldades existem, mas ele precisa ter iniciativa, porque tecnologia não falta”, diz o produtor, que neste ano já conseguiu comprar um trator.

Mais opções

João K cita ainda o caso de um produtor de leite que está obtendo sucesso com a adoção de algumas tecnologias que aumentam a eficiência produtiva, como a melhoria do processo de ordenha, a adubação da pastagem e o pasto rotacionado. “Ele era empregado de uma fazenda e adquiriu um lote de terra de dois alqueires (pouco mais de 9 hectares). Hoje, produz 400 litros de leite por dia e já tem até camionete a diesel”, conta João K.

Além da ILPF e das tecnologias que melhoram a eficiência produtiva de leite, o pesquisador sugere alternativas que podem alavancar a agricultura familiar em Ipameri, como a fruticultura, a exemplo do maracujá, exitoso entre agricultores do Distrito Federal e Entorno; os sistemas de policultivos; pseudocereais como o amaranto e a quinoa; a mandioca industrial e de mesa; a soja para consumo humano; e feijões especiais.

“Temos na mão um grande potencial para engrandecer esse grupo de produtores. Mas o ingrediente principal é a coragem do produtor em adotar as tecnologias”, garante o pesquisador, que agora procura uma fazenda para se especializar em consórcio milho-capim braquiária. “Melhorar o desempenho da pequena propriedade constitui uma das maiores revoluções na agropecuária brasileira”, finaliza.

Breno Lobato (MTb 9417-MG)
Embrapa Cerrados
cerrados.imprensa@embrapa.br
Telefone: (61) 3388-9945

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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Fungo descoberto em castanheiras pode ter atividade bactericida

Um subproduto inesperado dessas pesquisas é a descrição de uma nova espécie de fungo, o Penicillium excelsum, uma das mais de 350 espécies do gênero Penicillium

A castanha-do-brasil ou castanha-do-pará é objeto de estudo de diversos grupos de pesquisa em todo o País. Um dos objetivos dos estudos visa entender como evitar a contaminação das castanhas por espécies de mofo ou bolor que produzem substâncias tóxicas.

Um subproduto inesperado dessas pesquisas é a descrição de uma nova espécie de fungo, o Penicillium excelsum, uma das mais de 350 espécies do gênero Penicillium, o mesmo de onde se extraiu, originalmente, a penicilina, o primeiro dos antibióticos.

Publicado no periódico PLoS ONE, o trabalho é liderado pela bióloga e pesquisadora Marta Hiromi Taniwaki, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) de Campinas, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, com o apoio da Fapesp.

A castanheira-do-brasil (Bertholletia excelsa) é uma árvore amazônica que pode alcançar mais de 50 metros de altura. A planta produz ouriços que amadurecem e caem no chão da floresta, partindo-se e liberando suas sementes, as castanhas. O Brasil lidera a produção mundial.

No Acre, o maior produtor nacional, as sementes são conhecidas como castanha-do-acre. Já na Bolívia, o segundo maior produtor, o nome é almendra (amêndoa), noz-amazônica ou noz-boliviana. No resto do planeta, a noz comestível da castanheira amazônica é a Brazil nut, a noz do Brasil.

Devido ao desmatamento, desde 1998, a castanheira-do-brasil é considerada uma espécie vulnerável à extinção, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. Sua extração é proibida por lei.

A castanha-do-brasil é um produto importante na pauta de exportações da indústria extrativista da Amazônia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção brasileira, em 2013, foi de 38 mil toneladas.

Os maiores consumidores são os Estados Unidos e a China. Já a União Europeia proibiu em 2000 a importação das castanhas. O embargo foi devido à presença de aflatoxinas, que são toxinas produzidas por algumas espécies de fungos, em concentrações acima do permitido pela regulação sanitária europeia. Estudos mostram que, em altas concentrações, as aflatoxinas podem atacar o fígado, causando necrose, cirrose hepática, edema e câncer.

Hoje se sabe que a formação das toxinas pelos fungos nas castanhas se deve às condições de umidade na floresta e ao tempo de estocagem até as sementes atingirem um nível seguro de umidade. Castanhas que são secas à temperatura de 60 graus e mantidas em estoques apropriados apresentam menos fungos e menor possibilidade de conter as toxinas do que aquelas armazenadas sem os mesmos cuidados.

Após todos esses estudos e esforços ao longo da cadeia de extração e processamento da castanha, em 2011, a Europa levantou o embargo e voltou a comprar nossas castanhas. Ao mesmo tempo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também estabeleceu limites máximos para as aflatoxinas na castanha-do-brasil, a fim de proteger o consumidor.

De acordo com Marta Taniwaki, o objetivo principal de seu trabalho com as castanhas-do-brasil era verificar a ocorrência de fungos produtores de aflatoxinas. “Além disso, estávamos interessados em conhecer a micobiota, os fungos presentes na castanha e no ecossistema amazônico ao redor das castanheiras”, explicou Taniwaki.

Fonte: Peter Moon / Agência FAPESP

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Estados Unidos têm crescimento recorde de produtores orgânicos

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) anunciou um aumento significativo no número de produtores orgânicos certificados, mantendo a tendência de crescimento de dois dígitos no setor orgânico. De acordo com novos dados, agora existem 21.781 operações orgânicas certificadas nos Estados Unidos.

“Como a demanda dos consumidores por produtos orgânicos continua a crescer, o selo orgânico USDA tornou-se um padrão global de liderança. O número crescente de operações orgânicas mostra que o forte apoio do USDA para o setor orgânico está ajudando a criar empregos e oportunidades em comunidades rurais”, disse o secretário de Agricultura, Tom Vilsack.

O aumento foi de quase 12% entre 2014 e 2015, representando a maior taxa de crescimento, desde 2008, e um aumento de quase 300%, uma vez que a contagem começou em 2002. O mercado total de varejo de produtos orgânicos está agora avaliado em mais de U$ 39 bilhões nos Estados Unidos, ou seja, mais da metade do mercado mundial.

USDA tem apoiado uma conexão mais forte entre os consumidores e sua alimentação através de investimentos acima de U$ 1 bilhão para mais de 40.000 empresas locais e regionais e para projetos de infraestrutura desde 2009.

Fonte: USDA / Tradução: Planeta Orgânico

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Projeto Estruturante Sebrae Cosméticos de Base Florestal da Amazônia tem agendas existosas em Paris e Chartres – Planeta Orgânico foi o organizador destas agendas nas quais o evento Green Rio foi promovido

O Projeto Estruturante SEBRAE Cosméticos de Base Florestal da Amazônia realizou Missão Internacional na Itália (Feira Cosmoprof) e na França em março de 2016.

O Diretor Superintendente do SEBRAE Amazonas, Aécio Ferreira da Silva foi o chefe desta delegação composta por representantes de seis estados da Amazônia: Amazonas (Wanderléia Oliveira, Ligia Silva e Maria José Alves): Acre, (Dikison Rodrigues), Amapá (Lindetti Ferreira), Pará (José Antono Dias), Roraima (Rodrigo da Rosa) e Tocantins (Flavia Bolsonaro). 
O SEBRAE Nacional estava representado por Krishna de Faria.
João Matos, consultor do Projeto, acompanhou e apoiou a delegação durante toda a Missão.

Coube ao Planeta Orgânico organizar e coordenar as reuniões realizadas na França, em Paris e em Chartres.

PARIS

No dia 22 de março de 2016 foi realizada a apresentação do Projeto Estruturante SEBRAE Cosméticos de Base Florestal da Amazônia na Embaixada do Brasil em Paris.

Roberto Doring, Chefe do Setor Comercial da Embaixada do Brasil em Paris deu as boas vindas e ressaltou a importância de uma aproximação entre Brasil e França num setor onde Brasil tem a riqueza da biodiversidade da Amazônia e a França detém a tecnologia na área de cosméticos.

Em seguida Maria Beatriz Martins Costa, diretora do Planeta Orgânico, fez a apresentação sobre o projeto para uma plateia que contou com a presença de jornalistas, empresários do setor de cosméticos, pesquisadores e investidores.

Após a apresentação de Maria Beatriz, Wanderleia Oliveira, SEBRAE Amazonas, fez uma breve apresentação detalhando os eixos do Projeto e os progressos já realizados.

Depois das apresentações o público presente fez várias perguntas, todos interessados em saber mais sobre o Projeto, os produtores envolvidos e os indicadores já identificados.

O Embaixador do Brasil na França, Paulo César de Oliveira Campos, foi pessoalmente cumprimentar a delegação e lembrou que há acordos de cooperação entre Brasil e França, em especial, Amapá e Guiana Francesa, fato este que marca o início dos novos usos político-territoriais da fronteira francoamapaense.

CHARTRES

No dia 23 de março de 2016 a delegação partiu para a cidade de Chartres, onde fica a sede do primeiro cluster de cosméticos da União Européia, Cosmetic Valley.

Desde 2013 o Planeta Orgânico vinha fazendo uma aproximação entre o Projeto Estruturante Cosméticos de Base Florestal da Amazônia e Cosmetic Valley.

Foram identificadas as seguintes sinergias do referido Projeto com Cosmetic Valley, que tem padrão “eco- responsable”

  • Promoção da economia da biodiversidade
  • Promoção do desenvolvimento local e conhecimento tradicional

Também foram apontadas as seguintes oportunidades de parcerias com Cosmetic Valley

  • Inovação industrial visando qualidade da matéria prima
  • Intercâmbio de pesquisas entre universidades da França e do Brasil

(Cosmetic Valley tem parcerias com sete universidades na França)

No dia 23 de março foi realizada uma reunião com o Diretor Presidente da Cosmetic Valley, Jean Luc Ansel, que deu as boas vindas ao grupo e em seguida fez uma apresentação sobre o Cosmetic Valley, na qual destacou que este foi o primeiro cluster de cosméticos da União Européia.

Ansel também falou sobre as oportunidades de parcerias entre Cosmetic Valley e o Projeto SEBRAE Cosméticos de Base Florestal da Amazônia, que abrangeriam desde pesquisa a encontros de negócios que ocorreriam durante o evento Cosmetics 360, que será realizado em outubro de 2016, em Paris.

Após a apresentação, os representantes da delegação brasileira fizeram perguntas ao Sr Ansel e ao final da reunião foi assinado um Acordo de Intenções entre Cosmetic Valley e o Projeto SEBRAE Cosméticos de Base Florestal da Amazônia, pelo qual assinaram o Sr. Jean Luc Ansel e o Dr. Aécio Ferreira da Silva, Diretor Superintendente do SEBRAE Amazonas.


Aécio Ferreira da Silva e Jean Luc Ansel assinam o Acordo de Intenções para Cooperação.


Repercussão das reuniões em Paris e Chartres já são registradas na mídia Francesa

A apresentação realizada na Embaixada do Brasil em Paris dia 22 de março de 2016 ganhou matéria no portal Premium Beaty News, mídia especializada em cosméticos, que publicou a notícia abaixo.

Clique aqui para notícia.


A reunião da delegação do Projeto SEBRAE Cosméticos de Base Florestal da Amazônia com o Diretor Presidente da Cosmetic Valley, Jean Luc Ansel, em Chartres, foi noticiada no jornal ECHO REPUBLICAIN, com a chamada “Cosmetic Valley recebe o Brasil”

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