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Novos modelos
Os novos modelos de desenvolvimento da pecuária são caracterizados por sistemas com tecnologias “limpas ” baseados nos princípios da sustentabilidade da produção. Estes novos modelos devem gerar uma pecuária orgânica que tenha como prioridade o bem estar dos animais. Os sistemas de produção devem objetivar uma produção que, ao mesmo tempo em que não comprometa o equilíbrio ecológico dos agroecossistemas tenha como a meta produzir um alimento de qualidade.O manejo geral da pecuária orgânica deve considerar principalmente o bem estar dos animais, suas necessidades em relação ao ambiente e suas exigências nutricionais. Primeiramente, devemos entender que para consolidarmos uma pecuária em sistemas de produção agroecológicos é necessário que a propriedade esteja certificada e que tenha adotado o manejo holístico ( abrangente, integrador) de todos os setores do empreendimento. Os animais devem ter nascidos e serem criados nestas propriedades para que seus produtos ( leite, carne, etc.) recebam o selo de orgânicos . A evolução de um rebanho orgânico deve se dar a partir destes animais que nasceram e se desenvolveram dentro da propriedade com certificação para produtos orgânicos. Atualmente, segundo as normas técnicas de produção do Instituto Biodinâmico ( IBD ) a aquisição de animais externos à propriedade é limitada num máximo de 10 % do total do rebanho.O desenvolvimento do rebanho através de transplante de embriões ou qualquer outro tipo de manipulação genética como o uso de animais geneticamente modificados (popularmente chamado de transgênicos) é proibido na pecuária orgânica.
Manejo Nutricional
Quanto ao manejo nutricional na pecuária orgânica, este é baseado principalmente no uso de pastagens, além do uso de forrageiras volumosas como cana-de-açúcar, capim elefante, silagens, leguminosas, feno e outras opções, desde que produzidas de acordo com as normas agroecológicas para produção agrícola. O uso de rações e concentrados devem ter um total controle de origem, ou seja, é necessário que a fonte dos ingredientes seja conhecida e provenha de sistemas de produção orgânico.
O uso de rações com resíduos animais como cama de frango, farinha de peixe, farinha de ossos e outras similares é proibido nas normas de produção. Atualmente, de acordo com a Instrução Normativa n0 007, de 17/05/1999, que orienta as normas das certificadoras nacionais, existe uma tolerância em relação aos ingredientes não comprovados como orgânicos ( grãos: milho, soja, trigo, sorgo, etc. ).
Pode-se usar até 20 % de toda matéria seca dos ingredientes fornecidos aos animais provenientes de fontes não orgânicas. As rações e concentrados não podem conter antibióticos, uréia, aditivos, conservantes químicos, promotores de crescimento, corantes artificiais, resíduos de animais e qualquer outra substância que persistir no ambiente e afetar a cadeia alimentar. Também é restritivo o uso de fontes sintéticas de vitaminas e suplementos.
Existem várias alternativas para substituição das substâncias proibidas, como por exemplo, os aditivos das rações e concentrados, pode-se usar vitaminas de origem natural, ervas, leveduras, melaço, sal , algas e açúcar mascavo
( todos provenientes de sistemas agrícolas orgânicos). Cabe ressaltar o imenso potencial de ervas que podem ser utilizados para estes fins, a pesquisa esta praticamente iniciando trabalhos que irão gerar novas alternativas.
Fontes:
Agrosuisse – Serviços Técnicos Agropecuários Ltda.
Livro “Produção Orgânica de Carne Bovina”, Maria do Carmo Arenales, Ed.: Centro de Produções Técnicas.
Diretrizes do Instituto Biodinâmico – IBD ano 2000.
Normas Técnicas de Certificação de Produção – ABIO, 2001.
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