“Análise de consumo médio de água em 2.118 residências divididas em três bairros de Guaratinguetá”
Mario Luís Mathídios dos Santos, Engenheiro Civil e Especialista em Tecnologias Ambientais
Meses de referência: Julho à Dezembro de 2.003
O Projeto III é um estudo de análise de consumo médio global de água em três bairros de diferentes classes sociais do município de Guaratinguetá.
Este estudo tem a finalidade de mostrar os percentuais de consumo médio de cada bairro, e para que, e quantos casos seriam economicamente viáveis a substituição dos materiais hidráulicos convencionais, por materiais considerados economizadores de água. Quais os resultados destas substituições?
No Projeto II (tabela 13), foi demonstrado que se tornam viáveis as substituições de materiais convencionais por materiais econômicos para residências que consomem um volume superior a 25,00m³.
Apresentação
Bairros analisados:
Jardim do Vale I: (Considerado de Padrão Popular). Com 1.376 residências.
Vila Paraíba: (Considerado de Padrão Normal). Com 583 residências.
Alberto Byngton: (Considerado de Padrão Normal). Com 159 residências.
Meses de referência para consumo médio mensal: Julho à Dezembro de 2003.
Aplicação
De acordo com os dados de consumo médio de água fornecida pela SAAEG, foi executada uma minuciosa separação das edificações (Independente de classe social, número de banheiros, áreas construídas), consideradas residenciais, das demais como: pontos comerciais, escolas, etc.
Para facilitar a análise do consumo médio, surgiu a tabela “14”, demonstrando e classificando os consumos nos três diferentes bairros. Os resumos dos dados também estão representados separadamente nos gráficos 2, 3 e 4 e concluídos na tabela 11.
Jardim do Vale I (Considerado de Padrão Popular). Com 1.376 residências.
Vila Paraíba (Considerado de Padrão Normal). Com 583 residências.
Alberto Byington (Considerado de Padrão Normal). Com 159 residências.
Conforme a tabela 12 e a tabela 13
Análise dos Resultados
Tabela Resumida
Residências que tem o consumo superior à 25m³ / mês |
|||
Total de residências |
% |
Número de residências |
Bairros |
1376 |
19,40 |
267 |
Jardim do Vale I |
583 |
51,46 |
300 |
Vila Paraíba |
159 |
67,29 |
107 |
Alberto Byington |
No total de 2.118 residências analisadas nos três bairros.
674 residências (31,82%) consomem acima de 25 m³ de água por mês.
Neste projeto, podemos ressaltar alguns números significativos com relação ao consumo de água superior a 25m³.
Duzentas e sessenta e sete residências do bairro Jardim do Vale I consomem um volume médio mensal de água superior a 25m³. Existem casos isolados com consumo bem superior, conforme as Tabelas 11 e 14; vinte e duas residências têm o consumo médio superior à 150m³/mês. Não estamos considerando as perdas que não devem ser pequenas. Todos os dados foram fornecidos pela concessionária SAAEG.
Trezentas residências do bairro Vila Paraíba, consomem acima de 25m³ e vinte e seis residências consomem um volume médio superior a 45m³/mês conforme a Tabela 11.
Cento e sete residências do bairro Alberto Byington consomem acima de 25m³ e vinte e seis residências consomem um volume médio superior a 45m³/mês conforme a Tabela 11.
A influência muito nestes números se deve principalmente ao fato da divisão de classe social. O consumo de água está muito ligado também pelas características construtivas de cada residência.
É bem provável que o número de banheiros das residências no Jardim do Vale I é inferior ao número de banheiro de outros bairros, portanto o consumo é menor. Assim como também é provável a utilização de água para limpeza das residências com maior área construída, com por exemplo às residências do bairro Alberto Byington.
Independente dos bairros é perceptível o consumo excessivo de água em algumas residências. Acreditamos que em outros bairros, os dados não seriam muito diferentes. Seria importante a instalação destes materiais economizadores de água.
Observação
Veja os anexos da tabela 14 e Gráficos 2,3 E 4
Conclusão final dos Três projetos
No projeto I os recursos de investimentos necessários para a implantação são da ordem de R$ 450,00 (quatrocentos e cinqüenta reais), propiciando uma economia de 34,55% no consumo/mês de água.
A economia financeira é na ordem de 45,64%, o que representaria próximo da metade do que o consumidor teria que desembolsar.
A amortização do investimento tem uma influência nos custos maiores de materiais como, por exemplo, as substituições de quatro bacias sanitárias que representam acima de 60% do custo total.
Neste caso, a amortização para este investimento seria de 3 anos e 5 meses, o que poderia ser menor se houvesse um número inferior de bacias sanitárias.
No projeto II a intenção foi a de determinar as melhores condições de investimento de um projeto de uso racional da água. Os resultados mostraram que os investimentos se tornam satisfatório para residências que tenham consumo médio superior à 25m³. Apresentaram-se casos com redução de 40% a 85% nos custos.
A amortização dos custos aumentará de acordo com o aumento do número de banheiros ou peças, caso ocorrido no projeto piloto I.
No projeto III a intenção foi a de determinar o número de residências e o consumo médio de água em três bairros de diferentes padrões.
Os números mostraram que seiscentas e setenta e quatro residências consomem um volume total de 28.177m³/mês de água (tabela 14). “Em números redondos” isso daria uma média de 40m³/mês para cada residência, a um custo de R$50,79/mês/residência de padrão popular conforme a tabela 11.
Com as instalações dos materiais economizadores de água o custo médio mensal reduziria em 50% (podendo chegar até 85%); considerando uma redução mínima de 50%, isto representaria uma economia total de R$17.116,23/mês e R$205.394,76/ano nas seiscentas e setenta e quatro residências. Este sim parece ser um número expressivo.
Comprando ou substituindo os materiais considerados convencionais por econômicos será sempre vantajoso; principalmente para quem consome acima de 20m³.
Estes projetos mostraram como é importante e expressiva a diferença do consumo de água e dos custos quando instalamos os materiais economizadores de água. A instalação de um simples arejador de vazão constante em uma torneira é possível economizar no mínimo 20% do consumo de água. Isto é realmente fantástico.
Pelos dados demonstrados acreditamos que poderíamos atingir uma economia significativa se imaginássemos a implantação em todas as residências de Guaratinguetá.
A pesquisa serviu muito para a utilização de equipamentos economizadores de água e o uso racional da água.
O Brasil tem as maiores reservas de água do mundo. Nós cidadãos podemos e devemos evitar perdas desnecessárias do produto. Porque não, começarmos com a “otimização do consumo de água em nossas residências”.
Documento anexo
Alguns Dados de Consumo de Água no Mundo