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Planeta Orgânico entrevista Moacyr Fernandes e Carla Salomão / IBRAF

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Moacyr Fernandes e Carla Salomão

Confira a entrevista com Moacyr Fernandes, presidente do IBRAF, e Carla Salomão, coordenadora da área de Fruticultura Orgânica do IBRAF, sobre o os desafios e oportunidades de negócios para a Fruticultura Orgânica e Sustentável.

Carla Salomão foi palestrante na BioFach América Latina/ ExpoSustentat 2008

 

Respostas de Moacyr Fernandes

PO – O que é o IBRAF?

Moacyr Fernandes – O Instituto Brasileiro de Frutas – IBRAF é uma organização privada sem fins lucrativos, fundada em 1990, por lideranças do setor frutícola com a missão de promover o crescimento organizado do agronegócio das frutas no Brasil, por meio da divulgação de informações técnicas e mercadológicas para todo o setor, de forma a possibilitar a inserção de produtores, empresas e agroindústrias no mercado nacional e internacional, incentivando também meios de produção sustentáveis para contribuir com a preservação do meio ambiente e com a segurança alimentar. 

 PO – Desde quando o IBRAF atua na promoção da fruticultura brasileira?

Moacyr Fernandes – O IBRAF possui parceria desde 1998 com a APEX-Brasil (Agência de Promoção de Exportação e Investimentos), para a realização do Programa de Promoção das Exportações de Frutas e Derivados que utiliza a marca “Brazilian Fruit” para promover as frutas brasileiras e seus derivados no exterior. Este projeto possibilitou a inserção de várias empresas no exterior e um saldo positivo na balança comercial. Em 1998 a balança comercial de frutas frescas apresentava um déficit de US$106 milhões, em 2007 obteve um superávit de US$ 430 milhões, ou seja, o Brasil passou de importador para exportador reconhecido no mercado mundial em apenas 8 anos. 

PO – Que produtos podem contar com o apoio promocional do IBRAF?

Moacyr Fernandes – O projeto Brazilian Fruit teve um grande salto de produtos atendidos, começou com apenas 4 frutas em 1998 e atualmente envolve a promoção de mais de 20 frutas, todas elas seguem os requisitos internacionais de produção e processamento para exportação.

Frutas Frescas: limão, maçã, manga, melão, mamão, uva, abacaxi, banana, laranja, tangerina, pêssego, caqui, figo, morango, goiaba, acerola e melancia.

Frutas Processadas: polpas e sucos, castanha de cajú, água de coco entre outras.

PO – Que ações o IBRAF já realizou em prol da fruticultura sustentável?

Moacyr Fernandes – O Ibraf realiza projetos de desenvolvimento setorial com pequenos produtores de regiões como Tocantins, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, envolvendo assentados que produzem abacaxi.

Está em desenvolvimento também, em parceria com o Sebrae-SP, o Projeto Fruta Paulista que visa a capacitação de 400 produtores de 7 regiões do Estado de São Paulo em Boas Práticas Agrícolas, método de produção que atende aos principais requisitos de preservação do meio ambiente, segurança no trabalho e segurança alimentar exigidos internacionalmente.

A fruticultura é uma atividade essencialmente sustentável, pois está fundamentada em pequenas e médias propriedades, e demanda grande quantidade de mão de obra, estima-se que a fruticultura é responsável por 40% da mão de obra do agronegócio. Além disso, o setor proporciona emprego e renda em regiões caracterizadas há alguns anos pela pobreza e seca e que atualmente com a implementação de sistemas de irrigação grandes empresas do setor e pequenos produtores podem cultivar frutas de qualidade o ano todo.

PO – Como o IBRAF poderá contribuir para o fortalecimento do setor orgânico?

Moacyr Fernandes – Apoiando o desenvolvimento da produção de frutas cultivadas biologicamente, com informações de mercado, divulgação sobre os seus benefícios ao consumidor e promoção de eventos deste setor, que, inquestionavelmente, terão uma participação representativa na oferta e consumo de frutas.  

PO – Quem ficará responsável pela coordenação da área de orgânicos do IBRAF?

A divisão de orgânicos no IBRAF ficará a cargo da Sra. Carla Salomão engenheira agrônoma e mestre em Economia Rural pela USP/Esalq. Carla é diretora presidente da Sastro Consulting, empresa de prestação de serviços de consultoria, representação comercial de frutas e produtos orgânicos. Foi conselheira e diretora do Instituto Brasileiro de Frutas e, atualmente, faz parte do conselho técnico da Associação de Comércio Exterior do Brasil. 

Respostas de Carla Salomão

PO – Que desafios você vê a curto e médio prazo para o desenvolvimento da cadeia de fruticultura orgânica no Brasil?

Carla Salomão – O desenvolvimento desta cadeia é, certamente, um grande desafio que requer, de partida, a visão de estruturação e disseminação da informação. Levantar dados e juntar aos que já existem no Brasil e no Mundo, processá-los e estruturá-los de modo a gerar as informações que irão apoiar a tomada de decisão dos agentes desta cadeia. Sejam eles investidores, governos, comunidade científica, de ensino, traders, enfim, todo o universo de partícipes que, de fato, realizam as reconhecidas potencialidades de ganhos neste setor. 

PO – De que modo esta parceria entre IBRAF e Planeta Orgânico poderá contribuir para solucionar estes desafios?

Carla Salomão – Exatamente no cerne que permitirá um desenvolvimento sustentável da cadeia de frutas orgânicas – a geração de informação. Com isto, a possibilidade de apoio para projetos e programas de desenvolvimento, além da concretização de uma referência institucional, que trabalha focada no interesse desta cadeia de negócios

PO – Como está o mercado internacional de frutas orgânicas?
Quem são os principais players?

Carla Salomão – È um mercado com forte pressão compradora. A busca de frutas orgãnicas tornou-se mais intensa nos últimos 5 anos. O Brasil é bastante procurado, mas não temos conseguido atender ao mercado, por falta de capacidade de resposta da oferta. È preciso uma rápida reversão neste quadro, posicionando o país como uma fonte de oferta regular e diversificada de frutas orgânicas.

O mercado mundial movimenta cerca de US$ 30 bilhões. No Brasil, é um mercado de cerca de US$ 250 milhões, com potencial de crescimento anual médio de 25%. Estiam-se que 60% da produção é exportada. Os principais compradores são os países desenvolvidos, na Europa (Alemanha, Inglaterra, Itália, França), EUA, Canadá e Japão.

América Latina a Europa possuem, juntas, 68,5% das unidades de produção, apresentando uma grande expansão e um potencial de produção e consumo significativo. o Brasil um dos principais produtores, com a 6ª maior área: 887,6 mil ha – em 2000 esta área era de apenas 100 mil ha.

PO – Que ações do IBRAF estão previstas para a BioFach América Latina/ExpoSustentat em São Paulo, de 23 a 25 de outubro?

Carla Salomão – Será realizada uma Rodada Internacional de Negócios no qual serão convidados compradores estrangeiros para negociar com as empresas brasileiras, além de palestras sobre o setor.

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