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Introdução ao sistema orgânico de produção

A utilização do sistema orgânico de produção exige conhecimento técnico em grau elevado. Para sua condução é fundamental conhecer as interações ecológicas e biológicas envolvidas na atividade agrícola, estar capacitado para manejar os ciclos de nutrientes, de modo a reduzir a dependência de insumos (adubos, fertilizantes, sementes) externos à propriedade.

A prática da agricultura orgânica requer muita mão-de-obra, seja assalariada ou familiar. Em países como o Brasil, onde há mão-de-obra em abundância, esse tipo de agricultura constitui uma excelente opção para ocupação de pessoas no meio rural, com a vantagem adicional de preservar a saúde do trabalhador rural e não causar danos ao ambiente natural.

As alternativas são muitas; além da produção agrícola também é possível obter alimentos orgânicos da produção animal. A oferta de produtos de origem animal vem crescendo e em breve já será possível encontrar laticínios, carne de frango e outros alimentos provenientes da pecuária orgânica. No país, já se praticam diversas culturas em sistemas agroecológicos. Vejamos, com mais detalhes algumas delas:

HORTICULTURA

guiahortaA horticultura inclui todas as OLERICULTURAS ( folhas, legumes, tubercúlos, raizes , ervas e temperos ), a FRUTICULTURA ( frutas tropicais e temperadas ) e a FLORICULTURA ( flôres para arranjos e flôres comestiveis ).
A horticultura orgânica está bastante difundida e vem conquistando cada vez mais os produtores convencionais e novos produtores. O produtor de horticultura convencional começa a se conscientizar sobre as vantagens de trabalhar com sistemas agroecológicos:

frutinh preserva a sua saúde de sua família, por não utilizar agrotóxicos.

frutinh produz alimentos e de qualidade, preservando também a saúde do consumidor.

frutinh diminui seu custo na compra de insumos.

frutinh aumenta o valor agregado de seu produto

O sistema de produção pode ter os seguintes objetivos: produção exclusiva para auto-subsistência da família (hortas caseiras), produção para auto-subsistência com venda da produção excedente no mercado e produção voltada prioritariamente para a comercialização.

A produção orgânica de subsistência pode ser feita em alguns canteiros como também em áreas em pouco maiores. São pequenas hortas. Estas áreas podem variar de 100 ate 500 metros quadrados.
A partir de 1000 metros quadrados, pode-se considerar que a horta, além de produzir para a subsistência , poderá vender o excedente para o mercado e conseqüentemente obter algum recurso extra.
A produção orgânica em áreas acima de 5000 metros quadrados (meio hectare) ou um quadrado de 100 metros quadrados (+ ou – 1 campo de futebol), já pode ser considerada área apta a cultivo comercial. O tamanho médio de hortas orgânicas varia de 1 a 5 hectares.

GRÃOS E CEREAIS

graorowOs grãos e cereais incluem alimentos como arroz, feijão, milho, soja, trigo, girassol, gergelim, lentilha, aveia e muitos outros. A tecnologia de produção de grãos e cereais orgânicos vem se desenvolvendo de forma acentuada e sua produção pode ser desenvolvida em pequena e larga escalas. Algumas regiões do Brasil estão convertendo seus sistemas convencionais para sistemas agroecológicos. Uma das principais razões dessa conversão é a necessidade de recuperação dos solos nas áreas que já foram plantadas de forma intensiva. Estas áreas necessitam de sistemas com um manejo racional que possam garantir a sua exploração a longo prazo.

A oferta destes produtos já atende, em parte, o mercado interno mas é para a exportação que a maior parte desta produção se destina. Os grãos e cereais são alternativas bastante interessantes tanto para o mercado interno quanto para exportação, visto que os produtos não são perecíveis e podem percorrer mais facilmente longas distâncias. O Brasil vem obtendo um padrão crescente de qualidade na produção de soja, trigo, feijão e arroz orgânicos, conquistando consumidores do país e do mercado internacional.

 

O mercado europeu é o mais promissor

O mercado europeu é o mais promissor

O mercado europeu é o mais promissor; a resistência ao grão transgênico, a preocupação com resíduos químicos nos alimentos e a necessidade de importação para suprir a demanda, vem gerando grande interesse do mercado europeu pelos grãos orgânicos, desde que certificados e produzidos dentro das estritas normas de produção agroecológica. Cabe ressaltar, contudo, que a exportação de produtos orgânicos exige profundo conhecimento das intrincadas normas, padrões e exigências relativas à qualidade e certificação, exigidas pelo Mercado Comum Europeu.

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