Alimentos funcionais, também chamados “nutracêuticos”, podem ser definidos como :
“Produtos alimentícios que produzem benefícios específicos à saúde além dos nutrientes tradicionais que eles contém”.
“Alimentos que contém níveis significativos de componentes ativos biologicamente que trazem benefícios à saúde além da nutrição básica.”
Seja qual for a definição adotada, todos os alimentos funcionais são vistos como promotores de saúde e podem estar relacionados à redução de riscos a certas doenças. Entretanto, os cientistas esclarecem que os alimentos funcionais sozinhos não podem garantir boa saúde, eles podem melhorar a saúde quando parte de uma dieta contendo uma variedade de alimentos, incluindo frutas, vegetais, grãos e legumes. Os alimentos funcionais ou nutracêuticos são estudados através de uma ciência chamada nutracêutica que descobriu os compostos bioativos nos alimentos, ou seja, os elementos que são capazes de atuar diretamente na prevenção e no tratamento de doenças.Em sua grande maioria, os compostos bioativos estão distribuiídos entre as frutas, legumes, verduras, cereais, peixes de água fria, leite fermentado, dentre outros. Eles são aproveitados no próprio consumo dos alimentos in natura ou então isolados e inseridos em outro produto passando então a ser enriquecido com nutrientes. Deste processo surgem as cápsulas de fibras e aminoácidos, os leites enriquecidos com ácidos graxos (ômegas 3 e 6) e vitaminas, por exemplo.
Base da alimentação do futuro, o que torna funcional um alimento é a presença ou não de um novo grupo de compostos identificados nas frutas e nos vegetais: os fitoquímicos (fito é um prefixo grego que significa planta). Eles não são considerados nutrientes já que nossas vidas não dependem deles, da mesma forma que das vitaminas. Ainda não se sabe a maneira exata como os compostos de plantas agem em nosso corpo, pois os mecanismos de ação são tão diversos quanto os compostos: alguns atuam como antioxidantes, outros como inibidores de enzimas.
Contudo, o que importa sabermos é que os fitoquímicos desempenham um papel fundamental para o organismo: ajudam a promover a saúde e a prevenir doenças, oferecendo apoio ao sistema de defesa interno. Os principais fitoquímicos são:
Compostos sulfurosos
Vegetais como o alho, a cebola, o alho-poró e a cebolinha contém sufidos, que podem estimular enzimas que inibem o crescimento bacteriano. Estudos na Grécia, China e Hawai, têm sugerido que um grande consumo de alho diminui a pressão sanguínea e aumenta a defesa imunológica. Entretanto, os benefícios do alho, em humanos continuam sendo estudados.
Isoflavonas
Compostos encontrados nos grãos de soja e ervilha. Similares ao hormônio feminino estrogênio, podem diminuir o risco de tumores malignos relacionados a hormônios, como o câncer de mama, de ovário e de próstata, além de proteger contra osteoporose. Além disso, as isoflavonas contidas na soja são convertidas no intestino, a fitoestrógenos que podem reduzir o tipo de colesterol que causa infartos, o LDL. Pesquisas recentes mostram que dietas ricas em soja ajudam a reduzir os níveis de colesterol prejudicial (LDL) no sangue, de 12% a 15%.
Isocianatos e Indoles
Compostos presentes em vegetais como brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas, repolho, além de agrião, nabo e rabanete. Além de oxidantes, acredita-se que esses compostos inibem a danificação do DNA, que dispara algumas formas de câncer.
Clorofila
Além de conferir a cor verde aos vegetais, estimula a produção de glóbulos vermelhos do sangue e ajuda a proteger contra o câncer. Algas, plantas marinhas e vegetais verdes são as principais fontes de clorofila e ainda oferecem vitaminas A, C, B12, B6, K e ácido fólico.
1 – A produção de alimentos e novos conceitos
3 – Legislação & Cenários futuros