RELATÓRIOS DE MERCADO |
Fevereiro/Março 2007
Produção de Hortaliças Orgânicas
Análise do Setor de Alimentos Orgânicos
na União Européia
Análise do Setor de Alimentos
Orgânicos no Brasil
NOTÍCIAS EM DESTAQUE |
Resumo Executivo Bimestral
Índia quer ser Referência no Cenário de Orgânico em 2010 |
O Congresso da International Federation of Organic Agriculture Movements, IFOAM incluiu um painel sobre o desenvolvimento da agricultura orgânica na Índia. O painel foi moderado pelo presidente da IFOAM, Sr. Gerald A. Hermann, e sócio consultor da empresa Organic Service, sediada na cidade de Munique, Alemanha.
O Congresso apresentou painéis de diversos países, destaque para a Índia que demonstra ser um grande potencia para o desenvolvimento da agricultura orgânica. O governo da Índia esta apoiando os produtores rurais que querem realizar a conversão e a certificação do sistema de produção. Este apoio inclui subsídios financeiros, assistência técnica, integração comunitária e apoio na comercialização nos mercados locais.
A Índia através de seu ministério Agricultural and Processed Food Produtcs Export Developmente Authority^ , APEDA, responsável de promover o amplo desenvolvimento da agricultura orgânica. A presença do governo da Índia estava no Chairman, da Agricultural and Processed Food Products Exporte Development Authority, APEDA, Sr. K. S. Money, and Sr. S. Daves, director fo APEDA. Esta presença de representantes diretos do governo da Índia consolida um posicionamento de uma política publica nacional para o desenvolvimento da agricultura orgânica no país. A presença da Dr. Vandana Shiva, Navdanya, e do Sr. Mukesch Varma, da World Organic Trade Fórum, completaram o painel.
A índia possui 2,5 milhões de hectares certificados com 35 mil propriedades certificadas. Atuam em todo o país 11 certificadoras e são exportados 35 diferentes produtos. O volume exportado chega a 15 mil toneladas e um faturamento de US$ 112 milhões. Estes números colocam a Índia entre os três maiores produtores de alimentos orgânicos.
A Índia desenvolve um programa, National Program for Organic Production, NPOP, este programa inclui todo o suporte as fazendas de produção orgânica. Através deste programa foi possível harmonizar as normas de produção e facilitar o acesso ao mercado externo e desenvolver o National Standards for Organic Production , NSOP, como instrumento para o acesso aos mercados. Estes programas estão harmonizados e reconhecidos pelas normas NOP e de acordo com as normas ISO: 65.
Mr. K.S. Money, autoridade máxima da APEDA, evidenciou o aumento da demanda no consumo de alimentos orgânicos no mundo que gerou um movimento de US$ 30 bilhões e que tem uma expectativa de US$ 100 bilhões em 2.010. No entanto apresentou que a Índia gerou US$ 23 milhões no ultimo ano, ou seja, o valor tem uma grande margem de aumentar sua participação no mercado mundial dos alimentos orgânicos. Segundo o ministro, a cooperação da Suíça, dos Estados Unidos da América e da União Européia, são fundamentais para o desenvolvimento do setor no país.
Mr. S. Dave, Diretor da APEDA, reforçou a atuação sobre a acreditação das certificadoras que atuam no país.
Os critérios seguem a obrigatoriedade da implantação das normas ISSO 17011 para todo o processo de certificação.
Algumas certificadoras consideram que os custos médios sejam adequados a realidade da estrutura das propriedades, ou seja, os valores ficam entre US$ 1.000 a US$ 4000 por propriedade, variando de acordo com a dimensão. Porem estes valores ficam acima da capacidade da grande maioria de produtores na Índia. Segundo Mr. Dave, é necessário que os valores sejam adequados e não ultrapassem de US$ 500 a US$ 600 por propriedade.
A apresentação da Dra. Vandana Shiva foi direta quanto ao desenvolvimento da produção e consumo de forma localizada atendendo prioritariamente a população local. Ressaltou que a agricultura orgânica é capaz de resgatar a biodiversidade e gerar benefícios sociais. Dra. Vandana Shiva faz uma comparação entre o modelo com uso intensivo de insumos químicos e o modelo livre dos insumos químicos, na sua conclusão demonstra que os benefícios do sistema orgânico são inúmeros, inclusive na produtividade dos alimentos no campo.
A estrutura agrária da Índia é caracterizada com propriedades pequenas e áreas médias entre 0,5 a 2,0 hectares. Normalmente possuem sistemas diversificados com baixa escala de produção. Existe uma dificuldade grande sobre a documentação e registros das áreas, alem da inexistência de mapas das propriedades. Este cenário é favorável para o desenvolvimento da agricultura orgânica, principalmente pela dimensão das áreas e uma tendência cultural de produzir de forma natural.
As Mudanças Climáticas e a Produção de Alimentos Orgânicos |
Foi realizado durante o congresso da BioFach 2007 o workshop “Climate Change and Organic Farming”, evento organizado e
promovido pelas seguintes entidades:
– Research Institute of Organic Agriculture, FiBL, Switzerland;
– Corporación Educativa para el Desarollo Costarricense, CEDECO, Costa Rica;
– Swiss Agency for Development and Cooperation (SDC), Switzerland;
– Humanist Institute for Cooperation with Developing Countries, Hivos, the Netherlands.
O workshop teve o objetivo de promover a divulgação das informações e o resultado de pesquisas técnicas e científicas relacionadas à produção de alimentos orgânicos e às mudanças climáticas. Além disto, iniciar o debate sobre as políticas de mercado e como as áreas de produção de alimentos orgânicos podem contribuir com a redução dos impactos causados pelas mudanças climáticas. O Evento também objetivou criar uma plataforma global para posicionar o setor orgânico frente às alternativas para contribuir com a redução destes impactos no planeta.
As mudanças climáticas já são uma realidade desde a primeira onda de calor na Europa, no verão de 2003, que causou a morte de diversas pessoas durante 2 semanas. Depois veio a intensa temporada de furacões em 2005, o furacão Katrina e outros tantos eventos climáticos anormais. No final de outubro de 2006, um relatório encomendado pelo governo britânico ao economista Nicholas Stern demonstrou a dimensão do problema e levantou os custos monetários envolvidos. Nestes custos são evidenciados que as perdas podem chegar a 20% da riqueza do planeta em um curto espaço de tempo. Por outro lado, o relatório aponta possibilidades de prevenir o problema a partir de 1% do produto interno bruto mundial. Há três semanas, já em janeiro de 2007, o Painel Intergovernamental para Alterações Climáticas da Organização das Nações Unidas, ONU, publicou o seu quarto relatório de avaliação sobre o conhecimento científico acerca do aquecimento global. O resultado é claro: existe 90% de chances de que o ser humano seja o responsável pelo aquecimento da Terra nos últimos 50 anos.
Esta agenda será intensificada nos próximos anos e deve ser incluída nas rodadas de negociações internacionais sobre o clima. O workshop apresentado antecipou a agenda mundial e colocou o setor de alimentos orgânicos como um grande coadjuvante das próximas negociações entre os organismos internacionais. O papel da produção de alimentos orgânicos na redução de gases na atmosfera terrestre foi evidenciado pela apresentação de trabalhos realizados na Costa Rica e no Brasil.
O Evento iniciou com a apresentação da pesquisa científica “Organic Agriculture and Climate Change: the Cientific Evidence” pelo pesquisador Sr. Andreas Fliessbach, do Research Institute of Organic Agriculture, FiBL. A pesquisa concluiu que as evidências das mudanças climáticas se confirmaram ao longo dos últimos anos e que a prática da agricultura orgânica é uma alternativa para reduzir os impactos causados pelo uso de substâncias químicas no solo, na água e no ar.
O trabalho desenvolvido pelo engenheiro agrônomo Manuel Amador, do CEDECO, na Costa Rica, denominado “CO Reduction in Agriculture: a 2 Comparison of Conventional and Organic Farming Systems in Costa Rica”, demonstra resultados bastante importantes. Na comparação entre o sistema de produção convencional com o orgânico, fica evidente que o modelo convencional provoca uma emissão de gases (CO ) muito acima do que aquela 2 do sistema orgânico. A conclusão da pesquisa indica que tanto no solo como no ar, a emissão de CO nos sistemas orgânicos não compromete o meio ambiente; 2 pelo contrário, contribui para o equilíbrio ambiental e promove o bem-estar dos vegetais, dos animais e do Homem.Um dos destaques do Evento foi a apresentação da engenheira agrônoma Ana Meireles, do Centro Ecológico do Rio Grande do Sul, Brasil. O trabalho “CO Fixation by Small Farmers in the 2 South of Brazil” foi apresentado com ênfase nos impactos positivos gerados tanto nas propriedades rurais quanto na comunidade. A pesquisa incluiu componentes sociais com a inclusão de ações educativas junto às instituições de ensino e, principalmente, na atenção à conscientização das novas gerações. O trabalho gerou um material educativo para toda a comunidade. Os resultados da pesquisa comprovam que sistemas agroflorestais contribuem para o desenvolvimento sustentável da região e que, através de ações direcionadas à capacitação de professores, é possível conscientizar as novas gerações para a melhora do comportamento humano frente aos problemas relacionados ao meio ambiente. A pesquisa representa uma visão pioneira na direção de contribuir com a saúde do planeta.
Outro destaque do workshop foi a apresentação do cientista do SDC-INFRAS, da Suíça, Dr. Othmar Schwark, que apresentou o trabalho “Impacts of Climate Change on Developing Countries and Adaptation Strategies”. A pesquisa desenvolvida pelo modelo DOK, que são trabalhos desenvolvidos a longo prazo, em torno de 30 anos, indicou evidências claras sobre as mudanças climáticas e os modelos de desenvolvimento em países da Europa e América Latina. Os resultados indicam a necessidade urgente de se criar novas estratégias para um desenvolvimento sustentável. Como as conclusões são baseadas em pesquisas de longo prazo, pode-se afirmar que os impactos ao meio ambiente foram estudados com bases científicas seguras.
O pesquisador Dr. Jan Verhagen, do Planet Research International Institute, da University of Wageningen, da Holanda, apresentou o trabalho “Possibilities to Include (Organic) Agriculture in a Future Climate Regime”. O trabalho demonstra como a produção de alimentos orgânicos tem viabilidade técnica e econômica para contribuir com a melhoria das condições climáticas. O moderador do Evento foi o Sr. Urs Niggli, diretor do FiBL, cuja participação foi decisiva para a boa condução dos trabalhos. Um destaque especial ao “hoster” do Evento, Dr. Salvador Garbay, do FiBL, que organizou e conduziu o Workshop de forma muito competente. Dr. Salvador Garbay desenvolve pesquisas como “Global CO Project: Organic Agriculture and its Importance in the 2 Mitigation of Climate Change”; sua participação consolidou o Evento e selou a importância do movimento orgânico no atual debate sobre as mudanças climáticas. O Workshop foi um ponto alto do congresso do IFOAM durante a BioFach 2007 em Nurembergue. Mais uma vez, o movimento orgânico demonstra uma capacidade de contribuir para a melhora de vida das pessoas e do planeta com uma visão holística e, sem dúvidas, demonstra que o setor vem ocupando um lugar de destaque nas principais questões mundiais.
O moderador do Evento foi o Sr. Urs Niggli, diretor do FiBL, cuja participação foi decisiva para a boa condução dos trabalhos. Um destaque especial ao “hoster” do Evento, Dr. Salvador Garbay, do FiBL, que organizou e conduziu o Workshop de forma muito competente. Dr. Salvador Garbay desenvolve pesquisas como “Global CO2 Project:
Organic Agriculture and its Importance in the Mitigation of Climate Change”; sua participação consolidou o Evento e selou a importância do movimento orgânico no atual debate sobre as mudanças climáticas. O Workshop foi um ponto alto do congresso do IFOAM durante a BioFach 2007 em Nürembergue. Mais uma vez, o movimento orgânico demonstra uma capacidade de contribuir para a melhora de vida das pessoas e do planeta com uma visão holística e, sem dúvidas, demonstra que o setor vem ocupando um lugar de destaque nas principais questões mundiais.
Simpósio IFOAM Discute Orgânicos no Chamado “mainstream” |
Foi realizado dia 14 de fevereiro de 2007, em Nurembergue, Alemanha, o “IFOAM, Trade Simposium 2007”. O encontro abre as discussões do congresso anual que é realizado durante a BioFach 2007. O tema deste ano foi : “In-between discount and premium:
Friend or foe?”
O encontro foi aberto pelo atual presidente da IFOAM, Sr. Gerald A. Hermann e contou com a participação de renomados palestrantes e um público de pesquisadores, técnicos e empresários.
O mercado de alimentos orgânicos está em permanente evolução e constantes mudanças para atender a novas oportunidades. O mercado cresce em todo o mundo. Este crescimento significa o aparecimento de novos atores na cadeia dos alimentos orgânicos, principalmente, agentes da cadeia de alimentos convencionais.
O Simposium discutiu as implicações da produção em larga escala de alimentos orgânicos e as conseqüências no mercado consumidor. As apresentações abordaram questões éticas, econômicas, técnicas, as oportunidades e os riscos envolvidos no setor.
A primeira apresentação do Sr. Götz Rebn, diretor da empresa Alnatura. A Alnatura realiza o processamento de 600 produtos orgânicos e distribui estes alimentos em 21 lojas de supermercados na Alemanha. Durante a apresentação foi ressaltado que a obtenção do lucro é uma conseqüência e não um objetivo direto.
A Alemanha procura ter o consumidor como centro de sua atuação, o slogam utilizado no mercado é “Meaningtul for humans and nature”, representa o encontro das questões éticas, econômicas e ecológicas, no mercado consumidor.
O Sr. Bruno Fischer, diretor internacional para a Europa e América do Sul da ” The Hain Celestial Group”, apresentou a história da empresa iniciada em 2004. Atualmente desenvolve mais de 15 linhas de produtos orgânicos. Os principais são: pães, bolos, suco de tomates, sopas, saladas, nozes e castanhas e ingredientes para o setor de alimentos orgânicos. Sua apresentação reforçou que a grande escala de produção é um processo irreversível no setor dos alimentos orgânicos já que o mercado consumidor apresenta uma demanda com taxas crescentes no consumo dos alimentos orgânicos.
O vice presidente de marketing da Brand Strategy e Development Consumer Brand / Safeway INC., Sr. Matthew J. Miller, realizou sua apresentação com o enfoque nas estratégias de marketing junto ao consumidor. A empresa introduziu recentemente a marca: O Organics TM no mercado dos Estados Unidos da América. A estratégia é ancorada no desejo do consumidor de comprar um alimento orgânico com sabor e que tenha seus valores voltados a expectativa do mercado. São mais de 200 produtos ofertados no mercado.
O marketing da marca O organics TM é direto e leva ao consumidor a mensagem sobre a origem do alimento produzido, as informações dos valores nutritivos e biológicos e a garantia do produto através do selo USDA de certificação. Mrs. Mattews J. Miller considera que a produção de larga escala é possível desde que haja uma total transparência junto ao consumidor. A base tecnológica de produção e processamento é a garantia desta transparência na relação do mercado com o consumidor.
O presidente da Agrosystems Internacional, Sr. Thomas B. Harding Jr., apresentou toda a experiência acumulada ao longo de 33 anos no desenvolvimento do setor de alimentos orgânicos em todo o mundo. Ficou estabelecido que o processo de certificação e a agregação de valor aos alimentos orgânicos é uma questão fundamental para o ordenamento do mercado consumidor. Os trabalhos foram realizados em cerca de 60 países através de consultorias junto a instituições públicas e privadas como: FAO, WORLD BANK, GTZ,ITC, UM e outros.
A apresentação mostrou a importância da organização dos mercados e a relação dos modelos desenvolvidos ao redor do mundo. Evidenciou a necessidade de desenvolver mercados de forma sustentável, abordou o “Fair-Trade” como alternativa viável para o setor, a importância do acesso aos mercados, os mecanismos de incentivos ao mercado e as bases de custo e benefício para os diversos segmentos envolvidos na cadeia dos alimentos orgânicos
Todo o debate foi marcado pelos questionamentos quanto aos riscos envolvidos no futuro da cadeia dos alimentos orgânicos.
O Simposium foi um marco importante e coloca em pauta o início de uma discussão que deve formar a agenda para os próximos anos. As questões levantadas sobre o aumento da demanda no consumo dos alimentos orgânicos e a necessidade de aumentar a escala de produção tem como ” pano de fundo” a entrada de empresas do setor de alimentos convencionais no setor de alimentos orgânicos. Além disso inclui as oportunidades do surgimento de novas empresas no setor.
Por um lado o risco de empresas com filosofia voltadas exclusivamente ao lucro e sem comprometimento as bases originais do movimento orgânico representando uma grande ameaça ao setor orgânico. Pelo outro lado a oportunidade de aumentar o mercado consumidor de alimentos orgânicos e a possibilidade de uma real transformação nos aspectos e valores éticos, econômicos e ecológicos das sociedades nos diferentes locais do mundo.
Resumo Executivo Bimestral |
Nacional
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* A Câmara Brasil Alemanha promoveu no dia 06 de fevereiro o “Seminário Preparatório de Expositores para a BioFach 2007”. O evento ocorreu no Club Transatlântico em São Paulo. Durante o seminário Michele Candeloro falou sobre o apoio da APEX Brasil ao setor orgânico e a promoção da imagem do Brasil no exterior. Ming Liu (Projeto Organics Brasil) apresentou um panorama do mercado europeu de produtos orgânicos e Michel Haddad (AHK) trouxe uma palestra sobre como exportar para Alemanha.
* O primeiro mercado permanente de orgânicos do Brasil está sendo construído na cidade de Curitiba e tem previsão para finalização da obra no final de 2007.O terreno para a construção foi cedido pela prefeitura e o ministério investirá cerca de R$ 2 milhões na obra. Neste espaço haverá ainda uma área reservada para cursos e palestras sobre a preparação de alimentos e produtos orgânicos. O presidente da Associação dos Consumidores de Produtos Orgânicos do Paraná, Moacir Darolt informou que a procura por produtos orgânicos no estado é 35% maior que a oferta desses produtos.
* A Casa Santa Luzia, supermercado tradicional da cidade de São Paulo, importou dos Estados Unidos, vários produtos da linha Pacific Natural Foods. A linha tem uma série de produtos ligados à alimentação saudável, entre os quais uma certificada como orgânico. São chás, sopas, caldos, cremes e leites diversos. Os produtos se destacam por serem livres de lactose, sem glúten e orgânicos.
* O Ministério do Desenvolvimento Agrário está elaborando um diagnóstico de oferta de produtos orgânicos da agricultura familiar e incluirá frutas orgânicas nesta iniciativa. O MDA apoiou a presença de pequenos produtores de café da Bahia e de Minas Gerais na BioFach 2007. Diversos produtos ocupavam o espaço brasileiro como: café, cachaça, o açúcar, arroz biodinâmico, barrinha de frutas tropicais, açaí, mel, própolis, conservas, destilado de mandioca, castanhas de caju e do Brasil, roupas de algodão e cosméticos, sucos e outros.
* No mês de março, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), a Portaria que trata dos preços de mercado e bônus de desconto referentes ao mês de março de 2007, com validade para o período de 10 de março a 9 de abril. Esta medida beneficia agricultores familiares que realizaram financiamentos de custeio no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para as culturas de arroz, milho, soja, feijão, mandioca e para a atividade leiteira. O bônus de desconto é definido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que faz um levantamento diário nas principais praças de comercialização dos preços de mercado dos produtos da agricultura familiar que integram o PGPAF. Os valores do bônus, quando ocorre diferença negativa entre o custo de produção e o preço de comercialização, são divulgados até o quinto dia útil de cada mês. Esses valores valem a partir do dia 10 do mês em curso até o dia 9 do mês seguinte.
* Com investimentos do Sebrae no Piauí, da Fundação Banco do Brasil e do Ministério da Integração Nacional, a Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais) é uma tecnologia social baseada na agricultura familiar para garantir o sustento de pequenos produtores do Piauí, utilizando recursos hídricos e diversificando a produção. A Produção Agroecológica Integrada Sustentável (Pais), está localizadas nos municípios de Padre Marcos e Ipiranga do Piauí, no sul do Piauí. Cada município possui 30 unidades, beneficiando ao todo 60 famílias.
*A ministra Marina Silva abriu no dia 19 de março de 2007, em Brasília, a 20ª Reunião Extraordinária do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos (CNRH), em homenagem ao aniversário de 10 anos da aprovação da Lei 9.433, a Lei das Águas, e dos que trabalharam pela sua aprovação. Em reconhecimento a pessoas que atuam em favor da preservação e gestão daquele patrimônio natural, Marina Silva presidiu a cerimônia de entrega de placas de agradecimento ao ex-senador Bernardo Cabral, relator do projeto da Lei das Águas no Senado Federal, e ao ex-ministro do Meio Ambiente e ex-presidente do CNRH, José Carlos Carvalho.
* Um estudo encomendado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a Embrapa Monitoramento por Satélite demonstrou que o Brasil é o país que menos desmatou suas florestas no mundo. Mais de 75% das florestas mundiais já desapareceram e, do pouco que restou, o Brasil responde sozinho por 28,3% do total. O estudo da Embrapa Monitoramento por Satélite relaciona estes dados com os de outras regiões. De acordo com o levantamento, a Europa, sem a Rússia, detinha mais de 7% das florestas do planeta e hoje tem apenas 0,1%. A África possuía quase 11% e agora tem 3,4%. A Ásia já deteve quase um quarto das florestas mundiais, 23,6%, agora possui 5,5% e segue desmatando. No sentido inverso, a América do Sul, que detinha 18,2% das florestas, agora tem 41,4% e o grande responsável por esses remanescentes é o Brasil.
Internacional
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* A BioFach 2007, maior feira de produtos orgânicos do mundo foi realizada na cidade de Nurembergue, Alemanha e recebeu mais de 45.000 pessoas vindas de 116 países interessadas no mercado orgânico.O Brasil esteve presente como expositor em belo estande na BioFach 2007, e, com o apoio da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK), a APEX-Brasil levou 36 expositores a Nuremberg, entre representantes de 25 empresas, quatro associações e sete cooperativas de 13 estados.
*A Vivaness, feira de cosméticos naturais voltados para o crescente mercado de wellness apresentou 2.566 expositores e aconteceu paralela a BioFach.
* A República Popular da China quer exportar o alimento orgânico em grande escala, de acordo com o governo local. Ajustar as bases nacionais para a produção orgânica é prioridade elevada. As colheitas orgânicas na China conseguem 20-40 % de preços mais elevados do que pelo modo de produção convencional. O fundo internacional das nações para o desenvolvimento da agricultura (IFAD) vê a China como um produtor orgânico em grande escala no futuro.
* O supermercado orgânico de Grunwald, em Moscou, Rússia, era um projeto esperado a muito tempo. Foi inaugurado em novembro de 2006 com muitas novidades como: prateleiras e janelas de exposição , feitas com madeira natural, padaria orgânica própia, confeitaria, um café para adultos e crianças e ainda equipamento para produzir o chocolate handmade, um salão de beleza com cosméticos naturais e espaços para preparar alimentos semi-prontos.
* Cerca de 20.500 agricultores orgânicos austríacos plantaram cerca de 400.000 hectares com insumos orgânicos, utilizando esterco animal ou composto. Comparações de emissões de gases de efeito estufa na agricultura, mostra que a produção orgânica tem menores emissões que a prática convencional. A emissão de gases é reduzidos por quase 90%. Especialistas no assunto estimam que aproximadamente 400 a 800 milhões de toneladas de carbono devem ser absorvidas das fazendas no mundo usando métodos da agricultura orgânica.
* Quinze novos supermercados orgânicos foram lançados somente nos três primeiros meses do ano na Alemanha. Sendo o ano recorde, espera-se somente este ano 60 novas lojas. No meio deste ano, é esperado que a barreira de 400 lojas de orgânicos na Alemanha sejam alcançadas.
Projetos e Eventos
* O Programa de Hortifruticultura Orgânica da Zona da Mata, existe há apenas três anos, mas tem gerado bons resultados na Zona da Mata do estado da Paraíba. Segundo Nilton Novaes, consultor e agrônomo do projeto, no início do projeto, eram atendidos seis municípios, com 78 famílias beneficiadas e hoje o programa abrange 11 cidades e atende 200 famílias, que receberam, nos últimos anos, mais de 22 mil mudas selecionadas para o programa.O Programa, atua na orientação aos agricultores, da muda até o cultivo das plantas, por meio de inseticidas e adubos naturais.
* O projeto “Rede de Propriedades Familiares Agroecológicas” conduzido pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) em parceria com a Petrobrás (projeto Xisto Agrícola) e Ministério do Desenvolvimento Agrário realizou um encontro entre agricultores, técnicos e lideranças locais em Rio Azul (150 km de Curitiba). Foi realizado um dia de campo sobre produção de uvas e frutas vermelhas em sistema orgânico. Durante todo o dia, os participantes discutiram técnicas para produção de amora, morango, framboesa e uva rústica.
* Dia 10 de fevereiro, o projeto Repórter Eco comemorou 15 anos. O programa estreou durante a Eco-92, no Rio de Janeiro, em 1992, como um telejornal diário. Além de realizar uma cobertura completa do evento, o Repórter Eco foi pioneiro no noticiário ambiental através dos principais eventos socioambientais que aconteceram no mundo, já na forma de revista semanal.
* Os dias 21 e 23 de março foram marcados pelo 6º Fórum das Águas para o Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O Fórum teve como enfoque central o seguinte tema: “Enfrentando a Escassez das Águas”. O evento foi realizado através de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), o Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas, a Assembléia Legislativa de Minas Gerais e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea/MG), com execução do Instituto EKOS para o Desenvolvimento Sustentável.
* O Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis, uma proposta de integração de políticas públicas na capital paulista, está treinando 5.700 agentes comunitários de saúde e proteção social já atuantes nas suas comunidades, que durante o período de março a julho, vão aprender, discutir sobre temas estratégicos para a saúde da população como Lixo, Água e Energia, Biodiversidade, Convivência Saudável e Zoonoses entre outros. O Projeto é uma iniciativa integrada da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Secretaria Municipal da Saúde e Secretaria Municipal da Assistência e Desenvolvimento Social, com o apoio do Ministério da Saúde e do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente), entre outras instituições internacionais, organizações nãogovernamentais e universidades. No total, estão sendo investidos US$ 4.490.359,00, um investimento inédito na prevenção básica de problemas ambientais que atingem diretamente a população.
A primeira edição do SustentArq aconteceu no dia 26 de Março de 2007 e teve por objetivo promover a conscientização profissional, a necessidade de capacitação em modelos sustentáveis no setor produtivo da construção e divulgar o Programa de Capacitação ANAB Brasil. O SustentArq é o único programa completo disponível no mercado brasileir