ABRAS repudia práticas denunciadas pelo Greenpeace. Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar suspendem as compras de fazendas envolvidas no desmatamento da Amazônia e deverão trabalhar com auditoria de origem.

Em reunião realizada na Associação Brasileira de Supermercados (Abras), no dia 8 de junho, as três maiores redes de supermercados do País, Carrefour, Wal-Mart e Pão de Açúcar decidiram suspender as compras das fazendas envolvidas no desmatamento da Amazônia. A ação é um repúdio às práticas denunciadas pelo Greenpeace. O setor supermercadista, através da Abras não irá compactuar com as ações denunciadas e reagirá energicamente.

A posição definida pelas empresas inclui notificar os frigoríficos, suspender compras das fazendas denunciadas pelo Ministério Público do Estado do Pará e exigir dos frigoríficos as Guias de Trânsito Animal anexadas às Notas Fiscais.

Como medida adicional, as três redes solicitarão, ainda, um plano de auditoria independente e de reconhecimento internacional que assegure que os produtos que comercializam não são procedentes de áreas de devastação da Amazônia.

Trata-se de uma resposta conjunta setorial ao relatório publicado pelo Greenpeace no início deste mês e conseqüente ação civil pública do Ministério Público Federal do Pará, que encaminhou recomendação às grandes redes de supermercados e outros 72 compradores de produtos bovinos para que deixem de comprar carne proveniente da destruição da floresta.
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 Modelos de “Circuitos Curtos Orgânicos” são apresentados na Semana dos Alimentos Orgânicos

O pesquisador francês Gilles Marechal, diretor da Federação Regional dos Centros de Iniciativas para Valorizar a Agricultura e o Mundo Rural (Civam), que já dirigiu projetos de circuitos curtos de especialização na França, Áustria, Reino Unido, Holanda, Hungria,Polônia, Itália, Espanha, Japão e Cuba, fez palestra na Superintendência Federal de Agricultura no Rio, durante as comemorações da V Semana dos Alimentos Orgânicos.

Segundo Marechal, que também dirigiu o livro “Circuit Court Alimentaire”, o sistema surgiu há 25 anos a partir de movimentos em países como o prodotti tipici (produto típico), na Itália e teikei, no Japão, e se disseminou por diversas regiões européias. O pesquisador citou como exemplo a região da Bretanha, no Oeste da França, onde havia uma grande concentração de propriedades rurais voltadas para a criação de animais, e que respondia por 55% de toda a produção de suínos, 40% de frangos e 30% do leite do país, até que enfrentou uma grave crise de abastecimento de água. Na busca por estratégias para se renovar as redes tradicionais de produção surgiram as primeiras iniciativas locais.

De acordo com o pesquisador, há quatro anos eram apenas 23 núcleos de venda diretas dos produtores aos consumidores, hoje somam mais de 120, que resultaram em sistemas alimentícios sustentáveis que já respondem por 30% do comércio na região e cerca de 20% da economia agrícola na França. Conforme detalhou, cada produtor utiliza pelo menos três formas diferentes de vender, mas há diversos meios de aproximação e que se desenvolvem na medida em que a demanda cresce. Além de venderem diretamente nas propriedades, nas feiras, nas estradas, os agricultores compõem também cestas de multiprodutos que tanto podem ser encomendadas pela internet com entrega em domicílio ou para restaurantes, quanto podem ser dispostas em lojas de vendas coletivas ou de algum produtor que individualmente compra e vende produtos dos outros.

– Esse sistema exige uma mudança nas relações sócio-econômicas, já que requer proximidade geográfica e apenas um único intermediário. Os circuitos curtos alimentícios resultam em aproveitamento da produção local, gerando empregos e renda para pequenos agricultores. Reduz o impacto ambiental porque exige menos gasto energético com transporte e permite que se obtenha o preço justo para a mercadoria. Não se pode produzir de tudo em um único local, mas a organização proporciona diversidade da oferta, com um produtor podendo ser também fornecedor de insumo ao outro. Do ponto de vista individual, é uma questão de cidadania, do coletivo, de justiça social – afirma.

Marechal diz que, especialmente os europeus, têm demonstrado preferência por produtos ligados a um determinado território, de qualidade diferenciada, sãos, com sabor, e que dêem prazer, uma vez que permitem também relações mais humanizadas. A seu ver, o movimento é ainda uma forma de compensação aos consumidores urbanos em relação à desumanização da vida moderna, à uniformização dos modos de vida e de consumo e aos problemas ambientais. Sobre a possibilidade de se adotar os sistemas de circuitos curtos alimentares em regiões predominantemente urbanas como o Estado do Rio de Janeiro, Marechal considerou não só totalmente possível, como parte da solução para problemas como geração de empregos e divisão de renda. A principal dificuldade para a adoção do sistema no Brasil apontada pelo especialista é extensão territorial. Na França, um país 15 vezes menor que o Brasil há 36 mil municípios, aqui são pouco mais de 5 mil. Mas há muitas vantagens também é só uma questão de informação, planejamento e organização. Algumas das possibilidades de se iniciar o desenvolvimento dos sistemas locais são as Indicações Geográficas e os produtos de orgânicos – citou.

Fonte: MAPA
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Publicadas instruções normativas para regulamentação dos orgânicos

Três instruções normativas que tratam da regulamentação dos orgânicos foram publicadas, dia 29 de maio de 2009, no Diário Oficial da União (DOU).

A Instrução Normativa  n° 17 estabelece as normas referentes ao regulamento técnico para o extrativismo sustentável orgânico, que consiste em permitir que produtos do extrativismo e do agroextrativismo sejam certificados como orgânicos.

A Instrução Normativa n°18 aprova o regulamento técnico para o processamento, armazenamento e transporte de produtos orgânicos. Assim, é obrigatório o uso de boas práticas de manuseio e processamento, com o objetivo de contribuir com a integridade física dos produtos e manter os registros atualizados das unidades de produção sobre a manutenção da qualidade desses alimentos. 

De acordo com o coordenador de Agroecologia, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Rogério Dias, boa parte dos alimentos orgânicos ainda são comercializados in natura e a aprovação das normas para processamento vão possibilitar mais investimentos nessa área.

Por meio da Instrução Normativa nº 19, é possível saber as regras dos mecanismos de controle e informação da qualidade dos produtos orgânicos. Vale ressaltar que esta IN implementa o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (Sisorg), o que confere maior credibilidade e facilita a identificação do produto no mercado.

Com a publicação dessas três instruções normativas encerra-se a primeira etapa do processo de regulamentação dos produtos orgânicos. O próximo passo será a assinatura das normas técnicas para têxteis, cosméticos e aquicultura.

Mais informações no site do MAPA
http://www.agricultura.gov.br/
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Planeta Orgânico promove BioFach América Latina e ExpoSustentat em Missão Setorial nos Estados Unidos

A AMCHAM, em parceria com a Embaixada do Brasil em Washington, realizará de 15 a 20 de junho a Missão Setorial de Alimentos, com o apoio do Planeta Orgânico.

O Planeta Orgânico estará presente nesta Missão Setorial representado por sua diretora Maria Beatriz Martins Costa, que promoverá as Feiras  BioFach América Latina e ExpoSustentat, convidando atores do setor de alimentos norte-americano para estarem em São Paulo de 28 a 30 de outubro visitando os expositores destas Feiras.

Esta missão promoverá rodadas, encontro com distribuidores, e contará com a visita em duas das maiores feiras internacionais do setor – All Things Organics e Expo Comida Latina em Chicago.
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