Dia de Campo orienta produção da manga orgânica em perímetros irrigados de Petrolina (PE)

Mais de 100 pessoas, entre produtores dos perímetros irrigados Senado Nilo Coelho e Maria Tereza, técnicos e estudantes de agronomia em Petrolina, sertão pernambucano, participaram de um dia de campo sobre “Tecnologia de Produção de Manga Orgânica”. A atividade foi realizada no N-4 do Perímetro Senador Nilo Coelho, na área do produtor Mariano Inácio dos Santos, que há 12 anos produz manga orgânica e com a 13ª safra a caminho.

O dia de campo foi realizado pela Companhia de Desenvolvimentos dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Superintendência Regional em Petrolina por meio da Ater, empresa de assistência técnica rural que atua no segmento em toda a estrutura do perímetro Nilo Coelho e área Maria Tereza. Foram apresentados temas como manejo de produção, comercialização, marketing, custo de produção (orgânica e convencional), planejamento da produção e certificação.

O mercado produtor da região já possui 52 produtores orgânicos em processo de certificação. Outros 100 retomaram o modelo após a parada do ano passado e a expectativa da Ater é que outros 200 passem a produtor orgânico, de forma gradual. Além da manga, outras culturas como uva, banana, goiaba, maracujá, verduras e hortaliças, fazem parte da lista de produtos cultivados de forma orgânica nos perímetros do vale do São Francisco entre Pernambuco e Bahia.

“Por isso resolvemos discutir a tecnologia com a manga numa área já em produção, em fase de colheita, num momento oportuno. Aproveitamos o momento para colocar todas essas explicações e assim mostrar como o caminho da produção orgânica não é complicado”, registrou o Francisco Germino, o Chicão, coordenador da Ater para a produção orgânica nos perímetros. Ele comemora o fato de cada vez mais produtores estejam integrados ao modelo. Em Juazeiro, existe a Associação dos Produtores Orgânicos da Adutora de Caraíbas e Adjacências (Aproac), entidade que reúne produtores de toda a região.

“Além do Mariano que trabalha com manga orgânica, há outros que têm tido alguns ensaios que utilizam essa prática, num manejo agroecológico. Estamos demonstrando que é possível produzir num manejo orgânico. Temos incentivado o processo de conversão que vem sendo feito paulatinamente. Temos trabalhado essa conversão com todas as etapas envolvidas”, explicou o coordenador.

Experiência bem-sucedida

O coordenador da Ater cita o caso vitorioso de Mariano Inácio, que após 12 anos conquistou sua certificação. “Ele produzia há 12 anos. Como não tinha a certificação, vendia a manga orgânica como convencional. Agora ele já pode vender como orgânico com a fruta passando de R$ 0,30 na produção convencional para R$ 1,20 na variedade orgânica”, ressalta Francisco Germino.

Outro ponto positivo dos orgânicos é a proteção do solo e a resistência às pragas. “Somos uma região que cresceu a partir dessa tecnologia convencional, mas ao mesmo tempo estamos vendo problemas com pragas, uso demasiado do agrotóxico que compromete o solo. Com o tempo a planta pode não manter a defesa de pragas; já nos orgânicos, como a planta está em equilíbrio, a defesa trabalha em sintonia no aspecto produtivo, então a tendência da praga é atingir menos o produto”, explica Chicão.

Mariano Inácio, pioneiro na produção da fruticultura orgânica dos perímetros irrigados situados em Petrolina, explica porque resolveu apostar na produção orgânica. “Tive um problema de saúde e vi o aumento de casos de câncer na região. O uso do agrotóxico nos alimentos produzidos aqui é um dos principais fatores dessa incidência. Cada organismo pode até resistir à doença de forma diferenciada, mas no caso de nossa região esse consumo realmente tem contribuído com casos de câncer”, comentou.

Grandes redes de supermercados são responsáveis pela maior parte da compra da produção orgânica da região. “Mercado existe, mas tem que trabalhar em cima de planejamento para atender o setor”, explicou Mariano. Com uma produção estimada em aproximadamente 70 toneladas pronta para ser colhida, ele afirma que o mercado local só consegue absorver cinco toneladas de toda a sua produção. Segundo o produtor, falta uma maior divulgação do produto para atrair mais compradores. “Se houver uma maior divulgação, mercado não vai faltar”, conta. Mariano planta a espécie tommy em sua propriedade de pouco mais de seis hectares no núcleo irrigado, dos quais pouco mais de três hectares com produção somente orgânica.

“Esse é um trabalho de formiguinha. É um caminho sem volta. Existe a demanda do consumidor e a partir disso ai o produtor tem que se capacitar. Através do consórcio Codevasf/Plantec, a estrutura de uma associação de produtores e produtoras de orgânicos do Vale – Aprovasf, o modelo vem se fortalecendo”, concluiu Francisco Germino, coordenador de Ater dos orgânicos na região irrigada local.

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Livro com foco na sazonalidade de peixes é lançado em comemoração ao mês Mundial da Alimentação

Celebrado em outubro, o mês Mundial da Alimentação, foi instituído pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Em comemoração à data, o grupo de Alimentação Natural, da Fundação Mokiti Okada (FMO), lança o título “O Sabor das Estações IV” que explora a multiplicidade dos peixes e rios, enfoca a sazonalidade de algumas espécies e apresenta 25 receitas orgânicas.

Desenvolvido pela equipe de nutricionistas, culinaristas e engenheiras de alimentos, da FMO, o livro contém informações sobre: a história do peixe na culinária tupiniquim, como escolher o pescado, dicas de nutrição para contribuir o sistema cardiovascular, combate à celulite, emagrecimento, prevenção de doenças articulares entre outras.

Com aproximadamente 130 páginas, o leitor acompanhará receitas de Espetinho de Dourado, Merluza à moda chinesa, caldeirada de Garoupa, Truta assada, molhos para acompanhamentos, entre outros pratos indicados para cada estação do ano.

A publicação pode ser adquirida na loja virtual da FMO www.loja.fmo.org.br ou na loja física localizada à Rua Morgado de Mateus, 77, Vila Mariana – São Paulo (SP).

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Empreendedor com orgânicos, Hélio da Silva plantou sozinho centenas de mudas em São Paulo

Confira o vídeo em que Hélio, conhecido pelo seu trabalho pioneiro na Native Alimentos, conta a história do reflorestamento que fez sozinho em plena São Paulo.

Clique aqui para o vídeo.

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Primeiro plantio de mudas de árvores é feito na história do Pantanal

2.200 mudas e sementes de carandá foram plantadas no último mês de setembro

Uma ação inédita aconteceu no Pantanal no mês de setembro. Através do Projeto Biomas, resultado de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, cerca de 2.200 mudas e sementes de carandá foram plantadas no mês de setembro na Fazenda Santo Expedito, localizada no Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do Sul. “O plantio de mudas de árvores nativas nessa escala aconteceu pela primeira vez na história do bioma”, diz Catia Urbanetz, pesquisadora da Embrapa Pantanal e coordenadora regional do Projeto.

Com o objetivo de pesquisar e viabilizar soluções através do uso das árvores na propriedade rural brasileira, o Projeto Biomas teve início em 2010. Investigando as formas de utilizar essas árvores para atender a necessidades de sustentabilidade ambiental, econômica e social, protegendo e recuperando as propriedades, a iniciativa deve envolver mais de 200 pesquisadores de diferentes instituições do país e 300 multiplicadores até 2019, segundo dados do site do Projeto – www.projetobiomas.com.br.

No Pantanal

Na região pantaneira, o Projeto Biomas foi implementado no final de 2012. Os objetivos regionais são disponibilizar técnicas de recuperação da vegetação nativa (florestal ou campestre) e inserir o uso da árvore nos sistemas de produção locais – considerando, no processo, o novo código florestal. Assim, pesquisadores e técnicos produziram cerca de 27.000 mudas de 30 espécies nativas de árvores para atender a cerca de 20 projetos de pesquisa, que devem ser implantados na Fazenda Santo Expedito a partir de janeiro de 2015. O plantio do carandá foi o primeiro experimento de campo iniciado pelo projeto.

De acordo com a professora Iria Ishii, pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e membro do comitê gestor regional do Projeto, a escolha das espécies nativas para a produção de mudas foi feita analisando não apenas critérios de preservação, mas também de funcionalidade. “A gente selecionou as espécies que são madeireiras, utilizadas pelos fazendeiros na construção civil, na construção de cercas e outros”, diz Iria. Além das madeireiras, a professora afirma que também foram selecionadas espécies de árvores frutíferas, de forma a conciliar um retorno de curto e longo prazo para o produtor rural.

A preparação

Para produzir as mudas, a equipe do Projeto Biomas começou uma coleta de sementes em agosto do ano passado. Ainda de acordo com a professora Iria, foram coletadas mais de 150.000 sementes para se chegar às 27.000 mudas. A partir de março deste ano, elas foram plantadas em tubetes de plástico e mantidas em um viveiro construído no campo experimental da Embrapa Pantanal, a fazenda Nhumirim, recebendo cuidados diários até a época adequada de plantio. “Todos os dias, é preciso verificar se elas estão recebendo muita ou pouca água, por exemplo”, afirma o viveirista do Projeto, Fábio de Jesus Lemos.

Entre as plantas cultivadas no viveiro existem guanandis, tarumãs, cumbarus, manduvis, aroeiras, jatobás, piúvas ou ipês roxos e várias outras espécies. De acordo com o engenheiro florestal Gustavo Ibarreche, as árvores que deram origem a essas mudas foram escolhidas com cuidado para assegurar a saúde das plantas. “Escolhemos árvores sadias, sem doenças, com sementes bem formadas. Sempre buscamos, no mínimo, dez matrizes diferentes para assegurar a variabilidade genética”, diz Gustavo. Ao mesmo tempo em que as sementes eram coletadas, o engenheiro conta que a equipe abria trincheiras para conhecer o solo onde as mudas seriam plantadas.

O plantio

Acompanhando a topografia dos 37 hectares que formam a área experimental – cedida em parceria pelo proprietário da Fazenda, Alfredo Machado – o primeiro plantio do Projeto no Pantanal foi feito ao longo de uma baía, atendendo às necessidades dos pequenos carandás, que gostam desse tipo de ambiente. As informações são de Catia Urbanetz. Ela afirma que, entre mudas da espécie e sementes germinadas, foram plantadas 2.200 árvores.

A coordenadora regional também conta que os pesquisadores do grupo desenvolveram uma técnica para fazer as sementes de carandá germinarem em apenas uma semana, em comparação ao período de 2 a 4 meses necessários para esse processo. “Se as sementes plantadas tiverem sucesso em campo, recomendaremos o plantio direto de sementes, poupando os 12 meses necessários para a produção das mudas – o que diminuiria os custos do processo”, diz Catia.

Os pesquisadores devem avaliar tanto o desempenho das sementes no campo quanto os métodos de plantio. A professora Iria e a equipe do Projeto estão testando vários espaçamentos entre as plantas, fazendo o plantio em parcelas de 15 x 15m com distâncias entre as árvores de 2,5 x 2,5m, 2 x 2m, 1,5 x 1,5m e 1 x 1m. De acordo com Gustavo Ibarreche, as diferentes distâncias devem ajudar a medir fatores como taxa de crescimento das árvores, altura e características da madeira em condições variadas. “Nos diferentes tipos de densidade (quantidade de plantas por parcela), vamos ter uma resposta diferente da planta: ela vai crescer um pouco mais ou um pouco menos e a qualidade da madeira também deve variar”, diz Gustavo.

Expectativas

De acordo com Catia, as conclusões dos estudos e técnicas de plantio desenvolvidas pelo Projeto Biomas serão transformadas em cartilhas e cursos online. Técnicos multiplicadores do Senar serão capacitados para divulgar essas informações aos produtores. Ela também diz que o plantio de árvores nativas nas propriedades poderá ter um impacto econômico muito positivo, já que um dos maiores custos para fazendas no Pantanal é a confecção de cercas –muitas das quais são feitas com a madeira das espécies estudadas pelo Projeto.

“Muitos fazendeiros utilizam o recurso natural madeireiro que já existe em suas propriedades, mas nunca o repõem. Um dia, ele poderá acabar”, afirma Catia. Segundo Gustavo, “esse projeto mostra para o produtor que ele pode separar uma área para plantar árvores, usando a madeira para a manutenção da fazenda, de cercas, porteiras ou até para outras finalidades, como a comercialização do material”.

Além dos aspectos econômicos, a pesquisa do Projeto deve favorecer ainda a preservação e a sustentabilidade nas propriedades rurais pantaneiras. “Como o Projeto Biomas no Pantanal vai trabalhar exclusivamente com espécies nativas, várias dessas técnicas poderão ser aplicadas em ações de recuperação de vegetação para atender as exigências do novo Código Florestal”, afirma Catia. Ainda de acordo com a pesquisadora, a equipe deverá plantar mais 25.000 mudas de 30 espécies nativas a partir de janeiro de 2015, assim que começarem as chuvas.

Além da CNA e da Embrapa Pantanal, o Projeto Biomas na região conta com o apoio das Universidades Federais do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e da Grande Dourados (UFMT, UFMS e UFGD), Universidades Estaduais do MS e MT (UEMS e UNEMAT), além do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) e vários produtores rurais pantaneiros. Em âmbito nacional, o Projeto conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar e as companhias Monsanto e John Deere.

Imagens e texto: Nicoli Dichoff

Nicoli Dichoff
Jornalista – 3252/SC 
Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO)
Embrapa Pantanal/ Corumbá – MS 
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa

nicoli.dichoff@embrapa.br
Telefone: +55 67 3234-5957 | Skype: nicoli.dichoff 
www.embrapa.br/pantanal

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