Lançamento do livro: “O poder do selo: imaginários ecológicos, formas de certificação e regimes de propriedade intelectual no sistema agroalimentar”

No livro de Guilherme F.W. Radomsky, discute-se qual o poder da certificação para os produtos ecológicos e como os selos se relacionam com os regimes de propriedade intelectual no mundo em que vivemos. É possível afirmar que a certificação p

Estas e outras questões são exploradas.  Os selos fornecidos pelas certificadoras de orgânicos têm o objetivo de atestar que os alimentos estão livres de agrotóxicos. Entretanto, a hipótese desta pesquisa é que os selos têm um papel ampliado. Além de fornecer certificados de credibilidade e autenticidade, eles são também uma forma de selecionar produtos e produtores, criar barreiras técnicas e de mercado. Este livro tem a intenção de promover este debate articulando diferentes teorias das ciências sociais sobre o fenômeno e fundamentando-se em pesquisa empírica sobre o tema.romove a autenticidade de produtos, verificando conformidades e chancelando propriedades imateriais, de modo análogo ao que é proporcionado pelo regime de propriedade intelectual?

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Primeiro seminário de ‘Agricultura de Baixo Carbono’ do Projeto ABC Cerrado é realizado no Distrito Federal

O primeiro seminário de sensibilização do Projeto ABC Cerrado foi realizado dia 23 de julho, no Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), próximo a Brasília. Mais eventos com o mesmo tema estão previstos para em outros sete Estados participantes do projeto (Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Piauí, Maranhão, Minas Gerais e Bahia) até o dia 24 de setembro.

A programação contou com as apresentações “Plano ABC e a Política Nacional sobre Mudanças do Clima – o contexto doProjeto ABC Cerrado”, com a engenheira agrônoma do Ministério da Agricultura, Katia Marzall; e “Tecnologias difundidas no Projeto ABC Cerrado”, ministrada pelo pesquisador da Embrapa Paulo Campos Christo Fernandes; entre outras. O programa é realizado pelo SENAR em parceria com outras instituições.

Fonte: SENAR

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Artigo de pesquisadora da Embrapa sobre “Bem estar animal e agregação de valor”

No artigo de Fabiana Villa Alves, “para a Organização Mundial de Saúde Animal, bem-estar animal é a forma como o animal lida com o seu entorno, e aqui estão incluídos sentimentos e comportamento.”:

“Várias, hoje, são as definições para o termo “bem-estar animal”, aplicáveis a todos os tipos de animais, dos silvestres aos de cativeiro, passando pelos de companhia, os de produção e de experimentação. Embasado nas preocupações sobre o modo como os animais vivem e são criados, o conceito ganhou força devido a dois fatores: de um lado, as questões morais, éticas e religiosas, ligadas ao respeito aos animais, que se sobressaíram em alguns âmbitos; do outro, questões técnico-comerciais, ligadas ao sistema produtivo e à qualidade final do produto.

Para a Organização Mundial de Saúde Animal, bem-estar animal é a forma como o animal lida com o seu entorno, e aqui estão incluídos sentimentos e comportamento. Para animais de produção, assume-se que há boas condições de bem-estar quando são atendidas as “cinco liberdades”, que procuram incorporar e relacionar padrões mínimos de qualidade de vida para os animais como: i) livres de fome, sede e má nutrição; ii) livres de dor, lesão e doença; iii) livres de medo e angústia; iv) livres de desconforto; e v) livres para manifestar o padrão comportamental da espécie.

No âmbito dos sistemas agroalimentares, a necessidade de remodelação dos modelos produtivos vigentes, com particular foco nos impactos gerados ao ambiente, fez com que o tema “bem-estar” emergisse, nos últimos anos, com grande força nos vários elos da cadeia. A aplicação dos princípios das “cinco liberdades” possibilitou saltos qualitativos em relação (i) aos sistemas de criação, com adequações do espaço mínimo disponível por animal, fornecimento de dietas balanceadas e disponibilidade de sombra em sistemas extensivos; (ii) ao transporte com embarque sem estresse e em veículos apropriados, determinação de tempo e distância máximos, sem interrupção, até o abatedouro; e (iii) ao abate, sem sofrimento, com atordoamento eficaz.

Exemplo prático da importância do bem-estar animal para a cadeia produtiva de carnes é a possibilidade de exploração e atendimento de mercados consumidores mais exigentes, interessados na chamada “grass-fed beef” (carne produzida sobre pastagens), em que é condição sine qua non tornar tangível (qualidade final do produto) o intangível (bem-estar). Este tipo de produto com qualidades particulares é oriundo, na sua maioria, de regiões tropicais. Sua produção, portanto, deve imprescindivelmente prever práticas de manejo que visem à proteção contra a intensa radiação solar, com vistas ao bem-estar animal. Isto porque, conforme o nível de interação “intensidade de radiação solar x nível de adaptação ao calor do animal”, verifica-se maior ou menor estresse nos animais, com empobrecimento de seu bem-estar e prejuízos ao desempenho.

De fato, animais submetidos ao estresse por calor diminuem o consumo de forragem e aumentam o de água, elevam a frequência respiratória, batimentos cardíacos e taxa de sudação, tornam-se irrequietos ou ficam deitados por longos períodos, entre outros sintomas.

Destaque tem sido dado aos sistemas de produção multifuncionais (integração-lavoura-pecuária-floresta, ou ILPF), que além de possibilitarem a recuperação de áreas e pastagens degradadas, com baixa produtividade, proporcionam benefícios diretos e indiretos aos animais, como o fornecimento de sombra e melhoria das condições microclimáticas e ambientais. Tais aspectos incidem positivamente no bem-estar dos animais e o jargão “colocar o boi na sombra” – usado na bolsa de valores quando o investidor ganha muito dinheiro em uma operação, ao ponto de não precisar mais trabalhar – passa a ser também sinônimo de produto final diferenciado.

Pesquisas conduzidas pela Embrapa demonstram que segundo o tipo de árvore (nativa e exótica) e o arranjo utilizado (linha simples, dupla ou tripla) tem-se diminuição de 2°C a 8°C na temperatura ambiente dos sistemas ILPF, em relação a pastagens sem árvores. Como resultados diretos do conforto térmico oferecido melhoram-se os índices produtivos (ganho de peso, produção de leite) e reprodutivos (menor incidência de abortos, aumento nos índices de fertilidade, maior peso ao nascer).

Somadas, as melhorias aportadas pelos sistemas ILPF à ambiência e ao bem-estar animal, cooperam para o seu fortalecimento como ferramenta na otimização do diferencial da bovinocultura brasileira – rebanhos à pasto – e auxiliam na sua consolidação como sustentável no cenário mundial. É verdade, porém, que o conceito “bem-estar” apresenta escalas de valores que variam em função das diferentes óticas éticas, temporais, culturais, socioeconômicas. Mas, não se pode negar que é um caminho sem volta.

Nesse contexto, o bem-estar animal, junto a temas como responsabilidade ambiental, sustentabilidade, segurança alimentar e biodiversidade, ganha destaque, e deixa de ocupar um espaço “filosófico”, embasado na ética pessoal, para se tornar aspecto prático, quantificável e aplicável, passível de ser valorado.”

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Campanha em País de Gales oferece café da manhã orgânico de graça

Uma campanha de um dia foi realizada em diferentes cidades do País de Gales, no Reino Unido. De acordo com o periódico Wales Online, a campanha nacional teve como objetivo ressaltar a importância do alimento orgânico e da produção local. Entre os participantes, está a premiada chef Cathryn Scott do Guia Michelin, restaurantes e lojas de produtos orgânicos.

A campanha é organizada pelo Organic Trade Board do Reino Unido. Outro objetivo é destacar a importância do comércio em lojas independentes, ou seja, fora do circuito de grandes supermercados. O market share no Reino Unido de lojas independentes para produtos orgânicos é estimado em cerca de 16%.

Fonte: Planeta Orgânico


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