Entrevista com Fernando Augusto de Souza, presidente da AECO, Associação do Agronegócio Certificado Orgânico, que em Seminário SEBRAE-BioFach lançou a proposta de um Consórcio de Exportação.

PO: Como surgiu a AECO e com que propósito?

 

Fernando – A AECO – Associação do Agronegócio Certificado Orgânico – nasceu com o objetivo de congregar todos os representantes da cadeia do agronegócio orgânico certificado, com a proposta de discutir e buscar soluções para os problemas do setor e fortalecer o segmento.
Também, propõe-se a tornar-se um amplo fórum de discussão abrangendo todos os segmentos envolvidos:
o        Produtores;
o        Pesquisadores;
o        Processadores;
o        Certificadoras;
o        Comercializadores;
o        Varejistas ;
o        Consumidores, e todos aqueles que se interagem com este movimento.

PO: Quais os principais objetivos da AECO?

Fernando – A Associação, entre outros, têm como principais objetivos: 

a representatividade efetiva junto a órgãos e instituições públicas e privadas;

    o desenvolvimento de um banco de dados com informações pertinentes ao mercado de produtos orgânicos;

    pleiteamento de verbas ou financiamentos junto aos órgãos e instituições governamentais ou privados quando de interesse dos associados;

    informar e esclarecer o consumidor sobre todos os aspectos e características que envolvem a produção orgânica.

A AECO quer ser um canal de divulgação e representação junto aos diferentes segmentos de mercado e comunicação, além de  promover o entrosamento, intercâmbio e atividades de interesse comum entre os seus associados.

PO: Que iniciativas são prioritárias?

Fernando – São urgentes a busca de ações integradas, no sentido de incentivar a interface dos agentes públicos e privados para promover a viabilidade de pequenos e médios produtores orgânicos de se inserirem no mercado internacional. É de conhecimento geral de que para exportar para a Europa, a partir de dezembro de 2004, é preciso atender as normas do Eurep-Gap (conjunto de exigências de boas práticas agrícolas de varejistas europeus). Estas normas estabelecem, entre outras exigências:
o        bons critérios ambientais;
o        respeito às leis trabalhistas;
o        qualidade de vida dos empregados. 

Apesar de o segmento orgânico possuir um conjunto de normas até mais rigorosas  que o Eurep-Gap, ainda é preciso vencer entraves estruturais que comprometem a competitividade, e retardam a consolidação do seguimento enquanto atividade viável econômica, social e ambiental capaz de responder às expectativas de geração de divisas aos pequenos e médios produtores e conseqüentemente para o Brasil.

PO: Quais os planos da AECO para 2004?

Fernando- Consolidar a AECO como representante do agronegócio orgânico.No curto e médio prazo a AECO planeja aumentar o numero de associados e, prioritariamente formar um Consórcio de Exportação, que contemple, além das empresas que já atuam com o comercio exterior, a inserção dos pequenos e médios produtores do seguimento orgânico no mercado internacional. Para tanto estaremos nos empenhando na formação e consolidação de  parcerias com diversos atores, não só do segmento orgânico, mas também nas diversas áreas de atuação do mercado.

PO: O que é o Consórcio de Exportação?

Fernando- É o agrupamento de empresas com interesses comuns, reunidas em uma entidade estabelecida juridicamente sem fins lucrativos, na qual as empresas participantes tenham maneiras de trabalho conjugado e em cooperação com vistas aos objetivos comuns de melhoria da oferta exportável e de promoção de exportações.

PO: Quais as vantagens de desenvolver um Consórcio de Exportação?

  • Redução dos custos de exportação através de despesas compartilhadas;
  • Ampliação da escala de produção;
  • Absorção de forma conjunta de novas tecnologias de produção;
  • Aumento da competitividade perante os concorrentes nacionais;
  • Redução dos custos unitários dos produtos através da especialização;
  • Efeito motivador sobre as empresas participantes;
  • Possibilidade de criação de uma marca forte;
  • Aprimoramento do processo de gestão e produção.

A proposta da AECO é desenvolver junto a APEX, SEBRAE, PLANETA ORGÂNICO e demais agentes, estratégias que possam apontar os passos prioritários para que o setor orgânico, principalmente os pequenas e médios produtores, possam ter acesso ao mercado externo

 

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