Renato Hauptmann foi eleito o novo presidente da AECO – Associação do Agronegócio Certificado Orgânico.  Em entrevista ao Planeta Orgânico, Renato fala sobre o setor orgânico no Brasil e os projetos da AECO para 2004 e 2005.

PO: O que é AECO e como é constituída?

A AECO é uma ONG  que tem como o objetivo promover o desenvolvimento do mercado de produtos orgânicos certificados no Brasil e no Exterior. Fundada em Março de 2002, teve sua origem precedida pelo relacionamento comercial entre produtores, comercializadoras  de produtos orgânicos e certificadoras, cujos contatos iniciais remontam à década de 90. Naquela época, não conseguimos articular um movimento coerente, objetivo e focado, visando conhecer melhor o segmento e divulgar suas perspectivas, objetivos e problemas principais. A AECO surgiu como fórum de diálogo e porta- voz de um segmento até então desprovido de representação formal.

A Diretoria da AECO para os próximos dois anos é constituída também pelo José Pedro Santiago, Diretor da OIA- BRASIL. e pelo Filipe Feliz Mesquita, Diretor da HORTA E ARTE,  respectivamente Diretor Secretário e Diretor Financeiro, além de um do Conselho Deliberativo formado por nove associados. A Diretoria recém-eleita conta com o apoio e a colaboração efetiva dos associados, conselheiros e diretores, para cumprir a sua missão, pois se trata de atividade voluntária, que depende da boa vontade e da disposição de arregaçar as mangas e fazer.  Acredito que todos estamos envolvidos nesse trabalho.

PO: Que empresas já fazem parte da AECO?

A AECO é formada por diversos segmentos de  produtores e comercializadoras de produtos orgânicos certificados: cerca de 80% dos produtores e comercializadoras de FLV, a quase totalidade dos fornecedores de sucos de frutas orgânicos, produtores de açúcar orgânico, entre outros. No Conselho Deliberativo estão representantes da comunidade universitária, de bancos oficiais e de empresas de varejo.

PO: Quais as ações prioritárias que você irá tomar como novo presidente da AECO?

Desde a sua fundação, a AECO vem buscando identificar e perseguir o seu FOCO MAIOR: o apoio ao crescimento do mercado orgânico, ao MARKETING DO ORGANICO. Por uma série de motivos, o foco nos últimos dois anos foi em participar dos esforços desenvolvidos pelo Governo, através do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e demais interessados, na criação de uma legislação que definisse “o que é orgânico”. Esta etapa foi cumprida com a edição da Lei  No 10.831, de 23 de dezembro de 2003.

O momento atual faz com que a Diretoria e o Conselho Deliberativo recém-eleitos passem decididamente a dirigir todos os seus esforços e empenho para aumentar o conhecimento da população sobre “o que é orgânico”. A grande maioria da população desconhece a existência e os benefícios relacionados ao consumo de produtos voltados à saúde dos consumidores, à proteção do ambiente e ao desenvolvimento da agricultura de médio e pequeno portes na produção de alimentos. Orgânico é muito mais do que um produto sem agrotóxico e a AECO  precisa se empenhar na divulgação crescente das vantagens inerentes ao consumo de produtos orgânicos CERTIFICADOS, junto ao mercado. Nosso foco maior será o Marketing do Orgânico.

PO: Como você vê o cenário atual do setor orgânico no Brasil? Que progressos e conquistas você destacaria?

  • Há sinais claros de que o mercado de orgânicos no Brasil se desenvolve de forma constante, atingindo parcela crescente da população, notadamente no Centro-Sul, nas grandes metrópoles e nas cidades de porte médio. 
  • Há um aumento de oferta, em variedade e quantidade de produtos orgânicos, de origem nacional e importados.
  • Há um aumento acentuado no número de pessoas que consomem produtos orgânicos.
  • Há varias redes de grandes varejistas que têm metas muito claras e definidas em relação ao aumento de da participação de produtos orgânicos certificados em seu faturamento, e que vem desenvolvendo diálogos constantes com produtores, comercializadoras e certificadoras na busca do crescimento do mercado.
  • Há hoje uma legislação que define o setor, que deverá ser regulamentada ainda em 2004.

Pedro Santiago - Membro da Diretor da AECO e presidente da Câmara Setorial da Agricultura Orgânica no Brasil


Recentemente, foi criada pelo Ministro da Agricultura, Pecuária  e Abastecimento,  Roberto Rodrigues, a CÂMARA SETORIAL DA AGRICULTURA ORGANICA, à qual está sendo dado amplo apoio, com a ativa participação dos segmentos do setor orgânico. Aliás, a presidência desta Câmara Setorial foi entregue ao nosso companheiro de Diretoria da AECO, José Pedro Santiago, cuja experiência e contribuições ao desenvolvimento do setor orgânico são de conhecimento geral.

Há um crescente interesse por feiras e exposições de produtos orgânicos, veja o sucesso da Conferência BioFach 2003 e a perspectiva de sucesso maior ainda da BioFach América Latina 2004, que nesta edição abrangerá também mercados latino- americanos, como Argentina e Chile, até mais desenvolvidos que o nosso, em termos de variedade de produtos orgânicos oferecidos ao mercado.

Na BioFach 2004, em Nuremberg, Alemanha, formou-se a BRASILBIO, cujos objetivos se assemelham aos da AECO e com quem esperamos desenvolver ampla e cordial colaboração.

Cresce no país a presença de certificadoras ligadas à IFOAM, que estão também se reunindo em um Fórum, visando desburocratizar o setor, promover maior agilidade nos processos de re-certificação e ampliar o intercâmbio entre produtores, o que sem dúvida resultará em um processo de comercialização mais amplo e mais rápido, em beneficio do mercado.A contribuição do Planeta Orgânico como mídia eletrónica expressiva é inegável, pois segundo sabemos é crescente o numero de consultas  e visitas a este web site por internautas interessados em conhecer o e obter informações sobre o setor.

PO: Quais os principais entraves para o crescimento do mercado interno de produtos orgânicos ?

O maior entrave ao crescimento do mercado de orgânicos no Brasil é a falta de informação do consumidor sobre o que realmente é o produto orgânico e os seus benefícios para a saúde e o meio-ambiente. É preciso divulgar, informar, inserir o consumidor no conceito, enfim, fidelizar o cliente.

PO: De que forma os associados da AECO se beneficiam das ações implementadas por esta associação?

A AECO é um veículo de comunicação, que objetiva a expansão do segmento orgânico, o que se constitui no maior beneficio que seus associados poderão usufruir.

A AECO precisa também – e nisso estará o empenho da atual gestão –   mostrar benefícios tangíveis para seus associados, como o acesso aos principais segmentos comerciais, o desenvolvimento de sistemas de rastreabilidade, o desenvolvimento de sistemas de informação e divulgação, aos quais os associados possam recorrer e sentir que são atendidos em suas demandas e em seu posicionamento em relação a mercados e clientes, entidades governamentais e certificadoras, parceiros e concorrentes.

PO: A AECO estará presente no BioFach América Latina na sala A, dia 9 de setembro. O que a AECO pretende mostrar nesta sua apresentação?

A AECO apóia integralmente a BioFach América Latina 2004 e participa do entusiasmo que a iniciativa gerou e continua gerando. Nosso plano de trabalho no Biênio 2004/2006 terá como foco o MARKETING DE ORGÂNICOS JUNTO AO CONSUMIDOR.Sinto-me honrado em participar do evento como palestrante. Pretendo mostrar os passos concretos que a AECO está desenvolvendo para atingir os  objetivos a que se propõe esta gestão.Quero também aproveitar a oportunidade para desenvolver a aproximação com todos os segmentos representativos do setor orgânico, para deixar clara nossa posição de somar em favor do movimento e não separar em nome de conceitos ou posições antagônicas pré-definidas.

Assisti a uma palestra do Sr. Bernward Geier, Diretor Gerente da IFOAM, que me impressionou por vários motivos. Principalmente, quando perguntado sobre as diferenças existentes entre movimentos e organizações dedicadas ao segmento orgânico na Comunidade Econômica Européia. Ele respondeu: “Vocês devem somar e evitar divisões. Foi assim que o movimento cresceu na nos países da Europa e é assim que pode acontecer no Brasil”.

PO: O que é necessário fazer para associar-se à AECO?

  Estar direta ou indiretamente ligado ou interessado no desenvolvimento do mercado de produtos orgânicos, como consumidor, produtor, varejista, comercializador, ou simplesmente consumidor interessado

   Participar das reuniões de Conselho Deliberativo que se realizam mensalmente e que são abertas aos associados;

   Preencher a ficha de inscrição, que pode ser obtida com o Secretário Executivo Alexandre Arbex, e-mail: info@aeco.org.br

   Ter paixão pelo segmento orgânico e a disponibilidade para engajamento efetivo nos trabalhos dos próximos dois anos.

Renato Hauptmann
FSO PRODUTOS ORGÂNICOS INDUSTRIA E COMERCIO S.A.
E MAIL: renato.diretoria@santoonofre.com.br
 



 

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