Entrevista com José Amaral Wagner Neto, diretor da certificadora, OIA Brasil, comentando a participação da instituição no Agrishow 2003 |
PO: Como você avalia a presença dos orgânicos num evento com as características do Agrishow? |
Neto – Este é o segundo ano de participação da OIA BRASIL no Agrishow. Há um interesse crescente do público do Agrishow pela produção orgânica. O evento é, obviamente, dominado pela agricultura convencional de grande escala. Mas este ano já há uma participação maior de insumos apropriados para produção orgânica, máquinas e equipamentos voltados para a pequena produção e a presença forte do PRONAF na Feira. O público está muito interessado na agricultura orgânica e a Embrapa, MDA e MAPA estão com propostas claras para apoiar a produção orgânica como a principal alternativa de sustentabilidade da produção familiar. O trabalho do SEBRAE – SP também tem contribuído muito na divulgação dos orgânicos e teve uma participação importante no evento.
No próximo ano, o movimento deveria se organizar e ter uma presença maior no Agrishow, inclusive com seminários e campos para demonstrações dinâmicas. Afinal, um dos caminhos para o crescimento da produção orgânica ainda passa pela atração e demonstração de sua viabilidade junto aos produtores convencionais.
PO: A OIA BRASIL teve bons resultados com sua participação? |
Neto – Sim. Tivemos ótimos contatos institucionais e grande número de produtores orgânicos e convencionais interessados na nossa certificação.
Ficamos junto ao stand da CATI – Secretaria da Agricultura de São Paulo, que apresentou o seu programa de Micro- Bacias, totalmente consistente com os princípios da agricultura orgânica. Assim, tivemos acesso a um grande número de produtores e técnicos extensionistas interessados.
Recebemos muitas consultas de produtores de outros estados — Paraná, Minas Gerais, Goiás, Rondônia, Mato Grosso, Roraima, Tocantins, São Paulo e outros.
PO – Quais foram os principais produtos solicitados para certificação durante o evento? |
Neto – Café e hortaliças foram os produtos mais procurados, seguidos de pecuária de corte, apicultura e frutas.
PO: Quais as perspectivas para a OIA-Brasil em 2003? |
Continuar crescendo e aprimorando a qualidade dos nossos serviços.
Estamos esperançosos com o amadurecimento do movimento orgânico no Brasil, com o qual esperamos aprimorar cada vez mais o relacionamento da nossa empresa. Vemos também como muito positivo o governo federal apontar a agricultura orgânica como uma das prioridades para a pesquisa agropecuária e para o desenvolvimento rural.
2003 deverá ser o ano da institucionalização da agricultura orgânica no Brasil, consolidando a legislação e o processo de certificação nacionais, para que o potencial da agricultura orgânica brasileira se realize na sua plenitude e conquiste definitivamente o consumidor brasileiro e o do exterior, com as garantias de qualidade e segurança alimentar que permitiram o crescimento espetacular da agricultura orgânica nos últimos anos.
AGRISHOW RIBEIRÃO PRETO CONTABILIZA NEGÓCIOS ACIMA DE R$ 1,2 BILHÃO
Considerado o termômetro do agronegócio brasileiro a Agrishow Ribeirão é uma das três maiores feiras agrícolas do mundo, e é a partir dela que produtores rurais e as empresas das mais diversas cadeias do agronegócio definem o que farão ao longo do ano.
A direção da Agrishow 2003, encerrada no dia 03 de Maio em Ribeirão Preto/SP, divulgou hoje (06/05) os resultados de uma pesquisa sobre os negócios entabulados pelos 540 expositores visitados por cerca de 140 mil produtores, durante os seis dias de duração do evento, considerado entre os três maiores do mundo no seu gênero.
A referida pesquisa, efetuada junto aos três bancos oficiais do evento e aos bancos ligados aos fabricantes de máquinas e equipamentos, indicou que os negócios realizados deverão superar R$ 1,2 bilhão – 10% acima do valor das transações do ano anterior. Só os três bancos independentes – Banco do Brasil, Banespa e Bradesco – contabilizaram financiamentos em torno de R$ 710 milhões (no ano passado financiaram R$ 397 milhões).
Além dos negócios financiados, alguns produtores compraram máquinas, equipamentos, insumos e serviços utilizando-se de recursos próprios ou obtidos junto a outras instituições financeiras não presentes na Agrishow.
Fonte: http://www.agrishow.com.br/
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