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3-Manutenção, cuidados e verificando a maturidade do composto |
4-Composteira: solução para fazer a compostagem em pequenos espaços.
Embora a compostagem em pilhas apresente a vantagem de não exigir equipamento especial, apenas algumas ferramentas como pás e enxadas, por exigir amplos espaços e volumes relativamente grandes de resíduos animais e vegetais, seu uso fica restrito às propriedades rurais, não podendo ser praticada por quem dispõe de um quintal na cidade, por exemplo.
Contudo, essas limitações de espaço e de quantidade de resíduos não impedem quem deseja reciclar seus resíduos orgânicos de realizar a compostagem. O uso de composteiras é indicado para quintais, varandas de apartamentos ou mesmo garagens, pois ocupam uma superfície pequena quando comparadas à pilha de composto aberta.
A composteira mais conhecida atualmente é uma caixa de madeira sem fundo nem tampa desenvolvida na década de 1940, na Nova Zelândia. A caixa neozelandeza tem um tamanho padrão: 1 metro por 1 metro na base e também 1 metro de altura, permitindo a circulação de ar pelas laterais.Quando cheia, ela pode ser desmontada e montada novamente ao lado da posição anterior, porque suas paredes laterais são removíveis. Ao transferir a matéria orgânica de uma posição para outra, a pessoa estará fazendo o revolvimento do material. Pode-se também contruir duas ou três caixas simultaneamente, para que a matéria orgânica seja transferida de uma caixa para outra. Em hortas domésticas ou jardins, o tempo para o enchimento da caixa pode ser de um mês ou mais.
Uma outra opção interessante para quem possui um quintal ou espaços de até 1 ha, é a composteira feita com cesto telado, que nada mais é do que um cilindro formado com tela plástica ou de galinheiro, dessas que se encontram em casas de material para horticultura e jardinagem. As vantagens do cesto telado é ser leve, resistente e não enferrujar.
“O mais importante em uma composteira, independentemente do tamanho e forma, é que ela permita a circulação de ar e comporte cerca de 1 metro cúbico de resíduos”; afirma o professor Marcelo Jahnel, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo. Essas regras limitam as dimensões da composteira de cesto telado:
Se for muito alta (mais de 1,5 m), o peso do material deixará a base compactada demais, dificultando o revolvimento e impedindo uma aeração adequada.
– Se tiver menos de 1 metro de altura ou de largura, perderá calor e umidade.
– Se a largura ultrapassar 1,5 metro, o ar não penetrará no interior do composto
De acordo com as disponibilidades de materiais e a criatividade de cada um, podem ser construídos outros tipos de recipientes para compostagem, desde que se respeitem as regras anteriormente citadas. As vantagens de se construir a própria composteira são a economia de dinheiro e o aproveitamento de materiais disponíveis ou de fácil acesso na região. O importante é começar, pois uma vez experimentados os benefícios da compostagem, quem a realiza não deseja mais parar. Mas, não se preocupem, caros leitores: fazer compostagem não vicia, é apenas uma atividade apaixonante como todo aprendizado com a natureza que a Agroecologia nos proporciona.
Fontes:
“Manual de Horticultura Ecológica”, João Francisco Neto, Ed. Nobel, 1995.
“A Horta Intensiva Familiar”, Lourdes Maria Grzybowwski, AS-PTA, 1999.
“Cadernos de Reciclagem 06: Compostagem – A outra metade da reciclagem”, Marcelo Jahnel, Cempre, 1998.
“Adubo no Cesto”, Revista Globo Rural, janeiro de 1998.