Os textos a seguir foram quase inteiramente baseados em informações da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) e no Guia Alimentar de Dietas Vegetarianas para Adultos, de autoria do Departamento de Medicina e Nutrição da SVB.
Confira informações completas sobre o tema no website da SVB.
Faça também a leitura completa do Guia, uma das publicações mais completas sobre o tema no país.
Quem são os Vegetarianos?
Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira, “é considerado vegetariano todo aquele que exclui de sua alimentação todos os tipos de carnes, aves, peixes e seus derivados, podendo ou não utilizar laticínios ou ovos. O vegetarianismo inclui o veganismo, que é a prática de não utilizar produtos oriundos do reino animal para nenhum fim (alimentar, higiênico, de vestuário etc.).”
O indivíduo que segue a dieta vegetariana pode ser classificado de acordo com o consumo de subprodutos animais (ovos e laticínios):
– Ovolactovegetariano é o vegetariano que utiliza ovos, leite e laticínios na alimentação.
– Lactovegetariano é o vegetariano que não utiliza ovos, mas faz uso de leite e laticínios.
– Ovovegetariano é o vegetariano que não utiliza laticínios mas consome ovos.
– Vegetariano estrito é o vegetariano que não utiliza nenhum derivado animal na sua alimentação. É também conhecido como vegetariano puro.
– Vegano é o indivíduo vegetariano estrito que recusa o uso de componentes animais não alimentícios, como vestimentas de couro, lã e seda, assim como produtos testados em animais.
A dieta vegetariana não deve ser confundida com a macrobiótica, que designa uma forma de alimentação que pode ou não ser vegetariana. O macrobiótico tem um tipo de alimentação específica, baseada em cereais integrais, com um sistema filosófico de vida bastante peculiar e característico.
Guia Alimentar de Dietas Vegetarianas para Adultos
No Guia Alimentar de Dietas Vegetarianas para Adultos, de autoria de Marly Winckler, Presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira, há muitos argumentos favoráveis à alimentação vegetariana. De acordo com o Guia, as dietas vegetarianas trazem resultados benéficos na prevenção e no tratamento de diversas doenças crônico-degenerativas não transmissíveis. Não há estudos demonstrando aumento de doenças em grupos vegetarianos.
As dietas ovolacto e lactovegetariana fornecem todos os nutrientes necessários ao organismo humano. A dieta vegetariana estrita não apresenta fontes nutricionais de vitamina B12, que deve ser obtida por meio de alimentos enriquecidos ou suplementos.
Os nutrientes que exigem atenção na prescrição do cardápio para o ovolactovegetariano são ferro, zinco, e ômega-3. Na dieta vegetariana estrita também deve se dar atenção à vitamina B12 e ao cálcio.
De forma geral, a proteína não é fator de preocupação nas dietas vegetarianas. Na dieta vegetariana estrita, a ingestão de lisina é garantida pelo consumo diário de 4 colheres de sopa de feijão cozido em grão ou quantidade equivalente dos demais alimentos do grupo dos feijões.
Devido ao consumo limitado de carne na dieta onívora saudável, para haver a ingestão diária preconizada de nutrientes, como ferro e zinco, é necessário o consumo de alimentos de origem vegetal.
Dessa forma, o cuidado com a biodisponibilidade desses nutrientes deve se aplicar tanto à dieta vegetariana quanto à onívora.
A ingestão diária recomendada (DRI) de ferro, zinco e ômega-3 é maior para vegetarianos devido a motivos teóricos e não a dados relativos a deficiências encontradas nessa população.
Para melhorar a biodisponibilidade do ferro da dieta, recomendamos que sempre se associe a ela o consumo de alimentos ricos em vitamina C, ácidos orgânicos e betacaroteno, além do cuidado de manter a flora colônica acidófila e do uso de métodos que reduzam o teor de ácido fítico dos alimentos.
Convém evitar, nas refeições ricas em ferro, os alimentos com alto teor de cálcio, caseínofosfopeptideos e polifenóis. Para otimizar a absorção de zinco, recomendamos o uso de vitamina C e ácidos orgânicos nas refeições mais proteicas e ricas em zinco. E, para reduzir o efeito inibitório na absorção do zinco, evitar o consumo de caseína e cálcio e reduzir o teor de ácido fítico dos alimentos. Na dieta vegetariana estrita, as fontes de cálcio devem ser priorizadas. Os bebidas vegetais fortificadas com cálcio são opções para substituir o leite de vaca. Os demais alimentos mais ricos em cálcio podem ser encontrados ao longo do texto, neste parecer.
A suplementação de vitamina B12 pode ser feita sob a forma de cápsulas vegetais ou gotas, na dose de pelo menos 10 mcg por dia, para manutenção do nível adequado. Devido às particularidades do metabolismo da B12, doses de ate 1.000 mcg por dia podem ser prescritas pelo nutricionista (de acordo com a Anvisa e o Conselho Federal de Nutrição), conforme achados laboratoriais. O consumo de ômega-3 pode ser aumentado por meio das sementes oleaginosas, como nozes e linhaça. Essa recomendação deve ser estendida para a população onívora que não consome peixe regularmente.
Campanha “Segunda sem Carne”
A Campanha Segunda Sem Carne se propõe a conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de carne para alimentação tem sobre o meio ambiente, a saúde humana e os animais, convidando-as a tirar a carne do prato pelo menos uma vez por semana e a descobrir novos sabores.
Existente em vários outros países, como nos Estados Unidos e no Reino Unido (onde é encabeçada pelo ex-Beatle Paul McCartney) e apoiada por inúmeros líderes internacionais, a campanha foi lançada, em São Paulo, em outubro de 2009, numa parceria da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) da prefeitura, posteriormente estendendo-se a várias outras cidades brasileiras.
A fim de facilitar a adoção deste hábito, a SVB fornece aqui receitas saborosas, dicas de nutrição, notícias e informações qualificadas a respeito das razões éticas, ambientais e de saúde para passar essa idéia adiante.
Confira o website da Campanha para mais informações
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