O Governo do Estado do Pará está investindo na criação de um Centro de Referência onde a produção orgânica seria uma das principais referências. Localizado no sudoeste do Estado e no eixo da rodovia Transamazônica, a intenção é que o cacau seja um dos principais produtos a serem armazenados no local.

No novo Centro, haverá duas câmaras frias com capacidade para armazenar um total de 40 toneladas de polpas de frutas, além de contêineres que receberão as amêndoas de cacau para exportação, após os testes no laboratório para classificação dos produtos e determinar o padrão de exportação.

O Centro também planeja um espaço para comercializar produtos beneficiados, entre eles o chocolate (orgânico e convencional) que será produzido a partir do segundo semestre deste ano, na agroindústria instalada no município de Medicilândia. O prédio da primeira fábrica de chocolate do Pará já está pronto e em fase de licitação de equipamentos. A agroindústria vai beneficiar cacau orgânico e não orgânico, com capacidade para processar até 100 quilos de amêndoas por hora.

Em terreno cedido pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), o Centro foi construído com recursos do Governo do Estado, no valor de R$ 300 mil, com uma contrapartida de 10% da ONG Fundação Viver, Produzir e Preservar.

O Pará é o segundo maior produtor brasileiro de cacau, após o Estado da Bahia. Segundo a Secretaria de Agricultura do Estado, em 2009, produziu 56 mil toneladas, um crescimento de 20% nos últimos três anos, com uma área plantada de 69 mil hectares e produtividade de 750 ton./ha. Em todo o estado, onze mil famílias estão envolvidas na atividade cacaueira, sete mil só na Transamazônica.

A região da Transamazônica, que reúne 11 municípios, é responsável por 80% da produção de cacau do Pará. O maior produtor paraense é Medicilândia, onde 40% de seus campos são de terra roxa, solo altamente produtivo, além do clima favorável para a cultura.

Para acelerar o processo de transição de produtores convencionais para orgânico, a Secretaria Estadual de Agricultura vai instalar até julho estruturas de beneficiamento compostas por secador, cocho de fermentação e ferramentas, em 50 propriedades da região. O objetivo é melhorar a qualidade das amêndoas para a indústria.