José Antonio Azevedo Espindola
A Embrapa possui uma rede de pesquisa constituída para buscar o desenvolvimento tecnológico de sistemas orgânicos sustentáveis de produção agropecuária. Tal rede é organizada através do projeto “Bases Científicas e Tecnológicas para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica no Brasil”, também conhecido pela sigla MP1 Agricultura Orgânica. É formada por 27 Unidades da Embrapa, agregando 369 pesquisadores e técnicos, além de 25 instituições parceiras como organizações não-governamentais (ONGs), universidades e instituições de pesquisa e extensão. As ações de pesquisa conduzidas visam obter produtos e processos que contribuam para o desenvolvimento da agricultura orgânica.
Recentemente, participantes do MP1 Agricultura Orgânica reuniram-se em workshop para avaliar as principais contribuições geradas pelo projeto nas áreas de apropriação de conhecimentos, avaliação de cultivares, manejo fitossanitário, manejo de recursos naturais, qualidade e processamento de alimentos orgânicos, e sistemas orgânicos de produção animal e vegetal. Além de pesquisadores e técnicos da Embrapa, participaram representantes de várias instituições vinculadas ao tema, como a Associação de Produtores Orgânicos do Vale do Rio Preto (Horta Orgânica); a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro (EMATER-RIO); a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO-RIO); a Fundação Universidade do Tocantins (UNITINS); o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper); e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O workshop também contou com a participação de pesquisadores de outros países como Argentina, Áustria e Dinamarca.
A elaboração de propostas de cooperação internacional apresenta um grande potencial de avanço para a agricultura orgânica brasileira. Isso porque permitirá que nossa equipe interaja com profissionais de outras instituições, de forma a estimular um intercâmbio de conhecimentos capaz de promover o avanço científico e tecnológico nessa área.
O evento mostrou particular importância por identificar avanços e dificuldades relacionadas ao desenvolvimento de pesquisas na agricultura orgânica. Dentre os temas selecionados para possíveis projetos de cooperação, podem ser destacados a pecuária orgânica e a avaliação de impactos ambientais, sociais e econômicos em sistemas orgânicos de produção. Os projetos de cooperação estão sendo discutidos juntamente com instituições como o International Center for Research in Organic Food Systems (ICROFS) e o Programa Cooperativo para el Desarrollo Tecnológico Agroalimentario y Agroindustrial del Cono Sur (PROCISUR). Dessa forma, espera-se favorecer a participação dos integrantes da rede de pesquisa brasileira em projetos de cooperação internacional, os quais serão submetidos a futuros editais da União Européia.
Pesquisador da Embrapa Agrobiologia. Líder do Projeto “Bases Científicas e Tecnológicas para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica no Brasil”