RELATÓRIOS DE MERCADO |
Junho/Julho 2006
Agricultura Orgânica na América Latina e
a Produção de Alimentos Orgânicos na América Latina
Mercados de Alimentos Orgânicos
na América Latina
Panorama Geral da Cadeia
Agroalimentar das Frutas
NOTÍCIAS EM DESTAQUE |
Sistemas Agroflorestais & Sistema Orgânico
Resumo Executivo Bimestral (ultimo)
Agricultura Orgânica na América Latina |
De acordo com os resultados do levantamento, “The World of Organic Agriculture, Statistics & Emerging Trends 2006”, publicado pela International Federation of Organic Agriculture Moviments, Bonn Germany & Research Institute of Organic Agriculture, FIBL, foram abordados 194 países e contactados 146. Destes, foram obtidas respostas e levantados dados de 121 países, correspondendo 62% do total inicial. Na América Latina foram contactados 33 países e obtidas respostas e levantados dados de 23, correspondendo a 70% do total iniciado.
Na América Latina diversos países possuem área maior do que 100 mil hectares já certificados. Atualmente são estimados 6,4 milhões de hectares no total de área em sistema orgânico. Além disto possuem outros 6 milhões de hectares em sistema de manejo sustentável com algum tipo de certificação, como a certificação florestal, no caso de países como o Brasil, Costa Rica, Argentina e Uruguai. O total de área estimada com a certificação florestal no mundo todo é de 20 milhões de hectares, a América Latina possui 30% deste total, a África 34 %, a Ásia 33 % e a Europa apenas 3 %.
Os países com maior representatividade em área certificada orgânica são o Uruguai, Argentina e Costa Rica. A Argentina possui uma área de 2.8 milhões de hectares, na sua maioria áreas de pastagens para a exploração pecuária, ou seja 2,3 milhões de hectares.
Os países com maior representatividade em área certificada orgânica são o Uruguai, Argentina e Costa Rica. A Argentina possui uma área de 2.8 milhões de hectares, na sua maioria áreas de pastagens para a exploração pecuária, ou seja 2,3 milhões de hectares.
O Brasil possui uma área de 887.637 hectares certificados, e uma área de 5,9 milhões de hectares quando são consideradas as áreas com certificação florestal.
A área em sistema orgânico certificado por país, o percentual desta área sobre o total utilizável para produção de alimentos e o número de unidades produtoras já certificadas estão apresentadas no quadro a seguir com os principais países da América Latina:
Pelos dados levantados da pesquisa observa-se que o perfil entre os países tem diferenças quanto a dimensão das áreas em sistemas orgânicos, sua participação em relação a área total utilizável e o número de unidades de produção certificadas.
A Argentina apesar de possuir a maior área, possui um número reduzido de unidades produtivas; enquanto que o México possui o maior número de unidades produtivas, porém com apenas 0,27 % de área certificada em relação a área total utilizável no país. Alguns países como o Peru, Cuba, Costa Rica, Honduras, Guatemala e México demonstram um perfil para pequenas propriedades, pelo grande número de unidades produtivas em relação a sua área, enquanto a Argentina, Colômbia, Venezuela, Panamá, Brasil e Chile um perfil de médias e grandes propriedades, devido as grandes extensões de área e o reduzido número de unidades produtivas.
Dentre os 10 países com maior área certificada orgânica encontram-se 4 países latino americanos, são eles: Argentina, Brasil, Uruguai e Chile. Quando consideramos a relação de área certificada frente ao total de área agrícola de cada país, não encontramos nenhum país latino americano entre os 10 primeiros.
A Produção de Alimentos Orgânicos na América Latina
A América Latina possui 127.161 hectares de áreas agricultáveis com culturas como o café, cacau, algodão e culturas de grãos (soja, milho, girassol, feijão, arroz, etc.). Considerando o total de 4,1 milhões de hectares de área certificada agricultável no mundo todo, a América Latina corresponde apenas 3 %. Já na área de culturas de pastagens, de um total de 9, 5 milhões de hectares, a América Latina possui 33 % deste total, ou seja, 3,2 milhões de hectares de pastagens certificadas.
Nas culturas permanentes, a América Latina possui 593 mil hectares, correspondendo a 41 % do total no mundo todo. Deve-se considerar que a América Latina tem um potencial de área agricultável ainda não explorada, como o Brasil que possui em torno de 90 milhões de hectares de área disponível.
A agricultura orgânica na América Latina vem crescendo, principalmente nas exportações com produtos como o café e a banana dos países da América Central, o açúcar do Brasil e do Paraguai, os grãos (soja) do Brasil e da Argentina (diversos).
O café representa um dos principais produtos exportados, do total de café vendido no mundo, o café orgânico transacionado de 20 mil toneladas de café representa apenas 1,5 %. Este valor de café orgânico vendido representa um consumo sustentável ao ano para aproximadas 500 mil pessoas. Os maiores mercados consumidores do café orgânico foram os Estados Unidos da América, Europa e Japão.
De acordo com FIBL, 2004, a área total de café orgânico no mundo todo é de 324 mil hectares, sendo que o México tem 147.136 hectares e o Peru tem 75.775 hectares. A Colômbia tem 7.531 hectares, Nicarágua tem 10.282 e Guatemala e Brasil em torno de 6.300 hectares. Além destes, Republica Dominicana, El Salvador, Bolívia, Equador, Honduras, Costa Rica e Panamá completam os países produtores de café orgânico.
Em recente estudo do Centro de Inteligência Sobre Mercados Sustentáveis, CIMS, da Costa Rica, existem cerca de 63.000 produtores de café orgânico na América Latina; o perfil das propriedades certificadas é de 2 a 4 hectares e estes pequenos produtores são responsáveis por 90 % da produção. O estudo indica que existem 300 produtores certificados que exportam café orgânico para os mercados europeu, japonês e americano.
Na Bolívia a “Asociación de Organizaciones de Productores Ecológicos de Bolívia”, AOPEB, desenvolve um trabalho junto a associações de produtores. A Associação foi fundada em 1991 e atualmente já conta com 30.000 produtores envolvidos. O Programa de Liderança para o fortalecimento e integração social engloba 32 associações de produtores de café orgânico que visam o atendimento do mercado interno e as vendas ao mercado externo.
Outra cultura expressiva na América Latina é o cacau. A África produz 69 % de todo cacau produzido no mundo, a América, Ásia e Oceania produzem 18 % e a América 13 %. A produção total de cacau é de 2,7 milhões de toneladas por ano. A Europa importou 14.000 toneladas de cacau orgânico em 2003 e entre 2002 e 2005 o consumo cresceu de 16 a 20 % em média.
A Republica Dominicana é o maior produtor e exportador, produz cerca de 14.350 toneladas ao ano e vende 60 % deste total, 8.500 toneladas. A produção total de cacau orgânico certificado é de 57 mil toneladas, sendo 98 % produzido nos países da América Latina. A área total de cacau orgânico na América Latina é de 73.000 hectares sendo distribuído da seguinte forma.
A produção de açúcar orgânico é crescente na América Latina de acordo com o aumento da demanda de países compradores, o Brasil, Paraguai, Equador e Argentina são os maiores produtores em área. No Brasil, existe uma grande companhia produtora e processadora, a Usina São Francisco. Na Argentina, na região de Las Misiones, existe uma cooperativa, San Javier Organic Co-operative com 650 cooperados que processam 80 mil toneladas de cana por ano. No Paraguai cerca de 1.000 produtores de açúcar orgânico estão recebendo 20 % de sobre-preço em relação ao açúcar convencional.
O desenvolvimento das cadeias de frutas, verduras e legumes, além de serem os principais produtos orgânicos no mercado interno de vários países da América Latina, já representam boa parte da exportação para países da Europa e para os Estados Unidos. O Brasil exporta uva e maça, o Chile exporta Kiwi e variedades de frutas silvestres (blackberries, cherries, blueberries, etc), Colômbia, Honduras e Republica Dominicana vendem banana, abacaxi, manga e outras frutas tropicais. A Argentina vende maça, pêra e frutas cítricas, o México também vende maças, bananas e coco. Na Republica Dominicana 70 % de toda banana vendida/consumida é orgânica e a Costa Rica exporta 1,7 milhões de kilos de banana para os países europeus e o Estados Unidos.
Outro produto em crescimento é a carne orgânica, a Argentina é o maior produtor e exportador. O Brasil esta iniciando as atividades de pecuária orgânica e já conta com a presença de duas associações de produtores. O Uruguai também esta começando a produzir carne orgânica e 99 % das áreas certificadas com sistemas orgânicos são de pastagens para pecuária e 70 % do valor total do mercado orgânico provém das vendas de carne orgânica.
Mercados de Alimentos Orgânicos na América Latina |
O desenvolvimento dos mercados de alimentos orgânicos na América Latina é caracterizado por uma forte presença no mercado externo. Nos mercados internos, destaca-se o aparecimento de diversos canais de comercialização e distribuição: tanto aqueles já existentes chamados de convencionais, como novas formas alternativas de venda do alimento orgânico. A regulamentação da legislação sobre alimentos orgânicos na América Latina encontra-se em diferentes estágios entre os países que a compõe. Somente na Argentina e na Costa Rica a lei está regulamentada e em funcionamento. No Brasil, Chile, Guatemala, México e Honduras, a lei encontra-se em processo final de regulamentação. Na Bolívia, El Salvador, Nicarágua, Paraguai e Peru, a lei está em fase de elaboração.
Em relação ás atividades de certificação da produção orgânica, em 2003 existiam 364 organizações registradas no mundo todo em 70 países. Em 2004 o número era de 385 e em 2005 o número subiu para 419 organizações com a atividade de certificação. Na América Latina o total de certificadoras atuantes em 2005 foi de 43 organizações. O Brasil possui 18 certificadoras registradas, é o país na América Latina com maior numero de organizações atuantes.
Das 43 organizações certificadoras que atuam na América Latina, 4 estão Número de Certificadoras no Mundo registradas na IFOAM, uma atuando no mercado do Japão, 13 com registro nas normas ISO 65, 5 atuantes nos mercados da União Européia e 10 no mercado dos Estados Unidos da América.
Os mercados internos nos países da América Latina possuem características diferentes, existem alguns países com sua venda concentrada no grande varejo (supermercados e hipermercados), já outros países tem sua venda no pequeno varejo (lojas, mercados pequenos e médios), porém em ambos a venda direta é uma constante (feiras livres e entregas a domicilio). Os supermercados a partir da década de 90 incorporaram nas suas compras os alimentos orgânicos, principalmente as verduras e legumes, além das frutas. No Brasil, Uruguai, Argentina, Costa Rica, Peru e Honduras, existem inúmeras iniciativas. Atualmente já é grande a variedade de produtos ofertados nas lojas do grande varejo.
Considerando o perfil dos produtores orgânicos, na maioria dos países da América Latina, ou seja, pequenos produtores associados e/ou cooperados a uma associação e/ou cooperativa respectivamente, o desenvolvimento dos mercados locais vem sendo a alternativa mais viável para garantir a comercialização da produção destes pequenos e médios produtores.
No Brasil um bom exemplo é a Rede Ecovida, que abrange os estados da Região Sul, e promove feiras livres semanais em diversas cidades, inclusive nas capitais dos estados. Um outro exemplo similar é no Equador, a Fundacion Maquita Cushnchic também promove a venda direta do produtor ao consumidor. Na Costa Rica existe um slogan que ajuda a promover esta venda direta: “From my family to your family” (Da minha família para a sua família).
No Brasil, mais precisamente no estado do Rio Grande do Sul, em 1985, em uma área rural de 70 hectares no município de Vacaria, iniciou-se o desenvolvimento do Centro Ecológico com objetivo de demonstrar a viabilidade técnica e econômica da produção agro ecológica e os benefícios ambientais e sociais da agricultura ecológica.Em 1989, o Centro Ecológico foi chamado pela Cooperativa Ecológica Colméia para participar da primeira edição de uma feira de agricultores ecologistas na cidade de Porto Alegre, capital do estado.
Segundo artigo do Engenheiro Agrônomo Laércio Meirelles, publicado na edição número 131 da revista Aportes, em 2005, as feiras ecológicas são desenvolvidas desde 1989 em diversos municípios do estado. As feiras livres são organizadas pelos próprios agricultores, em grupos que podem variar entre 3 famílias até 170 famílias. O número de consumidores envolvidos também varia de 100 até 10.000 consumidores. O movimento financeiro de cada feira livre pode ser de R$ 400,00 até R$ 30.000,00 por feira semanal.
Existem diversos outros exemplos como no Peru, a Rede Agroecológica (RAE) que desenvolve feiras livres semanais em várias cidades do interior, mantendo inclusive um costume milenar das comunidades indígenas peruanas. No Uruguai, no Parque Rodo, também existe uma feira livre semanal. Na Republica Dominicana existe um mercado ecológico em San Domingo, capital, chamado FAMA. Iniciativas similares podem ser encontradas em praticamente todos os países da América Latina.
Panorama Geral da Cadeia Agroalimentar das Frutas |
O Brasil figura entre os primeiros produtores mundiais de frutas, dispondo de um amplo leque de oferta, desde as tropicais até as temperadas. No entanto, a participação do Brasil no comércio global de frutas é ainda muito aquém de suas potencialidades, representando menos de 1 % de presença no mercado. Considerando-se o percentual orgânico atual na produção brasileira, a presença fica ainda menor.
A fruticultura voltada especificamente para a agroindústria, com exceção da laranja, ainda é bastante limitada no Brasil. Na maioria dos casos os fruticultores produzem predominantemente para o mercado in natura, onde em geral conseguem um retorno maior, vendendo apenas o excedente a um preço menor para a indústria. Portanto, no Brasil, a produção e comercialização de frutas processadas acompanham de perto a produção e comercialização de fruta fresca. (M. G. Vilela Rodrigues, 2004). Entre os produtos processados, as frutas desidratadas se destacam por serem normalmente de fácil obtenção, por manterem as características do produto natural, reduzirem custo com transporte e por possuírem características que dificultam o desenvolvimento de microorganismos que poderiam promover a deterioração da fruta fresca. (M. G. Vilela Rodrigues, 2004).Os segmentos podem ser divididos em Frutas frescas (“in natura”, polpas) e Frutas processadas (doces, geléias, secas, sucos, refrescos, etc).
Frutas “in natura”
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O Brasil está entre os primeiros produtores mundiais de fruta, dispondo de um amplo leque de oferta, desde as frutas tropicais até as temperadas. O mercado mundial de frutas frescas movimenta anualmente cerca de 21 bilhões de dólares e cresce à razão de 5% ao ano. Trata-se de um mercado muito dinâmico, destacando-se no sistema agroalimentar mundial, como o mais novo complexo internacional de suprimento de alimentos de alta qualidade e pelo processo de integração transnacional, que se traduz numa descentralização e reorganização espacial da produção. (Estudos de Frutas Export UNESP). A expansão desse novo complexo cria a oportunidade de inserção produtiva de algumas regiões de países em desenvolvimento e permite a estes espaços rurais se integrarem ao circuito globalizado de alimentos de alta qualidade, disputando os três principais mercados consumidores dos países do Norte (Estados Unidos, Europa e Japão).
Frutas processadas – Suco de Laranja Orgânico
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No processamento da produção, o principal produto obtido desta modalidade de citricultura é o suco de laranja orgânico concentrado e congelado (OFCOJ), produzido pelo processo de extração e concentração totalmente isolado na fábrica da matéria-prima convencional (laranjas de propriedades convencionais). Da mesma forma que um suco convencional, o originado de propriedades agroecológicas também não contém aditivos, sendo congelado a baixas temperaturas para preservar seu teor de vitamina C. Uma vez reconstituído (diluído em água), o suco conserva seu sabor e qualidade original, oferecendo um produto diferenciado ao consumidor que opta pelo orgânico.
As frutas conservadas por processos como secagem e desidratação, possuem redução da perecibilidade e do volume a ser transportado, além de facilitar a exportação de alguns produtos que deixam de estar sujeitos à lei de proteção de plantas dos países importadores. Um exemplo é o mercado japonês de frutas secas, que em 1999 importou 66.246 toneladas, no valor de 15, 175 milhões de ienes. Nesse mercado as frutas secas de damascos comuns, figos, caquis, kiwi, ameixas, peras, jujuba, tâmaras, abacaxi, banana, mamão papaia, uvas, mangas e pêssego, não estão incluídas na Lei de Proteção às Plantas, apesar de estarem sujeitas à lei de Higiene Alimentar. (M. G. Vilela Rodrigues, 2004).
Em 2002 o Brasil importou 172.000 t de frutas desidratadas, no valor de US$ 738.000, e exportou 12.000 t no valor de US$ 42.000. Portanto, apesar de ser um grande produtor de frutas, o Brasil importa mais frutas desidratadas do que exporta.
Dinâmica do Mercado Externo das Frutas Brasileiras –
Um potencial para a Fruticultura Orgânica
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Alguns dos potenciais para a fruticultura orgânica destacam-se nos dados a seguir:
– o Brasil exporta cerca de 600 mil toneladas de frutas frescas, totalizando um volume financeiro de US$240 milhões, o equivalente a 2% da produção nacional. Alguns países com menos produção exportam, US$20 bilhões (Espanha), US$ 1,2 bilhão (Bélgica) e US$1 bilhão (Chile).
– Atualmente são produzidos 35 milhões de toneladas de diferentes frutas em 2,2 milhões de hectares e o setor responde pela geração e manutenção de 4 milhões de empregos diretos e por um PIB de US$11 bilhões.
– O principal mercado de exportação das frutas brasileiras é a União Européia (EU), representa 70% do total vendido; 11% direcionam-se para o Mercosul. O maior comprador é a Holanda e maior consumidor o Reino Unido, seguindo-se dos Estados Unidos e Argentina.
– O Brasil teve um crescimento de 127% entre os anos de 1998 e 2002, saltando de 300 mil toneladas para 680 toneladas exportadas.
As exportações brasileiras no período de 1998 a 2002, aumentaram de forma significativa para algumas frutas como a maça, o mamão (papaia), a manga e a uva de mesa. Quanto ao mercado internacional de derivados de frutas, o Brasil exporta pequeno volume de polpa, cerca de US$ 6 milhões por ano, mas há boas perspectivas, principalmente para o aumento de frutas tropicais, incluindo as menos conhecidas, como o açaí, por exemplo.
Segmentos potencial para desenvolvimento da Fruticultura Orgânica
Os segmentos potenciais para ampliação a curto e médio prazo, pelo aumento da área de fruticultura orgânica, são identificados pelo crescimento das exportações das principais frutas e pela perspectiva de produção das áreas que estão certificadas e em processo de conversão.
O potencial das frutas brasileiras no mercado externo pode ser analisado pelo quadro a seguir. Os resultados, quando analisados por fruta exportada, indica que a uva, melão, manga, maça, mamão e banana, apresentaram crescimento significativo nos últimos cinco anos.
O potencial das frutas brasileiras no mercado externo pode ser analisado pelo quadro a seguir. Os resultados, quando analisados por fruta exportada, indica que a uva, melão, manga, maça, mamão e banana, apresentaram crescimento significativo nos últimos cinco anos.
Diante deste potencial da fruticultura brasileira a produção e exportação de frutas orgânicas é uma alternativa de atender a crescente demanda pelas frutas orgânicas nos principais países compradores.
A FNP Consultoria e Comercio publicou em um de seus anuários, uma análise do setor da fruticultura orgânica e apresentou dados que comprovaram que, dentro do desenvolvimento da cadeia produtiva da fruticultura no Brasil, este será um negócio promissor e com grandes possibilidades de ocupar um lugar de destaque no cenário das exportações mundiais.
O setor de produção e comercialização de frutas orgânicas possui um pré-requisito fundamental para atender as exigências internacionais, ou seja, um rigoroso controle de qualidade e segurança do produto final para o consumidor. As normas e exigências das certificadoras de produtos orgânicos possuem, por lei, as principais exigências do mercado internacional.
Segundo a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), com base em dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a produção brasileira de alimentos orgânicos apresenta taxas de crescimento significativas. No que diz respeito à citricultura, a produção de laranja orgânica cresceu 233% de 1999 para 2000, atingindo 1,5 milhão de caixas.
Sistemas Agroflorestais & Sistema Orgânico |
Os Sistemas Agro florestais (SAF’s) são reconhecidamente modelos de exploração de solos que mais se aproximam ecologicamente da floresta natural e, por isso, considerados como importante alternativa de uso sustentado. A característica mais importante dos SAF’s parece ser a estabilidade ou sustentabilidade ecológica. Esta sustentabilidade resulta da diversidade biológica promovida pela presença de diferentes espéciesvegetais e/ou animais, que exploram nichos diversificados dentro do sistema.
Uma das vantagens mais conhecidas da agro floresta é o seu potencial para conservar o solo e manter sua fertilidade e produtividade.
As espécies arbóreas, normalmente por possuírem raízes mais longas que exploram maior volume de solo, são capazes de absorverem nutrientes e água que os cultivos agrícolas não conseguiriam, uma vez que, geralmente, suas raízes absorventes estão concentradas na camada superior do solo. A relação entre a Agroecologia e os Sistemas Agro florestais reside no objetivo de que ambos pretendem otimizar os efeitos benéficos das interações que ocorrem entre as árvores, os cultivos agrícolas e animais, obter a maior diversidade de produtos, diminuir a necessidade de insumos externos e reduzir os impactos ambientais negativos da agricultura convencional.
O FSC – Conselho de Manejo Florestal é uma organização que controla a certificação florestal independente e tem por objetivo promover um manejo florestal no mundo de forma ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável. Isto é realizado por meio do estabelecimento de um conjunto de Princípios e Critérios de Manejo Florestal amplamente reconhecido e respeitado. Entre 2004 e 2006, a área florestal certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC) ou Conselho de Manejo Florestal internacionalmente passou de 40 milhões de hectares para 68,1 milhões de hectares, o que representa um aumento de 70,25%. Neste período, os países com áreas certificadas passaram de 59 para 66 e o número de florestas certificadas de 600 para 775.
Segundo dados do FSC International Center (FSC IC), no Brasil, o número de florestas certificadas passou de 35 para 64 em dois anos. Atualmente, é o país com o maior número de empreendimentos e com a maior área certificada da América Latina, com 3,5 milhões de hectares certificados até janeiro de 2006, em 17 estados. A Bolívia vem em segundo lugar, com 2 milhões de hectares. Das áreas certificadas pelo FSC no mundo, 55,76% são de florestas naturais, 11,11% são de plantações florestais e 33,14% são áreas de florestas naturais e plantações.
A Associação dos Seringueiros da Reserva Extrativista São Luiz do Remanso no, Ceará, foi à primeira área no Brasil a obter o certificado de manejo comunitário de uso múltiplo. Assim também uma área de manejo comunitário em Porto Dias, com certificação para madeira, obteve como primeiro produtor, a certificação de um produto não-madeireiro, o óleo de copaíba. A certificação Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal (FSC) garante que a floresta seja explorada de forma legal e sustentável, ou seja, ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável, beneficiando a sociedade como um todo. A floresta certificada no Projeto de Assentamento Extrativista São Luís do Remanso tem 7.205 hectares.Os produtos extraídos com o selo verde FSC são a madeira em tora, cascas de árvores, o óleo de copaíba e a semente de jarina, também conhecida como marfim vegetal que é usada para fazer bijuterias.Existem hoje quatro florestas comunitárias certificadas no Acre, totalizando uma área de 14 mil hectares.
Além dessa floresta, que já recebeu o selo verde, o Projeto de Assentamento Extrativista de São Luís do Remanso, no município de Capixaba, tem 39,5 mil hectares e inclui duas outras áreas que estão sendo manejadas e poderão ser certificadas no futuro. A criação da parceria entre o IMAFLORA – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola e o IBD – Instituto Biodinâmico possibilitou a ocorrência da certificação florestal e a certificação da agricultura orgânica como processos simultâneos. Assim é possível obter as duas certificações. Para isso os auditores do IMAFLORA serão capacitados pelo IBD para realizar inspeções em agricultura orgânica, fazendo-as juntamente com a certificação florestal do FSC – Forest Stewardship Council, diminuindo custos e aumentando sinergia. Os inspetores do IBD, por sua vez, serão treinados pelo IMAFLORA e poderão atender inspeções em projetos orgânicos que também queiram certificação florestal FSC, principalmente no âmbito da indústria.
A parceria visa também à cooperação na certificação ambiental e social, pois as organizações têm seus protocolos específicos e o reconhecimento mútuo. O IMAFLORA conta atualmente com uma área certificada superior a 1 milhão de hectares de floresta, ao passo que o IBD certifica 210 mil hectares de agropecuária, além de algumas reservas extrativistas que somam cerca de 1,2 milhões de hectares.
A demanda por produtos certificados, madeireiros, não madeireiros ou orgânicos está em franco crescimento. Um grande setor de interação entre as duas organizações é a indústria de medicamentos e cosméticos, na qual tanto essências, plantas e óleos naturais certificados FSC, quanto orgânicos certificados, serão cada vez mais utilizados. As duas organizações zelam para que o nível de certificação seja elevado e para que o pequeno produtor também tenha acesso ao serviço.
A bacia amazônica representa uma riqueza considerável em termos de recursos genéticos em plantas frutíferas e oleaginosas, cuja valorização constitui uma perspectiva importante para essa região A castanha da Amazônia, uma das riquezas apresenta potencial de mercado e está situada num patamar como principal produto não madeireiro da economia não florestal. Mas, apesar do produto agregar valor social, econômico e ambiental, no mercado mundial é subvalorizada; especialistas acreditam que para inversão desse posicionamento mercadológico, um dos passos iniciais seja a certificação.
A certificação é importante para as famílias de produtores das Associações de Pequenos Produtores de Epitaciolândia e Brasiléia por três aspectos, o social, o econômico e ecológico. Ele revela que a castanha representa o principal produto de comercialização da cooperativa. A produção do Alto Acre é de 250 mil latas, onde cerca de 85% não é beneficiada, mas comercializada em casca, e apenas 15% é beneficiada. Com 35 associações, atendendo cerca de 700 famílias, 50% são extrativistas e os outros 50% produtores agrícolas.
Resumo Executivo Bimestral |
Nacional
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* Curitiba terá primeiro mercado permanente de orgânicos do Brasil, além de uma área reservada para cursos e palestras sobre a preparação de orgânicos. O terreno para a construção foi cedido pela prefeitura e o ministério investirá cerca de R$ 2 milhões na obra, cuja conclusão está prevista para o final de 2007. O presidente da Associação dos Consumidores de Produtos Orgânicos do Paraná, Moacir Darolt informou que a procura por produtos orgânicos no estado é 35% maior que a oferta. A criação do mercado, na opinião de Darolt, pode fazer com que o interesse aumente.
Segundo o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, existem 4.132 produtores orgânicos no estado. Na última safra, foram cerca de 80 mil toneladas de produtos como feijão, arroz, soja, mandioca, açúcar-mascavo e hortaliças, entre outros, o que gerou uma renda bruta de aproximadamente R$ 90 milhões. O secretário de Desenvolvimento Agrário do Ministério, Valter Bianchini, explicou que em 2006 foram destinados R$ 100 milhões para a agricultura familiar.
* Os mais importantes projetos de desenvolvimento sustentável do Acre serão mostrados a partir de 13 de março na RTL-4, a maior e mais popular rede de televisão da Holanda, numa produção que visa ampliar a campanha internacional pela preservação da Amazônia e incentivar o ecoturismo na região. “O público alvo são pessoas entre 20 e 45 anos, interessados que podem contribuir com projetos de desenvolvimento sustentável e o ecoturismo na Amazônia”, explicou Bente van der Wilt, jornalista e produtora do programa, que tem como patrocinador o WWF-Holanda.
Bente, sua equipe e ativistas do WWF do Acre foram recebidos pelo governador Binho Marques. “O trabalho do WWF é importante para consolidar os processos de desenvolvimento sustentável da região”, disse o governador, completando que essa atuação fortalece a idéia verdadeira do que o cidadão europeu pensa da Amazônia.
* Publicada a convocatória para o curso de agroecologia à distância que será promovido pela SAF/DATER em parceria com a REDCAPA, com a Universidade de Berkeley – USA e a SOCLA – Sociedad Científica Latinoamericana de Agroecología. O curso estará sendo realizado a partir de 5 de março de 2007. As inscrições vão até o dia 12 de fevereiro de 2007. O curso tem por objetivo formar profissionais para que contribuam junto aos agricultores familiares na implementação de práticas agroecológicas, no ensino, na pesquisa e/ou para atuarem junto às organizações governamentais e não-governamentais, tanto na assessoria como na formulação de políticas.
* Os agricultores que tomam recursos no Banco do Nordeste (BNB) podem agora pagar o empréstimo com o Carnê Pronaf em redes ou correspondentes bancários, como farmácias, supermercados e casas lotéricas, por meio de ficha de compensação. De início, a medida contempla agricultores familiares com renda bruta anual de até R$ 3 mil, a maior fatia dos clientes do Pronaf junto ao BNB, e que integram também o programa Agroamigo.Conforme o gerente do Pronaf e de programas de Crédito Fundiário do BNB, Luís Sérgio Farias Machado, em médio prazo o banco deverá ampliar esse instrumento às demais categorias do programa. Isso significaria atender também, entre outras linhas, os grupo A (assentamentos da reforma agrária), B (renda bruta anual até R$ 3 mil), C (entre R$ 3 mil e R$ 16 mil), D (mais de R$ 16 mil até R$ 45 mil) e E (acima de R$ 45 mil). Somente os produtores enquadrados no grupo B respondem por 80,9% do número de contratos. De janeiro a novembro deste ano, foram 498,6 mil operações contratadas, representando R$ 527,2 milhões no total e crescimento de 41,2% sobre valor aplicado em igual período de 2005.
* O Pólo de Apicultores do Litoral gaúcho, iniciativa do Sebrae no Rio Grande do Sul, encerrou 2006 com a consolidação de uma importante conquista: a renovação da certificação de mel orgânico. O grupo, formado por 41 produtores do município de Osório, a 95 quilômetros de Porto Alegre, é o único no Estado a produzir mel orgânico certificado. A certificação do mel aumentou a competitividade para a exportação e também para a venda local.
O primeiro semestre de 2006 também foi importante para o setor na região a partir da formação da Cooperativa de Apicultores do Litoral (Cooapil), que busca aumentar as vendas e proporcionar acesso a novos mercados, dentro e fora do País. Uma das metas da Cooapil é a construção do primeiro entreposto de mel orgânico do Rio Grande do Sul, que inicia suas obras em março de 2007. A cooperativa integra o programa ‘Juntos para Competir’, iniciativa Sebrae estadual, em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
* As exigências nutricionais e a alta incidência de pragas e doenças nos plantios de cebola no Submédio São Francisco levaram para o manejo da cultura um extenso receituário de insumos químicos. A freqüência e a intensidade de uso destes insumos fixaramse de tal forma nas práticas agrícolas dos produtores que fazem cultivos alternativos como os orgânicos serem considerados de alto risco, de pequena viabilidade comercial, mas pesquisa divulgada por especialistas da Embrapa Semi-Árido e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) revela que a produtividade no plantio orgânico pode superar a convencional.
Em testes realizados por dois anos seguidos, os especialistas conseguiram com o manejo orgânico obter cerca de 38 t/ha de bulbos comerciais de cebola. Uma quantidade superior à média registrada com os métodos tradicionais de cultivo na região (20 t/ha). Este resultado demonstra a viabilidade técnica da alternativa e abre aos agricultores da região as portas para um mercado em franca expansão no Brasil: o de produtos orgânicos. As oportunidades comerciais neste mercado podem contribuir também para reduzir a freqüente instabilidade dos preços praticados no negócio desta cultura, explica o pesquisador Nivaldo Duarte Costa, da Embrapa Semi-Árido.
* Foi inaugurada na Fonte da Saudade, zona sul do Rio de Janeiro, a Butik Orgânicos, uma loja 100% orgânica, que está sendo certificada pelo IBD. A proprietária, Vanessa Rouvier, planeja abrir mais cinco unidades nos próximos dois anos. No mix, cerca de 500 produtos, divididos nas categorias hortifruti, laticínios, conservas, sorvetes, doces, frutos do mar, massas, matinais, molhos e temperos, sucos e bebidas, carnes, congelados, cosméticos e materiais de limpeza e flores orgânicas. A loja prepara-se para ter outros serviços, como padaria e espaço para degustação de produtos com consumidores. A Butik também realiza entrega em domicílio. Mais informações no web site: www.butikorganicos.com.br
* O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – Funbio recebeu uma doação do Banco Alemão de Desenvolvimento – KfW, para financiar o Projeto Áreas Protegidas da Amazônia – Arpa e pretende utilizar parte dessa doação para pagamentos de consultoria, em conformidade com as Diretrizes para a Seleção e Contratação de Consultores para Mutuários do Banco Mundial. Os Serviços compreendem a contratação de empresas/instituições que tenham condições de assumir a responsabilidade pela execução dos seguintes serviços para a Estação Ecológica de Anavilhanas, no estado do Amazonas: elaboração do projeto de demarcação, balizamento e acompanhamento técnico da implantação da hidrovia no rio Negro, além da realização de serviço de batimetria.
*A INFRAERO e o Projeto de Manejo de Ecossistema do Bioma Caatinga, inauguraram no aeroporto de Petrolina, em Pernambuco, a loja “Budega da Caatinga”, cujo principal objetivo é o de vender artesanato da região, resultado da produção sustentável. As mercadorias produzidas pelas comunidades a partir dos recursos naturais da Caatinga vão desde geléias e compotas de umbu até jóias e peças de cestaria feitas com fibra de carnaúba e ouricuri. O acervo ainda inclui artefatos de madeira produzidos por uma cooperativa de extração sustentável e papel reciclado.
Internacional
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* A República Popular da China quer exportar o alimento orgânico em grande escala, de acordo com o governo local. Ajustar as bases nacionais para a produção orgânica é prioridade elevada. As colheitas orgânicas na China conseguem 20-40 % de preços mais elevados do que pelo modo de produção convencional. “A produção orgânica encontra-se ainda em fase de desenvolvimento na China, mas florescerá nos dez anos seguintes”, relata o jornal alemão Berliner Zeitung, citando Xiao Xingji, diretor do centro orgânico do desenvolvimento do alimento do Ministério do Meio Ambiente da China. O fundo internacional das nações para o desenvolvimento da agricultura (IFAD) vê também a China como um produtor orgânico em grande escala no futuro.
*O supermercado orgânico de Grunwald, em Moscou, Rússia, era um projeto esperado há muito tempo. A loja abriu suas portas em novembro de 2006 em um dos distritos mais favoráveis em Moscou, perto da estação Molodeghnaya do metrô, relata Olga Kartamysheva. Todas as prateleiras e janelas de exposição são feitas com madeira natural. Grunwald com 1530 m² no total e 860m² do espaço das vendas é grande bastante para ter sua própria padaria orgânica especial, confeitaria, um café para adultos e crianças. Possui ainda equipamento para produzir o chocolate handmade, um salão de beleza com cosméticos naturais e espaços para preparar alimentos semi-prontos.
* Com 736 afiliadas, WSPA (World Society for the Protection of Animals-WSPA, Sociedade Mundial de Proteção Animal) amplia atuação a países que possuem pouca tradição no bem-estar animal. Recentemente, outras entidades de bem-estar animal se juntaram à WSPA elevando o quadro de afiliadas para um total de 736 organizações. Distribuídas por 146 países, muitas dessas organizações são pioneiras nas ações de bem-estar animal, desempenhando importante papel para a consolidação da proteção animal como prática social em seus países. É o caso do Centro de Resgate Animal, em Omã (país árabe com cerca de 3 milhões de habitantes), que se transformou no primeiro grupo de bem-estar animal do país a se afiliar à WSPA.
*O Centro de Resgate Animal de Omã foi formado em 2005. Suas ações principais estão ligadas à solução do problema dos cães e gatos de rua na capital, Muscat. O Centro vem prestando importantes serviços à comunidade, oferecendo tratamento veterinário para os animais de rua. É para auxiliar iniciativas pioneiras como essa que a WSPA continua a trabalhar junto com as suas afiliadas, ajudando na captação de recursos, e no desenvolvimento de ações e campanhas que possam elevar os padrões de bem-estar dos animais em todo o mundo.
* O supermercado inglês Sainsbury anunciou que todo seu suprimento de banana terá o certificado do Comércio Justo. Este foi o maior compromisso feito no mundo com o Comércio Justo por uma mesma companhia. A rede Sainsbury vende 2000 toneladas de bananas (aproximadamente 10 milhões de bananas) por semana. Esta ação, uma vez efetivada, significará mais do dobro do volume de bananas oriundas do Mercado Justo, compradas pelo crescente aumento de consumidores da Inglaterra, preocupados com os benefícios dados aos milhares de produtores da América Central, América do Sul e do Caribe, através da compra de produtos com garantia de Comércio Justo. O anúncio feito pela Sainsbury além de apontar que o movimento do Comércio Justo está no mainstream, mostra que o consumidor cada vez mais busca comprar de mercados preocupados com o bem-estar daquelas
Governo Público
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* Em novembro de 2006 completou um ano o programa “Prazer de Estar Bem” promovido pelo Comitê da Cadeia Produtiva da Alimentação (CAL) da Fiesp e o Sesi/Senai-SP comemoram um saldo positivo. Entre as conquistas, está o aumento de consumo de frutas entre os alunos da rede Sesi-SP e Senai-SP, público-alvo do programa. A inserção de verduras e hortaliças nas refeições também aumentou.
* O Diário Oficial de 03 de janeiro de 2007 publicou a promulgação da Lei número 12.518 de 2 janeiro de 2007, que autoriza o Poder Executivo a instituir o Programa de Incentivo ao Sistema Orgânico de Produção Agropecuária e Industrial no âmbito do Estado de São Paulo. O projeto de lei 116/2002, de iniciativa do deputado Aldo Demarchi (PFL), havia sido vetado pelo Governador do Estado e o veto foi derrubado pela Assembléia Legislativa em sessão extraordinária realizada no último dia 21/12/2006.
* Pesquisas realizadas dentro e fora do País indicam que as crianças estão engordando mais rapidamente que os adultos. Só no Brasil, estima-se que, na população de 6 a 18 anos, existam pelo menos 6,7 milhões de obesos. Em contrapartida, iniciativas pioneiras vêm sendo desenvolvidas com a finalidade de introduzir alimentos orgânicos na merenda escolar. Alimentação mais saudável e nutritiva para as crianças, introdução de novos hábitos alimentares, educação e proteção ambiental, são algumas das vantagens de programas que priorizam o alimento orgânico na dieta infantil. Um dos grandes defensores desse movimento, atualmente, é o vereador paulistano Antonio Goulart (PMDB). Graças ao Projeto de Lei 228/02, de sua autoria, foi aprovada a Lei 14.249, que cria o Programa de Merenda Escolar Ecológica na Rede Municipal de Ensino.
Feiras
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* Pela quinta vez consecutiva, a APEX-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos) apóia a participação de empresas de pequeno e médio porte na BioFach Nurembergue, principal feira do setor de orgânicos, que acontece anualmente na Alemanha. Para a edição 2007, que será de 15 a 18 de fevereiro, 26 empresas já se inscreveram. Elas estarão concentradas num estande de 345,5 m² e poderão colocar seus produtos para degustação em um Bar Brasil, montado no pavilhão. A APEX-Brasil apóia o evento desde 2003. Em 2005, confirmando o sucesso das participações anteriores e a percepção internacional do potencial do mercado brasileiro para este segmento, o Brasil foi o país tema da Feira, levando 87 (oitenta e sete) empresas que comercializaram US$ 31,4 milhões, fizeram 1.100 contatos de negócios e realizaram 57 rodadas de negócios.
* Com o intuito de orientar os expositores e organizar os detalhes da participação brasileira na BioFach-Nürnberg 2007, e como fruto das parcerias estabelecidas para a realização deste projeto, a Câmara Brasil Alemanha promoveu dia 06 de fevereiro o “Seminário Preparatório de Expositores para a BioFach 2007”. O Planeta Orgânico estará presente no Estande do Brasil na BioFach 2007 promovendo a BioFach América Latina/ExpoSustentat, que acontecerá no Transamérica Expo Center em São Paulo de 16 a 18 de outubro de 2007.Durante a BioFach em Nuremberg, no dia 16 de fevereiro o Planeta Orgânico promoverá o Seminário Brazilian Organic Market , com a participação de Ming Liu (Organics Brasil) , Eduardo Caldas (APEX) e Fabio Ramos (Agrosuisse).
Destaques & Parcerias
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* As Rodadas SEBRAE realizadas durante a BioFach América Latina 2006 ajudaram a fomentar agronegócio de pequeno porte. Elas contaram com a participação de 41 vendedores de oito estados brasileiros, que puderam negociar diretamente com cerca de dez compradores, entre os quais empresas do porte do grupo de supermercados Pão-de-Açúcar, as lojas Mundo Verde, especializada em produtos orgânicos, além de empórios, mercearias, restaurantes e traders de exportação. A rodada da Biofach gerou negócios da ordem de R$ 2 milhões, a serem concretizados nos seis meses seguintes à feira, ou seja, até o início de abril de 2007. Os produtores apoiados pelo Sebrae levaram à BioFach América Latina 2006 ovos, mel, cachaça, açúcar, leite e derivados, barras de frutas desidratadas, temperos, grãos (arroz, feijão, milho), carne, frango, lingüiça, geléias, doces, compotas, iogurte, camarão, ostras, entre outros.
* O mercado de produtos orgânicos gera em torno de US$ 27 bilhões no mundo e pouco mais de R$ 250 milhões por ano no Brasil, mas o país é dono das maiores áreas de expansão para produção de orgânicos. O projeto OrganicsBrasil, realização conjunta do Instituto Paraná de Desenvolvimento (IPD), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e Apex-Brasil, trabalha para divulgar a marca Brasil e os produtos orgânicos em Feiras internacionais e rodadas de negócio para fomentar negócios para o mercado externo.
Em 2006, o volume de exportação das 33 empresas participantes do projeto OrganicsBrasil registrava US$ 15 milhões e a conquistas de espaço no varejo de mercados estratégicos como Estados Unidos e Japão. “A previsão para 2007 e 2008 é ampliar o número de empresas, principalmente dos produtores das regiões norte e nordeste. O destaque de 2005 foi a introdução do conceito Brasil na maior rede de produtos orgânicos e naturais dos Estados Unidos – a Whole Foods Market (168 lojas e faturamento de US$ 3,9 bi/ano), que investiu num espaço exclusivo para o Brasil, com linhas e marcas originais das empresas brasileiras: Jasmine (cookies, biscoitos e cereais), Nutrimental (barra de cereais), Ecoçucar (açúcar), Florestas (cosméticos), Fazenda &Casa (geléias, frutas e conservas), Renks (barra de frutas secas) e Tradeland (mel). As frutas tropicais serão as mais visadas em 2007”, explica Ming Liu, gestor do Projeto Organics Brasil.
As empresas e produtores que participam do OrganicsBrasil estão à frente de um mercado extremamente exigente que demanda conceitos de: preservação ambiental, sustentabilidade, respeito ao homem e suas culturas regionais, ecologicamente correto e justiça social. “A busca é sempre por produtos novos, com conceito e apresentar para o consumidor, com características nutricionais diferenciadas e potencial de uso benéfico à saúde humana”, enfatiza Ming Liu. Outras áreas de crescimento mundial em orgânicos são: produtos para animais de estimação, flores e vestuário. O segmento mais adiantado na certificação internacional é de produtos de algodão orgânico, que vai propiciar entrar no mundo da moda e confecção.