A Tradin atua no mercado de orgânicos desde 1985 e estará presente na Conferência BioFach no Rio de Janeiro em 25 e 26 de setembro. Seu diretor e consultor, Geert Termeer, deu uma entrevista ao Planeta Orgânico falando sobre o setor orgânico, o quadro atual e o cenário futuro.

Há quanto tempo existe a Tradin e a qual seu principal negócio no mercado?

A Tradin Agricultura Orgânica existe desde 28 de agosto de 1985 e tem sido sempre atuante no mercado de matéria-prima orgânica para o consumidor de produtos orgânicos industrializados. Ainda continuamos atuantes neste mercado, mas temos intensificado nossas atividades em ambas as áreas, na vendas e no fornecimento. No lado do fornecimento estamos ativos em mais de 40 países da seguinte forma:

 utilizando nossas empresas de fornecimento (geralmente joint ventures) com as da China, Sérvia e Monte Negro, Croácia, República Dominicana, Malásia e Brasil. Na maioria destas ventures também temos atividades de processamento, o que nos permite aumentar nosso controle de qualidade,  trazer valor agregado nestes países e oferecer produtos mais interessantes a preços mais competitivos.

    participando ativamente em projetos na Rússia, Gana, Bolívia e muitos outros

    através de “comércio aberto” (comprando de terceiros)

A maioria de nossos produtos vem de nossas próprias empresas e de nossos próprios projetos. No lado das vendas, nós temos empresas atuando na maioria dos países ocidentais como a Holanda (de onde nós partimos para nos aproximarmos de outros países como a Inglaterra, os países escandinavos, a Bélgica) além da Alemanha, França, Áustria, Hong Kong e Estados Unidos.

Como estão as atividades da Tradin na América Latina e quais são seus planos para os próximos anos nesta região?

Tradicionalmente temos ligações muito fortes com a América Latina: nossos sócios-proprietários e a maioria do nosso pessoal de mercado falam fluentemente espanhol e basicamente começamos a operar a empresa em 1985, comercializando sementes de girassol orgânico do México.

Muitos dos nossos fornecimentos vêm da América Latina, de alguns projetos fora de nossa própria companhia (Bolívia, por exemplo), do Brasil e também de “open trade relations” (por exemplo, Peru, Equador, Argentina, Chile)

Como vocês vêem o crescimento do mercado interno de produtos orgânicos na América Latina?

Nós praticamente estamos “apenas” operando através da América Latina e vendendo estas matérias-primas em países da Europa, mas vemos importantes mercados internos se desenvolvendo no Brasil, México e Argentina.

Estimamos o mercado interno total da América Latina aproximadamente em 200 milhões de Euros em 2000, 470 milhões de Euros este ano e cerca de 675 milhões de Euros em 2005. Portanto, um mercado relativamente pequeno, mas crescendo rapidamente.

Que produtos orgânicos vocês acreditam terem maior demanda no mercado Europeu atualmente?

O crescimento começou com vegetais frescos orgânicos e, um pouco depois, frutas frescas. Em seguida, vieram laticínios orgânicos e, alguns anos depois, novos produtos orgânicos chegaram ao mercado.

Acreditamos, portanto, que o mercado atual é maior nos primeiros grupos, mas acredito que o crescimento ocorrerá principalmente neste últimos grupos (muslis, iogurtes, sucos de fruta, ou seja, os produtos que estão na tendência do consumidor)

Na sua opinião, quais são os produtos sul-americanos de maior representatividade no mercado internacional?

Importamos muitas frutas frescas (nossa empresa irmã Trabana B.V.) e especialmente bananas e alguns outros orgânicos: cacau, açúcar, óleo de palma, soja.

Quais os principais desafios que o setor orgânico enfrentará nos próximos anos?

O mercado orgânico está mudando rapidamente: anteriormente, há muitos anos, a demanda era muito maior do que a oferta de produtos orgânicos. Atualmente há uma super oferta em alguns grupos de produtos. Os preços tendem a cair, assim com as margens de todos os atores deste mercado. Esta tendência irá forçar o mercado como um todo (todos os atores da cadeia) a trabalharem com mais eficiência, e por consequência, mais profissionalismo. O mercado orgânico começa, cada vez mais, a torna-se parecido com o mercado convencional (obviamente, permanecendo orgânico). Os atores da cadeia orgânica ( produtores, comercializadores, exportadores, clientes, etc.) já são muitos, e continuarão sendo cada vez mais numerosos enquanto o mercado crescer.

Vejo mais cooperativas em vez de produtores isolados, vejo grandes indústrias produzindo em vez de pequenos produtores especializados, vejo compradores indo diretamente à fonte, em vez de pequenas unidades com margens de lucro pulverizadas, vejo cadeias de supermercados crescendo suas áreas de orgânicos e ocupando lugar de pequenas lojas especializadas. Este é um passo lógico para um mercado que sai de um nicho muito pequeno para entrar no grande mercado, chamado “main stream”.
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Tradin Organic Agriculture B.V.
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1047 BJ Amsterdam
The Netherlands
Tel: +31-(0)20-4074499
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