Projeto usa proteína fluorescente para marcar bactérias |
Liderado pelo pesquisador da Embrapa Agrobiologia (RJ) Stefan Schwab, um estudo avaliará inicialmente quatro estirpes de bactérias fixadoras de nitrogênio que serão monitoradas no interior da planta. A estratégia é utilizar engenharia genética de forma a marcar essas bactérias com uma proteína fluorescente verde (GFP, em inglês). Uma vez marcado, o microrganismo passa a ser mais facilmente identificado dentro da planta. “A intenção é complementar as tecnologias que já utilizamos de monitoramento de colonização das bactérias fixadoras de nitrogênio e de estímulo de crescimento vegetal em suas plantas hospedeiras”, explica o pesquisador.
Por brilharem sob a luz ultravioleta, as proteínas fluorescentes são uma das mais importantes ferramentas para estudos em vários campos da biologia. Elas permitem a visualização de processos que não podem ser enxergados pelos cientistas, como o desenvolvimento de células, o alastramento de tumores, a progressão do mal de Alzheimer no cérebro ou mesmo o crescimento de bactérias.
A metodologia consiste em inserir na bactéria um gene que tem a capacidade de produzir essa proteína de fluorescência verde. Apesar de não ser uma técnica nova, trata-se de algo bastante complexo. Segundo Stefan, a marcação da bactéria nem sempre funciona. “Existe uma certa especificidade entre as diversas versões do gene para essa proteína. Algumas versões funcionam para umas estirpes, mas não dão certo para outras. Precisamos testar várias versões em uma determinada estirpe até obter sucesso”, explica.
Serão utilizados dois tipos de marcação por meio da GFP: ou a bactéria sempre vai apresentar a proteína, o que será utilizado apenas para saber se a bactéria está colonizando a planta; ou haverá uma situação de expressão induzida, em que se associa a proteína de fluorescência verde a um gene de interesse (no caso, envolvido com a fixação biológica de nitrogênio ou com a produção de fito-hormônio). Então, toda vez que a bactéria apresentar coloração verde é indicativo que ela está ativa, fixando nitrogênio ou produzindo fito-hormônio.
Estirpes contempladas
As estirpes utilizadas no estudo serão a BR3299 de Microvirga vignae, recomendada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para feijão-caupi; a BR11281 de Gluconacetobacter diazotrophicus, para cana-de-açúcar; a M24T3 de Serratia sp., que tem potencial para controle da doença-da-murchidão-do-pinheiro Pinus pinaster (pinheiro europeu); e os Bradyrizhobium spp., isolados recentemente pelos pesquisadores da Embrapa e que apresentam potencial para cana-de-açúcar.
No caso da estirpe BR3299 Microvirga vignae, recomendada para feijão-caupi, a intenção é conhecer um pouco mais a respeito de sua interação com a planta e, com isso, trazer mais informações sobre os mecanismos de colonização e sobre a competitividade dessa bactéria comparativamente a outras que estão naturalmente no solo e na planta.
Em relação aos Bradyrizhobium spp., o estudo está apoiando um outro projeto específico conduzido pelo pesquisador da Embrapa Luc Rouws para caracterização de rizóbios de cana-de-açúcar. A intenção é dar suporte, mostrando se a bactéria está colonizando a planta ou não.
Sobre a bactéria Serratia, o projeto busca atender uma parceria com a Universidade de Coimbra, em Portugal. Esse microrganismo apresenta atividade contra um nematoide que ataca o pinheiro europeu. A ideia é conhecer um pouco mais da sua propriedade de colonizar as plantas e exercer sua atividade nematicida (controle biológico contra nematoide), bem como verificar o potencial para ser inoculada no pinheiro.
Para a bactéria Gluconacetobacter, o objetivo é avaliar a fixação biológica de nitrogênio (FBN) e a produção de fito-hormônio quando associada à cana-de-açúcar. De acordo com Stefan, entre as bactérias que serão avaliadas esta é a mais conhecida, pois vem sendo alvo de vários estudos na Embrapa desde o fim da década de 1980. Por isso, a técnica da expressão induzida será utilizada apenas nela.
Riscos e dificuldades
Stefan explica que a marcação da bactéria por si só nem sempre funciona. Por isso, só o fato de conseguir marcar pela primeira vez uma bactéria pode ser um excelente resultado. “A Microvirga, por exemplo, não a conhecemos muito bem e não existem procedimentos de modificação genética dessa bactéria. Então, tudo isso tem que ser estabelecido antes, para depois serem utilizadas essas ferramentas de engenharia genética”, explica.
No caso dessas bactérias mais novas, especialmente as associativas e endofíticas, que não formam estruturas facilmente reconhecidas – como os nódulos nas leguminosas – e sobre as quais se conhece muito pouco a respeito da localização na planta, o pesquisador revela que é preciso procurá-las literalmente nos tecidos, o que é uma dificuldade a mais.
A coleção de bactérias fixadoras de nitrogênio e promotoras de crescimento da Embrapa Agrobiologia conta atualmente com aproximadamente 3.200 microrganismos. Para o pesquisador, esse procedimento de marcação e monitoramento de atividades benéficas tem potencial para ser aplicado em qualquer microrganismo da coleção. “Na verdade, teremos que adequar protocolos e tentar pegar uma rotina de análise para dar um passo além no conhecimento das bactérias que já são constituintes de inoculantes ou que venham a ser”, revela.
O projeto
Financiado pela Embrapa, o projeto “Uso de proteína de fluorescência verde para confirmar a colonização e a expressão de genes-chave em plantas hospedeiras por bactérias fixadoras de nitrogênio ou promotoras de crescimento” teve início no fim do ano passado e tem prazo de 24 meses.
Além de Stefan Schwab, fazem parte do projeto, como responsáveis por atividades ou colaboradores, os pesquisadores Luc Rouws, Márcia Vidal, Ivo Baldani, Jean Simões de Araújo, Kátia Teixeira, Gustavo Xavier, Jerri Zilli, Ederson Jesus, Elizabeth Correia, Veronica Reis e Segundo Urquiaga; os analistas Carolina Rossi, Patrícia Gitahy e Andreia Loviane; e o técnico Geraldo Baêta.
A proteína que revolucionou a biologia
A descoberta e o desenvolvimento de proteínas fluorescentes coloridas revolucionaram a biologia na década de 1990 e renderam o Nobel de Química de 2008 ao japonês Osamu Shimomura e aos norte-americanos Martin Chalfie e Roger Tsien. De maneira independente, os três cientistas chegaram à proteína fluorescente verte (GFP, em inglês) obtida de uma água-viva bioluminescente que habita o norte do oceano Pacífico
As proteínas fluorescentes são hoje usadas por milhares de pesquisadores do mundo inteiro, inclusive no Brasil, para entender os diversos processos biológicos.
Ana Lucia Ferreira (MTb 16913/RJ)
Embrapa Agrobiologia
agrobiologia.imprensa@embrapa.br
Telefone: (21) 3441-1500
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/
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Setor de Alimentos é o novo beneficiado pelo programa Sebrae Inteligência Setorial |
Publicações e ambiente na Internet oferecem informações estratégicas aos empresários
O setor de alimentos é o mais novo atendido pelo programa Sebrae Inteligência Setorial, que já oferece informações estratégicas para os setores de construção civil, moda, petróleo & gás e turismo. A partir de agora são beneficiados três segmentos da cadeia alimentícia: “Agroindústria e Bebidas Artesanais” (cachaça, laticínios, cervejas artesanais e cafés especiais); “Alimentação fora do lar” (bares e restaurantes, panificação e confeitaria); e “Produção, Abastecimento e Distribuição” (escoamento da produção).
O lançamento do programa com apresentação das publicações específicas e do ambiente no site aconteceu na terça-feira, 02 de junho, na sede do Sebrae/RJ, com a presença da diretoria do Sebrae/RJ, de empresários e instituições parceiras representantes de diferentes segmentos da cadeia de alimentos.
O diretor de desenvolvimento do Sebrae/RJ, Evandro Peçanha, destacou a importância de oferecer informações sobre o setor de alimentos: “Este é um dos sete setores prioritários no planejamento estratégico do Sebrae Rio de Janeiro. Toda a cadeia, desde a produção à distribuição, incluindo a alimentação fora do lar até o consumidor final, representa em torno de cinco a seis por cento da economia fluminense. Ofereceremos conteúdos estratégicos e de qualidade sobre legislação, tecnologia, gestão, política econômica, entre outros assuntos relevantes”.
Segundo Mariângela Rosseto, coordenadora do setor de alimentos do Sebrae/RJ, foi um grande desafio incluir o setor no programa, considerada a complexidade da cadeia. “Com a valiosa ajuda dos parceiros construímos o mapa de informações estratégicas e identificamos os temas pertinentes dentro de cada segmento. Os empresários, incluindo os que trabalham no campo, precisam ter uma visão estratégica do que acontece no mundo e no Rio. Os conteúdos do programa têm agradado muito aos empresários, que têm nos dado retornos muito positivos. Os temas também vão ajudar a pautar as ações internas do Sebrae”.
O evento também comemorou o primeiro ano do programa Sebrae Inteligência Setorial e seu crescimento. Já são mais de seis mil cadastros no portal, quase 200 mil acessos e cerca de dez mil downloads. Para Neri dos Santos, especialista em inteligência competitiva e consultor sênior da Knowtec, empresa responsável pelo sistema de monitoramento dos temas relevantes dos setores atendidos pelo programa, o empresário fluminense recebeu muito bem o programa. “Em um ano, desde que lançamos o portal, registramos o aumento da procura pelos conteúdos de inteligência ofertados no programa. Isso mostra que o empresário do Rio atendeu ao chamado do Sebrae e incorporou a inteligência ao seu negócio”.
Produtos de Inteligência – Os conteúdos de inteligência (relatórios de inteligência, boletins de tendência, noticias de impacto, mapas de informações estratégicas e cases de sucesso) sobre alimentos podem ser acessados gratuitamente pelo portal www.sebraeinteligenciasetorial.com.br. Já estão disponíveis para download os relatórios de inteligência “Pães congelados” e “Logística de transporte”, além dos boletins de tendência “Tendência em alimentos” e “Parceria inovadora entre produtores e consumidores”.
Orgânicos – O conceito de economia participativa que conecta produtores de orgânicos e consumidores é um exemplo real abordado no relatório de inteligência “Logística de transporte” sobre como aperfeiçoar o processo de distribuição. Inspirado no modelo Community Supported Agriculture (CSA), foi analisado o caso do Clube Orgânico, pioneiro no Rio de Janeiro, e que tem como proposta o financiamento do agricultor diretamente pelo consumidor, dispensando a atuação de atravessadores ou grandes centros de distribuição, que aumentam as chances de perdas da produção durante o transporte. “A cada dez alimentos produzidos seis são perdidos durante as etapas de distribuição. Com a entrega direta ao consumidor, reduzimos o desperdício durante o transporte para praticamente zero”, explica Eduardo Boorhem um dos sócios da empresa.
O Clube conta hoje com 120 associados que, além de uma matrícula de R$100, pagam mensalidade de R$ 250 para receber semanalmente em casa uma cesta com cerca de 15 itens, entre frutas, legumes e verduras, conforme a sazonalidade. O trajeto da colheita até a mesa do consumidor final leva aproximadamente 24horas. Segundo Eduardo, o clube tem capacidade de entregar, atualmente, uma tonelada de alimentos por semana. “Por enquanto contamos com apenas um produtor, mas a ideia é inserir outros e diversificar a cesta de alimentos que chega ao consumidor”.
No atual formato, segundo Eduardo, 50% do lucro são destinados ao produtor e 50% para a administração da plataforma de relacionamento com o cliente (http://clubeorganico.com/) e na logística de entrega domiciliar da produção.
Assessoria de Comunicação
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Debate na Fiocruz sobre orgânicos e transgênicos |
O programa Sala de Convidados, do Canal Saúde, da Fiocruz, discutiu a questão dos alimentos transgênicos em oposição aos orgânicos. Segundo a divulgação do programa, a ideia é contrapor os pontos positivos e negativos de ambos.
Já foi realizado no último mês um debate com o tema “Sustentabilidade, Saúde e Ambiente” e outro sobre o dossiê quanto ao uso de agrotóxicos.
Os debates no Canal Saúde ficam disponíveis pela internet: http://www.canal.fiocruz.br/programa/index.php?p=Sala-de-Convidados
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Prefeitos de Itaperuna, Paraíba do Sul e Três Rios, Secretário do Ambiente e Desenvolvimento Rural de Pinheiral, assinam compromisso com Projeto Alimentação Escolar Saudável RJ no Green Rio |
Com mais de mil inscritos, a quarta edição do Green Rio / Rio Orgânico supera expectativas e reforça o posicionamento deste evento como plataforma de negócios dos produtos orgânicos e sustentáveis.
Agradecemos a todos os que nos honraram com suas presenças!
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O Prêmio Alimentação Escolar Saudável RJ foi lançado dia 20 de maio de 2015, durante o evento Green Rio no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Na ocasião, os prefeitos de Três Rios, Paraíba do Sul e Itaperuna assinaram o compromisso com o projeto. Marlon Sarubi – Secretário do Ambiente e Des. Rural de Pinheiral também assinou o Termo de Compromisso, representando o Prefeito de Pinheiral.
Luiz Carlos Barbosa fez uma apresentação do Projeto Alimentação Escolar Saudável RJ, contextualizando o tema alimentação escolar saudável no cenário global e mostrou os indicadores que serão contemplados no Prêmio Alimentação Escolar Saudável RJ. O aumento do uso de frutas e legumes, diminuição da utilização de produtos industrializados e, principalmente, realizar a compra de alimentos locais, serão referências utilizadas na avaliação das merendas escolares envolvidas nesta iniciativa.
No painel coordenado por Luiz Carlos Barboza, a Secretária de Educação de Três Rios, Carla Monnerat, e a Secretária de Educação de Paraíba do Sul, Francine Fontainha, apresentaram as iniciativas que já ocorrem nestes municípios com relação a merenda escolar , em total sintonia com o Projeto Alimentação Escolar Saudável RJ.
Também participou deste painel Antonio Tavares, Gerente do Centro de Alimentos e Bebidas SENAI, representando a FIRJAN que será parceria do Projeto Alimentação Escolar Saudável RJ, no qual terá importante papel.
O Planeta Orgânico, organizador do evento, convidou o pesquisador dinamarquês, Bent Milkkensen, da Universidade Aalborg, para abordar o tema da alimentação nas escolas. Bent apresentou sua pesquisa sobre compras locais como desafio às cadeias globais de alimento.
Na avaliação do secretário estadual de agricultura, Christino Áureo, presente no Green Rio, a iniciativa é mais uma forma de estimular administrações municipais para a valorização da produção agropecuária local.
O prefeito de Três Rios, Vinicius Farah, destacou que merenda de qualidade é garantia de aluno mais preparado para a aprendizagem.
O prefeito de Itaperuna, Alfredão, ressaltou a presença dos agricultores no evento, que participou com mais de 40 produtores rurais do município. O prefeito de Paraíba do Sul, Marcinho Abreu, comentou sobre a qualidade do Green Rio, manifestando interesse num evento similar com apelo regional para a região centro-sul do estado no segundo semestre. O município de Trajano de Moraes também faz parte do projeto e se comprometeu em assinar o compromisso com a alimentação escolar saudável.
O Coordenador Geral de Itaipu, Nelton Friedrich, por estar fora do Brasil durante o Green Rio, enviou mensagem aos organizadores do Green Rio, registrando o apoio ao Projeto Alimentação Escolar Saudável RJ. Para conferir a mensagem de Nelton Friedrich favor clicar no link abaixo.
Mais informações em:
www.rioescolasaudavel.com.br
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